Minha mãe chegou em casa e ouvi seus sapatos de salto alto batucando no piso da sala de um lado para o outro. Ela só fazia isso quando estava tensa ou preocupada. Eu não queria que isso tivesse acontecido, ela sabia que eu era alvo de brincadeiras de mau gosto na escola, mas saber que não apenas todo mundo da escola me odiava, mas a minha ex-melhor amiga, que além de se afastar de mim quando eu mais precisava, não tinha nenhuma compaixão e na verdade foi quem começou toda essa corrente de ódio, acho que isso mostrou que a situação era pior do que ela pensava.
"Megan abre a porta, nós temos que conversar." Eu estava sentada na cama pensando no que faria. "Por que você não me disse que a Lare estava te tratando assim? Você sempre disse que ela só havia se afastado. Meg, abre..." eu ouvi a voz da minha mãe fraquejar, como se ela estivesse prestes a chorar, então decidi abrir.
"Mãe, me desculpa, não quis te preocupar. Não é algo que precise se preocupar." Forcei um sorriso "Não é legal, mas eu aguentei durante anos, posso segurar mais um pouco."
"Você podia ter me contado, acabaríamos com isso logo. Os pais dela também não sabiam." Então minha mãe começou a chorar. Isso mesmo, Helena Hatter, advogada de prestígio, que deixava qualquer juiz tremendo de medo, estava chorando!
"Meg, eu sei que não está sendo fácil" Ela suspirou "Seu diretor, ele disse que os outros alunos dizem coisas horríveis sobre você. Nós conversamos e ele acha bom você ir em um psicólogo." Nesse momento eu paralisei.
"Mãe, eu não vou a lugar nenhum. Eu não preciso. Passei a semana em Sant. Louis por que você pediu, lembra?" Mentira, eu precisava, mas não queria precisar "por favor..."
"Megan, você vai amanhã depois da escola, só para conversar, para ter certeza que está tudo bem." Minha mãe saiu do quarto e me deixou sozinha.Se passaram duas horas e eu estava no cemitério. Havia algumas pessoas lá, mas não me importei.
"Pai, por que a mamãe não me entende? Não quero ir em nenhum psicólogo, não preciso." No momento pensei que não iria ouvi-lo. Pensei que ele tinha me abandonado.
"Megan sua mãe só quer seu bem, pare de teimar." a voz dele parecia estar dentro da minha cabeça. Eu sorri ao ouvi-la, sorri ao poder me lembrar dela.
"Pai, Eu não sou teimosa. Não vou a lugar nenhum."
"Conheço bem minha filha. E você vai. Vai por mim."
Voltei para casa. Minha mãe não estava, tinha voltado ao trabalho.
Subi para meu quarto e liguei a televisão em um canal qualquer.No dia seguinte acordei um pouco tarde, me troquei me troquei colocando a primeira roupa que vi na frente, um moletom preto com alguns desenhos relacionados a Harry Potter por cima do uniforme, um jeans e um vans preto.
Desci as escadas e tomei um pouco de café e depois corri até a escola.
Por puro azar eu cheguei tarde demais e o sinal tocou assim que entrei então fui para a classe correndo e me sentei no meu lugar. Fiquei rabiscando até que alguma coisa caiu em minha mesa. Levantei a cabeça e vi um pedacinho de papel.
'Vamos no shopping hoje, quer vir? - Aline/Matheus' Eu queria. Era a primeira vez que alguém me chamava para sair, mas eu não queria acabar com a reputação de duas pessoas legais como Alice e Matheus.
Olhei para Matheus do outro lado da sala e neguei discretamente.
A aula acabou e fui para o refeitório, na cantina comprei um pedaço de pizza e um refrigerante. Paguei e sentei-me na mesa mais longe possível para não ficar no caminho de ninguém, assim ninguém mexeria comigo.
Pelo canto do olho vi que Matheus e Alice estavam se aproximando, então coloquei a pizza em um guardanapo e peguei a latinha do refri e sai do refeitório.
Ouvi Aline me chamar mas preferi fingir que não ouvi.
Quando o dia acabou minha mãe estava parada na frente da escola, eu, como a boa filha que sou, fingi que não vi e fui andando em direção a saída do estacionamento.
"Megan! Venha aqui." Eu parei virei-me e revirei os olhos.
"Já disse que não vou em lugar nenhum!" Continuei andando. Eu não queria passar mais vergonha do que passava.
Minha mãe virou o carro e parou na minha frente
"Sobe Megan! Agora!" Eu subi.
Esperamos na sala de espera por uns 15 minutos. As paredes do lugar eram brancas e os sofás beges. Haviam alguns quadros nas paredes e poucos vasos com plantas, a mesa da secretaria era grande e do mesmo tom de bege dos sofás. O lugar era tão claro que quase me cegava, e na verdade, era um pouco assustador.
"Megan? A doutora vai atende-la agora." Disse a recepcionista que parecia ter uns 45 anos.
Segui pelo corredor até a última sala. Bati na porta e ouvi um "Entre".
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Pelo sorriso de um fantasma -- A Garota Suicida [EM REVISÃO]
Teen FictionMe chamo Megan. Tenho 14 anos, meus olhos são azuis claros meio esverdeados, meu cabelo? Bom eu pintei de lilás. Para muitos o ensino médio pode ser a melhor época de sua vida, pode ser sua hora de brilhar, de ser grande, mas pra mim não foi bem ass...