Uma pedra

3K 192 12
                                    

O que dizer da dor que sinto ? É uma dor eterna, uma dor incomoda, mas não é uma dor física, é uma dor psicológica. Eu sinto mas ela não está aqui. Seria necessário não sentir, como as outras pessoas, mas ela está ao meu redor. E é nessas horas que eu queria ser uma pedra, sim algo sem vida, algo duro e frio, incapaz de sentir dor ou qualquer coisa, incapaz de respirar.
Tenho que ser como uma pedra se quiser vencer, não posso sentir. Tenho que ser dura e fria. Não posso temer, tenho que ter coragem.
Tenho que deixar de amar, deixar de amar a todos, se eu quiser sobreviver. Não é fácil, mas não é impossível.
Eu ainda penso na morte como uma saída, mas não quero magoa-los, não quero magoar minha família e amigos. Tenho de mantê-los a salvo, a salvo da minha desgraça.
Vai ter uma hora em que todos vamos morrer, mas a morte chega quando ela quiser. É raro ela deixar você escolher sua hora, e para isso você tem que conquistá-la. Eu vou conquistar a morte, vou escolher minha hora de morrer e ela não vai demorar muito.
Foi quando a porta se abriu, Kadu estava ali (de novo). Ele sentou-se ao meu lado.
"Vamos sair? Você está aqui a muito tempo." Eu neguei, não disse uma palavra." Meg, você não pode ficar aqui pra sempre. Vamos tomar sorvete, você não pode dizer não pro sorvete."
" não quero Kadu. Vou ficar aqui. Não quero que se arrisque." Minha voz falhava enquanto eu falava. As palavras não queriam sair.
"Megan, nos moramos na cidade. Não em uma selva de leões."
"Dês de quando leões moram em selvas ?" Perguntei. Kadu sorriu e eu forcei-me a sorrir.
Kadu PVO
Ela forçou um sorriso, na maioria das vezes seus sorrisos pareciam reais, mas se você olha-se em seus olhos veria o vazio e a tristeza. Enquanto ela respirava calmamente eu ouvia seus gritos de socorro.
Ultimamente a Megan estava com medo de sair, ela pensava que se saísse podia acontecer algo a nós, ela se achava burra. Tinha medo de nós perder. Sua alto estima estava cada vez pior é era possível meg estar em estado depressivo. Foram raras as vezes que a vi sorri, mas todas elas valiam a pena. O sorriso dela é algo que te acolhe, algo cheio de vida, algo que traz esperança. Mas foi abalado e apagado pelo tempo e pelos traumas.
Ela não tinha amigos e fez da solidão algo que a acolhesse, que a protegesse, que a deixasse um paz consigo mesma. Se se mantivesse afastada, ninguém a julgaria ou a xingaria.
O que eu mais queria agora era vê-la sorrir, mas ela estava sentada na cama abraçando os joelhos, com os olhos inchados e nariz cheio. Abracei-a, e ela encostou a cabeça em meu ombro.
"Burra, burra, burra. É isso que eu sou. Idiota, idiota idiota. Doente, doente, doente. Eu quero morrer." Ela sussurrou um pouco fora de si, com os olhos vazios "Kadu que quero morrer." 
"Meg não, você não é burra. Eu estou aqui, pra sempre." Abracei-a mais forte
"Nada é para sempre Kadu, não prometa o que não pode cumprir." Meg puxou a catota do nariz e chorou mais. Chorou silenciosamente e não era possível ouvir um único barulho desse choro.
"Nesse caso. Estarei aqui até quando eu conseguir. Isso posso cumprir."
"Você pode decidir não conseguir mais amanhã, se quiser. Kadu, se eu morresse você sentiria minha falta?"
"Mais que tudo Meg. Você faz parte da minha vida e eu não saberia como continuá-la sem você. Sem você, eu acho que não ia sorrir mais de manhã. O que seria de mim acordar de manhã cedo e você não passar na frente da minha casa para irmos à escola ?" Ela soltou um leve sorriso.
"Acho que acordar de manhã tarde não é possível." Meg enfio a cabeça no meio das pernas. "Eu não estou bem. Kadu eu estou muito mal... Não sei o que fazer, e como se não houvesse saída. Eu estou presa, estou presa na tristeza." Ela levantou as mangas, seus cortes pareciam mais recentes e mais profundos. Antes não eram assim tão fundos, formavam cicatrizes, sim, mas agora...
Senti uma lágrima a escorrer. Não posso perdê-la, essas cicatrizes representavam o quanto ela estava mal, o quanto é,a se torturava.
"Meg. Não precisa disso, eu estou aqui, deixa eu te levar pra uma psicóloga, Meg deixa eu cuidar de você. Você vai ficar bem depois disso. Por favor. Eu não quero te perder, Megan deixa eu cuidar de você. Você precisa de ajuda. Sabe disso."
"Você está me ajudando. " agora ambos chorávamos.
"Ajuda profissional Meg, não eu. Meg por favor. Você sabe que eu só quero seu bem, deixa eu cuidar de você. Juro, vou entrar com você em todas as consultas se quiser. Mas você precisa de ajuda, por favor, vou ficar tão mal se algo acontecer com minha pequena."
"Não preciso de ajuda psicológica, eu TO bem." Ela teimou.
"MEG VOCÊ NÃO TA BEM. POR FAVOR, ME OUVE. DEIXA EU CUIDAR DE VOCÊ MEG, EU SUPLICO. POR FAVOR." Eu estava tão agarrado a ela, que qualquer um que nos visse pensaria que estávamos literalmente colados.
Eu só querias cuidar dela, ajudá-la a melhorar, queria vê-la sorrir sempre, sentir seu abraço.
Queria me formar com ela, e vê-la na faculdade sendo genial.
Não vou deixá-la partir. Não posso...
Gente Ta aqui outro capítulo, e olha que era para sair terça.
Gente esse NÃO É o último capítulo, e eu acho que eu vou chorar muito escrevendo o último, por que eu fui com isso até o final, e está dando certo. Graças a vocês está dando certo. E eu vou chorar no final, não por que vou para de escrever, mas por que esse foi o primeiro livro que eu escrevi e que deu certo, e ele vai chegar ao fim.
Mas eu AMO VOCÊS. Tenho um carinho especial por cada um de vocês. Um dia eu vou fazer um pote gigante, e escrever sonhos nele, e vou por vocês lá dentro. Por que eu gosto de impotar pessoas 😂👍
Mas eu Amo Vocês do fundo do meu coração, e eu sempre vou encher o saco de vocês escrevendo mais e mais e mais e mais ( chega de mais).

Pelo sorriso de um fantasma -- A Garota Suicida [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora