Capítulo 6

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  Depois que Kalel comprou o sorvete da filha ele se sentou ao seu lado no banco do parque que estavam.

- Papai, o senhor acha que o tio Noah iria gostar de me conhecer?

- Com certeza, lindinha. - ele soltou um fraco sorriso. - Seu tio amou você antes mesmo de conhecê-la.

- Mesmo não estando presente na minha vida tio Noah sempre estará em meu coração.

   O pouco tempo que Kalel passou com a filha ele percebeu o quanto esperta ela era para uma garotinha de apenas cinco anos e foi com esse pensamento que ele sorriu de forma orgulhosa.

  Quando Hope terminou o sorvete o pai limpou as bochechas dela que estavam sujas, em seguida depositou um beijo em sua testa.

  Foram cinco anos. Cinco anos em que ele perdeu quase todos os momentos importantes da vida dela. Momentos como os seus primeiros tombos, os seus primeiros passos, os seus primeiros sorrisos e até mesmo as primeiras palavras ditas por ela.

- Posso te contar uma coisa, papai?

  Ele balançou a cabeça em concordância.

- Estou muito feliz que finalmente o conheci - uma lágrima escorreu por seu rostinho.

- Eu também estou muito feliz por ter a conhecido, lindinha - ele afagou os cachinhos dos cabelos dela. - Mas não precisa chorar o papai está aqui agora - depositou um beijo na ponta de seu nariz.

  Hope levantou-se do banco e aproximou-se da lixeira jogando o potinho de sorvete.

- Papai, a mamãe chegou - ela apontou na direção que a mãe estava.

  Com os olhos fixos na direção que ela apontou Kalel viu a esposa parar de andar no momento em que alguém esbarrou nela.

  Ele bufou quando percebeu quem era a pessoa.

- Não sai daqui, está bem? Papai já volta.

  Hope assentiu com um balançar de cabeça e se sentou novamente no banco.

  Kalel apressou os passos e se aproximou de onde a esposa estava parando do lado dela.

- Ora, ora se não é o meu velho amigo - disse um homem de cabelos negros e olhos azuis o encarando.

  Ele ergueu as sobrancelhas, travando o maxilar e pelo canto do olho viu Eloise alternar o olhar entre eles franzindo a testa de forma confusa.

- Bom, voltando ao assunto anterior. É um prazer conhecê-la e ouso dizer que você é ainda mais bonita pessoalmente.

O que esse maluco pensa que está dizendo?

- A propósito o meu nome é Lorenzo, mas você pode me chamar de Enzo - estendeu a mão na direção dela, mas quando ela o ignorou ele colocou as mãos de volta nos bolsos da calça.

  Eloise permaneceu em silêncio.

Essa é a minha garota!

- Preciso ir - olhou para o relógio em seu pulso. - Até breve, velho amigo - disse com um sorriso debochado e se afastou os deixando a sós.

  Eloise encarou o marido com o semblante confuso.

- Ele é um dos soldados que lutaram ao meu lado na guerra.

- E o que ele quis dizer com é ainda mais bonita pessoalmente?

- Sempre olhava a sua foto que ficava no bolso da minha farda e em uma dessas vezes ele viu.

- E então como está sendo o seu dia? - perguntou Eloise para a filha, assim que se aproximaram dela.

- Está sendo ótimo, mamãe. A propósito lembra quando a senhora contou que eu era muito parecida com o papai? - questionou e a mãe assentiu. - O sabor de sorvete preferido dele também é menta com chocolate - contou de forma animada.

- O que mais a mamãe contou sobre mim, lindinha? - ele cruzou os braços.

  Ela alternou o olhar entre a mãe e o pai e então sorriu.

- Mamãe disse que o senhor é um homem encantadoramente lindo tanto por dentro como por fora.

  Kalel deu um sorriso ladino na direção da esposa e ela sorriu de volta.

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