Capítulo 3 O Concurso

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P.O.V Mônica Sousa

É agora. É a minha hora! Tenho que "encantar" a todos com meu papel.

— Está pronta, senhorita? – Pergunta Max Masquet que, além de anfitrião, era também um dos juízes junto com outros dois amigos famosos que ele havia convidado para fazer parte do júri.

— Estou. – Concordo e respiro profundamente antes de começar. – Eu sou Aserah. Isolada e banida para os confins do mundo, lutei minhas próprias batalhas pela minha sobrevivência. Aprendi que a confiança deve ser conquistada ou nunca deve ser dada, pois é uma dadiva que nem todos podem adquiri-la.

Aperto o botão do meu anel e dou um passo à frente fazendo minhas asas se abrirem totalmente, enormes como eu queria, tomando um grande espaço do palco. Apertando minha mão em punho dou outro passo à frente olhando com uma fúria sem igual.

— Traição! Eu sei o que é isso. Muitos sabem o que é. E justamente por isso me tornei Aserah, o anjo da vingança, a defensora dos injustiçados. – Com dois cliques rápidos no anel, meu vestido fica em chamas, um holograma realista que o Franja havia criado. – A chama da condenação!

Aplausos ecoam pelo salão, e eu encontro os olhos admirados e impressionados do Cebola, ele me aplaudia e gritava mais do que qualquer um ali, era nítido com quanto meu desempenho o orgulhou.

— Você foi ótima. – Diz o Sr. Masquet, e eu faço uma curta reverencia.

— Obrigada. – Saio do palco "desativando" minhas asas para tomarem um espaço menor e desligando os efeitos de chama.

Vou até a multidão para assistir os próximos participantes. Eu havia percebido que nem todos que estavam na festa haviam vindo para competir, alguns só quiseram participar da festa e se divertirem. Acho legal isso, pois mostra que nem todos precisam competir para se "divertir". Um desses que não vieram para a competição, era o Cebola.

— Eu estou sem palavras para descrever o quanto sua apresentação foi de tirar o folego e encantadora. – Sussurra uma voz rouca em meu ouvido direito.

— Cê... – Sussurro ao me virar para o lado e ver os olhos brilhantes dele.

Algo estava diferente neles, um brilho novo, era como se chamas serpenteassem, isso seria... desejo? Luxúria? Acho que esse brilho combina com sua fantasia, mas também me faz ficar sem folego, com o coração descompassado e as bochechas coradas.

— Você foi a melhor sem dúvidas. – Ele acaricia minha bochecha com o polegar, e eu coro mais ainda.

— Teve outros muito bons também. – Respondo com a voz fraca, não saberia explicar, mas ultimamente, o modo como o Cê tem agido me deixa totalmente desconcertada e com as pernas bambas.

— Verdade, mas ainda assim, nenhum superou você. – Seus lábios se aproximam dos meus, mas ainda mantendo uma distância "segura".

— Cê... – Sussurro olhando profundamente em seus olhos intensos.

— A cada dia você está mais linda. – Cebola sussurra me fazendo paralisar, não sabia mais o que dizer.

Cê havia mudado, deixado de se afastar e principalmente, ficado mais intenso, sem medo de me tocar ou de falar algo, ele simplesmente age como bem entende, como quer, e isso só me faz me sentir uma garotinha, como se eu fosse a garotinha dele e isso...

— Obrigada. – Digo dando um passo para trás e dando um sorriso para ele, o mesmo me olha sem demonstrar nenhuma reação por conta da minha atitude.

Eu não sou uma garotinha e muito menos dele, não estamos juntos e ele deixou claro que quer me "derrotar" antes de me namorar. Mesmo que eu o ame, não vou dar o braço a torcer e deixar ele fazer tudo o que quiser. Eu sou a Mônica! E isso não é do meu feitio.

O Retorno Do Fantasma VigilanteOnde histórias criam vida. Descubra agora