P.O.V Mônica Sousa
Confusa. Hesitante. Indecisa.
Eu realmente não sei o que devo fazer. Eu amo o Cebola e isso já tem um tempo, mas eu também possuo sentimentos pelo Fantasma Vigilante. É estranho que ao sair com os dois eu me sinto da mesma forma, por mais que um seja mais descontraído enquanto o outro mais formal, ambos têm suas características que eu admiro muito. Ambos estão em meu coração.
Mando uma mensagem para a Maga perguntando se poderia ficar na casa dela, não passa nem um minuto e ela concorda. Depois de falar para minha mãe que iria dormir na casa da minha melhor amiga, faço uma "pequena" mala apenas com o mais essencial para passar a noite.
Com a malinha pronta, tomo um banho rápido e coloco uma roupa simples, mas confortável. Pego minhas coisas. Antes de sair de casa, vou no quarto da minha mãe para dar um beijo nela e avisar que já estava saindo. Como a casa da Maga era perto, chego a pé rapidamente, toco a campainha e aguardo alguém aparecer.
— Amiga! – Me cumprimenta minha melhor amiga com um abraço assim que ela abre a porta.
— Maga! – Retribuo o abraço.
— Vem, vamos ir para meu quarto. Você realmente está precisando de uma noite de garotas. – Ela me guia até seu quarto depois de trancar a porta da casa.
— Pior que estou, amiga. – Confesso com um suspiro.
O quarto dela era familiar e tudo já estava arrumado do jeito que gostávamos quando dormíamos na casa uma da outra. Travesseiros no chão, notebook para assistir a um filme e sorvete (muito sorvete). Vestimos nossos pijamas e logo nos esparramamos no chão com os travesseiros/almofadas. Quando uma amizade se torna forte e vem desde a infância, você acaba acostumando e perdendo a vergonha. Maga é como uma irmã para mim, então as trocas de roupa eram tranquilas.
— Bota tudo para fora, amiga. – Maga me incentiva pegando um pote de sorvete e uma colher, típico dela, mas que apenas me faz sorrir por ser seu jeitinho.
— É aquela coisa, Maga. Não sei se persisto no Cebola, pois ele parece estar querendo voltar, ou se tento descobrir quem é o Fantasma Vigilante para tentar ver se dá certo. Ambos mexem comigo. – Suspiro frustrada por estar nessa encruzilhada.
— Mas você sente algo maior por quem? – Pergunta ela atenta a mim.
— Não sei. Sempre pensei que amaria daquele jeito apenas o Cebola, mas por algum motivo o Fantasma conseguiu também... Deve ser porque no início pensei ser o Cê. – Dou de ombros completamente perdida.
— Olha amiga, o Cebola já deu várias mancadas, mas você ao menos o conhece bem, tenho medo que você acabe se frustrando com o Fantasma. Lembra que você pensou que o Toni era aquele "príncipe" todo e depois quebrou a cara?
— É. Você tem um ponto nisso. – Me jogo para trás nas almofadas e fico olhando o teto.
A imagem do Cebola aparece em minha mente, aquele sorriso bobo e aquele olhar familiar, uma leveza e calmaria como a brisa do verão. Depois surge a imagem do Fantasma, toda sombria, misteriosa, um quebra-cabeça a ser resolvido, um puzzle a ser completado. Ambos me intrigam, ambos conseguiram me conquistar.
— Qual encontro você gostou mais? – Pergunta Maga curiosa para eu revelar mais sobre os encontros. Eu havia comentado brevemente sobre, mas acabamos não tendo tempo para eu contar tudo.
— Eu gostei de todos. O Fantasma sempre tenta me tratar como uma dama e também sempre me corteja, é como viver em outra época. Já os encontros com o Cê são sempre daquele jeito, confortáveis, espontâneos, falamos sobre tudo e sempre há aquele momento que ele me deixa mais confusa, quando ele me beija ou me toca com gentileza ao mesmo tempo que eu vejo o desejo em seus olhos. Aquele frio na barriga, aquele momento de proteção e segurança. – O rosto do Cebola invade minha mente.
Cê é realmente lindo, e eu não paro de nutrir sentimentos por ele..., acho que sempre foi assim, mesmo na infância, eu só não queria admitir.
— Acho que depois de "tudo isso" que você falou do Fantasma, já sabe sua resposta. – Brinca ela me fazendo perceber o desequilíbrio.
— Eu falei muito mais do Cê, não foi? – Me sento e puxo um dos potes de sorvete restantes.
— Sim. – Ela ri e abre a tela do notebook colocando algum filme de comédia romântica. – Agora que você já sabe a resposta para suas dúvidas, vamos aproveitar para sofrer por filmes e personagens inexistentes.
— Tem razão, já sei quem devo escolher. – Suspiro.
Sempre foi ele...
Meu coração sempre pertenceu a ele, desde o início...
Cebola sempre teve um jeito diferente de me fazer amá-lo e "odiá-lo", mas mesmo assim, passamos poucas e boas juntos, ele sempre tentou me proteger mesmo sabendo que eu era forte. Aquele garoto mexe comigo e faz meu coração acelerar como ninguém, as conversas se tornam simples e fáceis, estar ao seu lado é como provar um pedacinho do paraíso, e quando o beijo é como se nada existisse além de nós. Eu o amei, o amo e sempre o amarei, não importa quanto tempo passe, parece que meu coração sempre será dele.
Só espero que ele lute por nós assim como eu luto, estou cansada de ter que esperá-lo. Não existe futuro com apenas um dos lados querendo, então é minha vez de bater de frente e exigir que, ou ele lute, ou ele desista de uma vez por todas.
Sem voltas! Apenas a cartada final.
P.O.V Cebola Menezes da Silva
Eu tenho que contar a Mônica! Eu tenho que dizer a ela que eu sou o Fantasma Vigilante. Não posso mais continuar escondendo isso, não posso continuar com esses encontros duplos! Eu não suporto mais ter que vê-la se divertindo pensando ser outra pessoa. Mesmo se ela não me escolher no final, o que me machuca é ter que presenciar cara a cara ela se apaixonando por "outro".
A amo tanto que dói. Tudo o que fiz, tudo o que fizemos nesses encontros só me mostraram o quanto eu a quero na minha vida. Não me importo mais com aquela coisa de "estar à altura", eu a quero de volta e mesmo que eu acabe me sentindo diminuído, eu vou trabalhar com isso, vou dar um jeito. A Mônica não vai me esperar para a vida toda, e nem eu quero isso.
Só não sei como posso contar para ela sem que ela me odeie... Como posso contar para a pessoa que você ama que você criou um personagem para ajudá-la e também se aproximar discretamente, mas que você a enganou para que ela não pensasse que era você? Será que eu devo apenas vestir a fantasia e tirar a máscara na frente dela? Ou será que eu devo apenas falar para ela que ele sou eu?
Eu não sei... e eu morro de medo de ter ferrado tudo por ter continuado com isso... Eu posso ter perdido a mulher da minha vida por ter sido um grande covarde... E se a esse ponto ela não sentir mais nada por mim? Ela não respondeu ao meu eu te amo, e eu sei que havia dito que não precisava, mas foi porque não queria pressioná-la. Na hora, para mim estava tudo bem, contudo, pensando agora, isso está me matando. Não saber se ela voltaria para mim de novo está me enlouquecendo.
É oficial! Eu vou falar tudo para ela!!!
Só espero que ela possa me perdoar...
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O Retorno Do Fantasma Vigilante
RomanceSeus olhos ainda permanecem em minhas lembranças, castanhos e familiares. Um mês depois do baile à fantasia e eu ainda me lembro de você, Fantasma Vigilante, como se não houvesse passado dias e principalmente como se te conhecesse a uma vida inteira...