jupiter and saturn

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aviso:
isso foi totalmente baseado no conto "o dia que júpiter encontrou saturno" do caio fernando de abreu
espero que gostem...






A garota tinha um sorriso em seu rosto enquanto observava e escutava sua amiga falando sobre o quão idiotas eram os caras que ela saía. Não que ela se importasse com isso, ninguém das três amigas ligava, na verdade. Mas naquele momento era o assunto que predominava.

Ela riu assim que Cylia citou alguém com nome de Louis, que história mais idiota. Parecia um romance de adolescentes, achava ridículo, embora eles ainda fossem adolescentes. Não se importou muito quando Cylia disse que ele era engraçado e tinha amigos legais, apenas deu mais um gole em sua bebida e logo pensou em uma maneira de escapar da festa idiota de Sadie.

Apenas uma pequena reunião entre amigos da faculdade e S/n já se sentia sobrecarregada e extremamente cansada. Seus pensamentos estavam longe, sentindo sua própria negatividade começando a fazer efeito sob ela mesma.

Logo, sem querer chamar a atenção de ninguém, virou para o lado e colocou seu cotovelo no peitoril da janela, colocou seu rosto sobre sua mão e observou pela janela uma lua quase cheia e Júpiter e Saturno muito próximos. Vista assim não parecia uma moça vivendo, mas pintada em aquarela, com sua mente enfeitada em artes psicodélicas.

Sua pulsação cardíaca acelerou assim que percebeu que o moço que ela observava antes estava ao seu lado, a olhando com curiosidade. Saiu da posição que estava antes e olhou para o garoto na mesma intensidade, o mesmo, sem querer, deixou um sorriso escapar e logo tentou iniciar uma conversa.

── Você gosta de estrelas? ── Ele perguntou estendendo um copo com bebida para a garota, que negou. Sua cerveja sem álcool já havia acabado, mesmo assim ela não aceitaria bebidas de um estranho qualquer.

── Gosto. Você também? ── Ela disse e ele levou o copo de bebida até seus lábios e deu um gole na bebida forte, que ardia assim que passava por sua garganta.

── Também. Você está olhando a lua?

── Quase cheia. Em Virgem.

── Amanhã faz conjunção com Júpiter e com Saturno também.

── Isso é bom?

── Eu não sei. Deve ser.

── É sim. Bom encontrar você.

── Também acho. Gosta de mais coisas além de estrelas?

── Muitas coisas.

── Sou Finn Wolfhard e você?

── S/n Chalamet. ── Cumprimentou Finn após o primeiro diálogo que não fosse vazio naquele dia. Se orgulhou por isso, Finn também. Não se sentia vazia ao lado do menino, tudo parecia fluir ali.

── Gosto da sua blusa. ── Ele mudou de assunto, simplista, mais uma vez.

A garota sorriu e assentiu. Lembrou de Sadie dizendo que era uma péssima blusa para usar em uma festa, enquanto Cylia dizia que ela amava a blusa do Van Gogh de S/n.

── Gosto da sua camisa, também. ── S/n disse para o garoto, que retribuiu o sorriso da mesma.

E eu gosto de você... Sentiu sua mente pensar em certas palavras. Gostava da companhia da garota, mesmo que tivesse a conhecido alguns minutos atrás. Sentia uma conexão estranha com ela. Talvez fosse culpa da lua, ou talvez, fosse a resposta de seus desejos mais profundos durante o começo de sua adolescência. Mas tinha certeza que a menina deveria estar brilhando nas telas de cinema, e tinha certeza que se fosse assim, ela seria como Michelle Pfeiffer.

Mas por enquanto, ele culpava a lua em virgem. Péssimo dia. Péssima escolha. Sair de casa e se apaixonar por alguém que parecia estar prestes a nascer novamente naquela noite? Péssima escolha.

── sinto que gosto de você, mas não seria natural. Nós nos conhecemos faz duas horas. ── S/n disse assim que eles estavam sozinhos no telhado da casa de Sadie. Eles observavam a beleza que a madrugada tinha a oferecer, enquanto o frio tomava conta de seus corpos e os deixava ainda mais interessados na conversa reflexiva que tinham.

── Natural é as pessoas se encontrarem e se perderem. ── Finn disse com certeza. S/n o olhou atravéz da pouca iluminação e sorriu.
── Linhas paralelas se encontram no infinito.

Agora foi a vez dele sorrir, a garota era realmente algo que o universo havia lhe enviado. Era como se tudo estivesse ali, em seu devido lugar.

── O infinito não acaba, o infinito é nunca.

── Ou talvez sempre. ── Finn sugeriu, S/n concordou e sorriu. Pegou seu celular e percebeu que já eram cinco da manhã.

Realmente, tudo parecia ser para sempre naquele instante. O infinito faria pouco sentido se S/n não encontrasse o céu da boca de Finn com sua língua, naquele instante.

E logo, assim fez. Se aproximou do menino - que esperava curioso pela aproximação-, e encontrou os lábios do mesmo com os seus. E por alguns segundos, sentiu que realmente o infinito fosse para sempre. Sentiu mais uma vez a sensação de arrepios invadindo seu corpo e se aproximou mais ainda do mesmo, tornando tudo mais íntimo e quente... Logo tinha seu corpo colado com o do menino, enquanto suas mãos acariciavam e deixavam pequenos puxões no cabelo cacheado do mesmo.

O infinito pareceu realmente acabar, assim que a falta de ar invadiu os pulmões da garota e a mesma separou seus lábios dos de Finn, que deu um pequeno sorriso e deixou alguns beijos nas bochechas da menina.

── Vou ver Júpiter e me lembrar de você. ── ele disse, da forma mais lenta e saborosa o possível.

── Vou ver Saturno e me lembrar de você. ── ela respondeu no mesmo tom, parecia dividir tristeza com felicidade naquele momento.

── Daqui a vinte anos voltarão a se encontrar. ── ele sussurrou contra os lábios de S/n.

── O tempo não existe. ── devolveu o sussurro contra os lábios de Wolfhard, que deixou um leve e espontâneo sorriso escapar.

── O tempo existe, sim. ── disse.

A beijou mais uma vez, uma das últimas naquela noite. Podia ter certeza que o universo faria o favor de trazê-los de volta, um para o outro. Pois sim, o tempo existe e é um belo artista, S/n e Finn eram uma de suas mais belas obras e ele não a abandonaria tão cedo.







vocês acreditam no amor?
se sim ou não, por quê?

imagines finn wolfhard Onde histórias criam vida. Descubra agora