Sórūn dur

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Observo atentamente o corpo de Jennie deitado no sofá, parando um pouco mais na sua barriga, para me certificar que ela realmente está respirando.

Já fazem alguns minutos que eu a trouxe para minha casa. Liguei o foda-se para aqueles empresários de merda e saí de lá sem nem ao menos me despedir.

Meu pai certamente ficará furioso, mas quem se importa?

Minha única preocupação agora é saber o que merda aconteceu de tão importante naquela festa, porque Jennie certamente não iria desmaiar atoa.

Me dirijo até a cozinha, ainda pensativo e quando abro a geladeira para pegar o recipiente com água, tomo um susto com um pequeno barulho que vem diretamente da sala.

Vou até o cômodo em passos largos e me acalmo quando vejo Jennie sentada no sofá.
Ela parece confusa. Seus braços estão apoiados nos joelhos e sua cabeça está entre suas mãos

- Oi. - falo assim que me aproximo, mas ela não dirige o olhar para mim. - Você está bem?

Ela fica alguns minutos sem me responder e quando levanta sua cabeça para me olhar sinto um gosto amargo na boca por vê-la chorando.

Me aproximo em passos largos e sento em seu lado no sofá, abraço o corpo pequeno de Jennie em meus braços e os sons que ela solta enquanto chora é sem dúvidas angustiante.

Depois de vários soluços e fungadas ela finalmente se acalma. Sua cabeça está repousando em meu ombro e seus dedos finos e delicados estão sendo apertados por ela mesma.

Um sentimento horrorizante toma conta de mim. Eu nunca soube ao certo o que fazer quando alguém chorava na minha frente e, certamente que com Jennie não seria diferente, porém não é só isso, o sentimento que realmente me possui agora é agonia, eu não gosto de vê-la assim, tão vulnerável e triste.
Cada soluço, cada lágrima... Por Deus, nunca pensei que isso seria tão horrível de se ver e até de ouvir. Parece que meu coração se quebra em mil pedacinhos por simplesmente ver Jennie triste.

- Eu não sei porquê isso está acontecendo justo comigo... - ela declara com um pouco de dificuldade. - Eu só queria ter uma vida normal, uma família normal. Isso não é justo!

- Está tudo bem agora meu amor, fique calma, hum? - amenizo, tentando tranquiliza-la. - Não sei oque aconteceu naquela festa, mas certamente passará. - ela suspira.

- Eu gostaria que fosse assim tão fácil. - retruca, passando o dorso da mãos nos olhos. - Mas minha vida está um verdadeiro caos. Eu queria voltar a ser criança e não ter que lidar com tudo isso.

- Se você quiser desabafar, eu sou todo ouvidos. - declaro, sem saber ao certo o que dizer.

- Não sei se consigo. - explica.

- Porquê não? - pergunto.

- Porque não quero falar sobre isso, não sei como começar...

- Bem, comece por onde achar que é melhor. Eu ficarei aqui te escutando até amanhã se for preciso. - pego em seu rostinho bonito e faço-a olhar para mim. - Confie em mim Jennie.

- Não se trata de confiança... É um assunto delicado para mim. - diz e um soluço escapa da sua garganta.

Colo nossas testas, a encarando profundamente e selo nossos lábios com carinho.

- Os seus problemas são os meus também. Eu quero te ajudar, Jennie. - coloco uma mecha do cabelo atrás da sua orelha e ela fecha os olhos, enquanto respira fundo.

- Desde o início? - eu aceno, afirmando.

- Desde o início!

Meu Chefe | TaennieOnde histórias criam vida. Descubra agora