My fucking guy (Pausada)

O convite de Guilherme

My Fucking Guy
Capítulo 11

Já haviam se passado alguns dias desde o estranho pedido de desculpas do platinado na biblioteca. Após isso, não o vi mais com frequência.

Às vezes ele vinha falar com a Amanda quando estávamos reunidos todos juntos. Mas tirando isso, ele praticamente era um fantasma pra mim.

E lá estava eu, apoiado com a cabeça sobre a mesa enquanto rabiscava na ultima pagina do meu caderno com um marca texto amarelo neon.

Esses últimos dias tinham sido bem entediantes e também muito exaustivos. Os professores, já preocupados com as provas bimestrais, passaram pilhas de deveres para serem feitos de um dia para o outro. E tudo indica que está pra ficar mais puxado.

Essa é aquela época que eu detesto nas escolas. Só não supera o fim do ano, onde eu passo mais da metade do mês de dezembro preso em uma sala mexendo no celular com outros cinco alunos de recuperação, porque minha mãe não me deixa faltar à aula, só em situações urgentes.

Então eu sou obrigado a vir pra escola em um dia chato como esse apenas para marcar minha presença.

Só não peguei no sono por que fui despertado de forma agressiva pelo timbre agudo do sinal tocando e uma multidão de alunos correndo pelos corredores.

Me levanto ainda um pouco zonzo e me espreguiço com vigor.

Reparo de canto de olho que o garoto alto de cabelo cacheado, aquele em que eu tinha esbarrado outro dia, esperava em frente à porta. Pouco depois vejo que o Pedro se juntou a ele e os dois saíram juntos. Me Pergunto se Pedro devolveu o chaveiro.

Já o novato Miguel e sua ajudante ficaram no mesmo lugar. Eles não parecem querer se arriscar lá fora, pensei.

Saí da sala e fui para o pátio beber água. Encontrei o João e o Victor saindo dos bebedouros. E em seguida os acompanhei na direção do campo de futebol, onde alguns alunos jogavam.

Sentamos na arquibancada, junto com os outros.

– Cadê o Guilherme? – Pergunto ao ver que ele é único que não esta com a gente.

– Tá lá jogando – Disse Diogo apontando para o campo.

– Meu Deus – Diz João – Ele é péssimo.

Consegui ver de longe um carinha todo desengonçado, correndo meio sem jeito pelo campo atrás da bola. Os outros jogadores facilmente o driblavam. Pelo jeito era o Guilherme.

– Será que ele já tentou handball? – Fala Lori

Os outros dão risadas.

– Tadinho – Diz Amanda contendo o riso – Ao menos ele está tentando.

Nessa mesma hora, o Guilherme tenta roubar a bola de um dos jogadores do time adversário. O outro o dribla com facilidade e nosso amigo se atrapalha, caindo no chão com força, de maneira dolorida. Confesso que precisei me controlar pra não rir.

– Tsc, tsc, tsc. Alguém deveria substituir ele – Fala João.

Um rapaz alto se aproxima do meu amigo ainda caído no campo. Não havia reparado que ele estava ali antes. Consegui identifica-lo como o garoto platinado devido ao seu cabelo branco chamativo. Ele ofereceu ajuda ao Guilherme para se levantar e deu dois tapinhas em suas costas antes de afastar.

– Por que o Jhonatan o ajudou? Eles nem são do mesmo time. – Indagou Lori.

– Você fala como se ele não tivesse um coração – Responde Amanda em um tom tranquilo, sem tirar os olhos do campo.