O dia do treino

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My Fucking Guy
Capítulo 12

Acordei naquela manhã de sábado com uma preguiça infernal que quase me fez perder o horário do treino de Guilherme.

Tomo um café rápido e escovo os dentre. Coloco apenas uma blusa simples listrada e uma bermuda branca, foram às primeiras roupas que vi pela frente. Falei para minha mãe aonde ia e saí apressado. Tão apressado que quase não percebo que não amarrei meu tênis.

Fui correndo até o lugar do treino. Devo ter demorado quinze minutos, mas cheguei lá esgotado. Como era no bairro vizinho tive que correr bastante. Estava morrendo de sede.

Vi alguns dos meus amigos lá na porta esperando a permissão pra entrar. Cheguei já sem folego.

O lugar não era muito grande. Tinha uma rede branca cobrindo todo o campo e um portão de ferro na lateral, bem do lado do muro. Consegui ver a arquibancada do lado de fora e já tinha algumas pessoas lá, cinco, no máximo. Também tinham algumas crianças treinando no gramado, tentando passar a bola entre os cones.

– Pra quem não queria vim, você se esforçou muito pra estar aqui – Fala João, que veio falar comigo enquanto as meninas, Lori e Amanda, conversavam com uma moça estranha.

– O quê está acontecendo? – Dou uma pausa para recuperar o folego – A gente não pode entrar?

No mesmo momento, as garotas gritam nossos nomes e acenam pra nós entrarmos com elas.

Ao entrar, vejo que tudo é muito bem organizado e com certeza é mais espaçoso do que eu imaginei. Bem ao lado do campinho tinha um corredor com varias portas. Provavelmente era dos vestiários, os banheiros e as salas dos funcionários.

Esse corredor também era protegido com uma tela branca, para impedir que as bolas voem pra dentro, eu imagino. E a parede das portas era colorida de um verde claro bem bonito. É um lugar bem agradável.

A única coisa na qual não avistei são os bebedouros. Soltei uma tosse seca seguida de uma careta. Tentei procurar conforme caminhávamos algum lugar para beber água. Eu sei que seria mais fácil perguntar à moça, mas não sou muito de falar, mesmo se preciso de algo eu tenho o costume de ficar quieto. E foi o que eu fiz.

Eu posso perguntar ao Guilherme quando ele chegar, eu pensei.

– Caso alguém queira beber água, os bebedouros são lá atrás.

Levo um susto quando escuto o platinado falando de trás de mim. Estava tão distraído que nem reparei nele.

Ao me virar na sua direção, vejo que ele me olhava. Mas quando eu foquei nele, ele logo saiu de perto, me ignorando.

Não perco tempo e vou aonde ele havia apontado para me refrescar. Bebo uma boa quantidade. Cheguei até a agradecer (mentalmente) o platinado por ter falado aquilo por coincidência.

Vou para a arquibancada me sentar com meus amigos. Percebo que Guilherme já está no campo se aquecendo.

– Onde você estava? – Pergunta João.

– Fui beber água – Respondo e me sento ao seu lado.

Percebi que, por mais o Guilherme parecesse de fato ser o mais velho, os outros alunos não eram tão jovens quanto eu imaginava. A maioria parecia ter entre doze e quatorze anos e tem dez alunos até agora. Também tem algumas crianças de pelo menos oito a dez anos, mas eram apenas três, os mais jovens. 

Quando o João me falou que ele tinha aula com a turma infantil eu pensava que o Gui seria o único cercado de pirralhos de sete anos. Mas não me admira. O João gosta de dramatizar as coisas.

My fucking guy (Pausada)Onde histórias criam vida. Descubra agora