Capítulo 11

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Três anos depois...

Encostei-me à parede e dei uma mordida generosa na maçã enquanto observava Seamus e Blaise Zabini treinarem esgrima. Eu havia conhecido Blaise em uma das festas que os burgueses ricos de Veneza ofereciam vez ou outra. Ele era um ano mais velho, alto, de pele escura como ébano e sorriso contagiante. Era fácil gostar dele, então viramos amigos.

Seamus se aproximou de nós quando Blaise demonstrou-se amigável com ele. Ele nunca havia me pedido, mas quando Blaise se ofereceu para ensinar-lhe esgrima, Seamus aceitou de imediato, empolgado com a possibilidade. Era um homem que aprendera a lutar por si próprio, logo, era sempre divertido observar meu amigo humilhá-lo na arte da espada.

"Seamus, você está com o braço muito baixo. E ajeite a postura do seu corpo. Está parecendo uma bailarina desengonçada!" Provoquei. Estávamos em um espaço quadrangular entre várias casas: uma pequena praça, com uma fonte no centro. Eu os olhava de cima, sentado com as pernas esticadas em um muro que separava a praça de um canal que passava silencioso pela transversal. Era um lugar bom para treinos - calmo e isolado.

Sorri divertido quando Seamus me xingou com um grasnado, porém arrumando a posição do corpo e do braço.

"Você está indo bem, Seamus. Não dê ouvidos ao bastardozinho implicante." Blaise ofereceu uma piscadela a Seamus enquanto eu abria uma careta de indignação. "Agora, tente de novo."

"Draco, não atrapalhe!" Seamus gritou exasperado. Isso porque eu atirei a maçã com força na cabeça de Blaise, atingindo-o em cheio. Com toda a dignidade que havia em mim, pulei graciosamente do muro e tirei minha espada da bainha, esticando-a em direção a Blaise.

"Lute pela sua vida, cão pulguento!" Bradei, e avancei. Blaise rapidamente se recuperou e começamos a duelar. Ouvi Seamus soltar um bufo exasperado por eu ter acabado com seu treino, mas não me importei. Tínhamos tempo, e era cedo ainda. Nossas lâminas se chocaram e a dança começou.

Blaise era bom, mas eu era melhor. Havia aprendido tudo que sabia com Harry, e Harry era o melhor esgrimista de Veneza. Nós treinávamos duas vezes por semana, e hoje em dia os treinos eram duros e cansativos, e pioravam a cada aula. Mas eu gostava, era minha chance de estar mais próximo de Harry, de poder olhá-lo diretamente nos olhos e não precisar me envergonhar por isso.

Era um dia abafado. Suor já escorria por meu rosto quando Blaise avançou pondo força no ataque. Eu me desviei e fugi, subindo na borda da fonte e escapando para o outro lado. Minha fuga pareceu dar confiança a ele, que avançou com imprudência. Era tudo que eu estava esperando. Pulei de volta ao chão, dei um giro sobre meu corpo e chutei a parte de trás de suas pernas. Ele caiu de joelhos e se segurou à borda da fonte, pronto para levantar, mas então minha lâmina já estava em seu pescoço.

"Quem é o bastardozinho insolente agora?" Perguntei petulante, com um sorrisinho enviesado. Mas baixei a espada. Não deveria ter baixado a espada. Blaise girou o corpo, pegou-me pela cintura e me jogou dentro da fonte. Soltei uma exclamação de susto e, quando consegui ficar de pé, estava completamente molhado.

"Aparentemente você, um bastardozinho insolente e ensopado." Ele falou, e então explodiu em gargalhadas. Seamus o acompanhou. E no fim eu estava rindo também. Quando me recuperei, joguei água nos dois e xinguei-os mais um pouco enquanto saía da fonte.

Mordred, atrasado, apareceu correndo para me salvar, praticamente voando em cima de Blaise e querendo mordê-lo. Eu desconfiava que ele sentisse ciúmes de Blaise por termos virado amigos.

Era Uma Vez em Veneza ● DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora