Capítulo 1.

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Natasha Hopkins.

O arrependimento da quantidade de álcool ingerida no dia anterior é quase instantânea quando acordo

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O arrependimento da quantidade de álcool ingerida no dia anterior é quase instantânea quando acordo.

A dor de cabeça e boca seca me obrigam a levantar da cama e procurar algum remédio.

Com os pés, tateio a procura de meu calçado. Calçar um salto-alto no estado que estou não seria o recomendado, mas prefiro o risco de ter uma leve torção no tornozelo à andar pelo apartamento do Alex descalça.

Depois da confusão que foi o dia de ontem, o jantar de quinta-feira com meus pais com certeza vai ser cômico.

Mas como eu poderia imaginar que acabaria dormindo no bar e ir pro almoço em família ainda levemente bêbada?

Se no próximo ano forem perguntar o que a Nat do futuro tem pra dizer pra Nat do passado, eu com certeza vou falar: "Não beba o suficiente pra te envergonhar na frente de toda sua família".

Levanto tentando fazer o mínimo de barulho possível e seguro nas paredes até chegar na cozinha.

Depois de revirar os armários à procura de algo pra resolver minha dor de cabeça, acho uma aspirina.

O sono que eu estou é surreal, então também é bom lembrar pra minha "eu do passado" ter boas 8 horas de sono.

A volta para o quarto é uma batalha já que ainda não tem nenhuma luz natural iluminando o local e não sei aonde ficam os interruptores.

Retiro meus calçados, espalhando pelo quarto e subindo na cama ao lado de Alex. Ele não se mexe, o que acho estranho, já que tem um sono muito leve.

Encaro sua nuca, tentando entender o motivo de sua imobilidade.

- Alex? Você está bem... - sou interrompida pelo meu próprio grito de surpresa assim que "Alex" se vira para mim - Quem é você? O que você quer? - disparo caindo da cama com o desespero claro em minha voz.

Uma pessoa estranha está no quarto do Alex. Só comigo.

O quarto ainda está escuro então procuro algo para jogar no "invasor", que acaba sendo meu salto-alto.

- Ah! - o homem diz de volta, levando a mão aonde o calçado o atingiu - O que está fazendo no meu quarto? - grita.

Continuo de bunda no chão, rastejando o máximo possível para manter distância entre mim e o invasor.

Acho que vou chorar.

O cara continua a me olhar puto, como se eu fosse alguma fanática que o estivesse perseguindo, e não ele o cara aleatório que apareceu no quarto do meu ficante.

O armário emite um barulho alto quando minhas costas chegam ao seu encontro em um estrondo.

- Caralho, o que você está fazendo aqui? - repete a pergunta.

Eu estou tão confusa e ao mesmo tempo tão assustada.

Deslizo minhas costas pelo armário, ficando em pé e procurando o interruptor.

Quando a lâmpada ilumina o ambiente, revela um garoto sentado na cama, em meio as cobertas com uma camisa de manga comprida e um cabelo bagunçado, como se reinasse o lugar.

Conforme meu olho se acostuma com a claridade, revela também que esse quarto não tem os retratos de família pelas paredes, ou os pôsteres de beisebol de Alex. Mas sim, paredes cinzas e sem nada mais ali. Apenas uma TV em frente à cama.

Que tipo de psicopata invade um apartamento e resolve mudar a decoração de última hora? Será que o corpo do Alex já está no armário?

Esquece o negócio de falar pra "eu do passado" não beber, fala pra ela aproveitar suas últimas horas porque dos 21 anos e 1 dia de vida ela não passa.

Espero que Olivia ao menos escolha uma foto bonita minha pra pôr no jornal quando anunciarem que fui assassinada.

- O que está acontecendo? - Alex irrompe o quarto em um pulo.

- Alex? - pergunto confusa. Olho em volta e percebo o que está acontecendo. Ah não... Esse não é o quarto de Alex.

- Essa garota invadiu meu quarto, subiu na minha cama, e ainda jogou um sapato em mim! - acusa com uma mão apontando para mim e com a outra segura seu mais novo ferimento na testa.

- Oi? - agora me viro para o invasor - Invadi seu quarto? Eu achava que aqui fosse o quarto do Alex e que você fosse um maníaco, ou sei lá! - esbravejo, aliviada por perceber que não perdi meu sentido de fala.

Alex se vira para mim, agora mais calmo falando em um tom de voz normal.

- Meu quarto é a segunda porta à esquerda, não a primeira. Esse é o quarto do meu colega de quarto. - esclarece levando sua mão aos seus cabelos loiros.

Solto o ar que não sabia que estava prendendo e pendo minha cabeça para trás, encostando na parede.

Acho que fiquei sóbria em menos de 3 minutos. Tempo recorde a vez que Olivia jogou água gelada em mim e na Sarah com uma mangueira.

- Vamos pro meu quarto dessa vez, Nat. - diz Alex agarrando minha mão.

Penso em pedir desculpas ao garoto pelo mal entendido, mas em um movimento rápido, o invasor não-invasor alcança meu salto-alto do chão e joga em minha direção.

Por sorte, o salto não pega em mim. Olho para ele, surpresa por sua coragem.

- Vai que você tenta me acertar de novo com o outro pé do salto. - diz com um sorriso arrogante dando de ombros.

Levanto as sobrancelhas perplexa e pego uma bolinha de papel do cesto de lixo e jogo nele. Erro miseravelmente, afinal, tiro-ao-alvo nunca foi minha praia.

- O salto podia ter me acertado! - digo.

- Do mesmo jeito que me acertou? - retira a mão da testa mostrando o pequeno hematoma recém-formado.

Meu coração aperta por ter machucado o garoto injustamente mas quando percebo o deboche em sua cara, desejo ter jogado com ainda mais força.

Alex observa nossa interação e me puxa para fora do quarto.

- Babaca. - silabo para o garoto enquanto Alex me retira do local.

Que cara doido... Mas olhando pelo lado bom, pelo menos tenho 21 anos e 2 dias de vida pra conta.

feedbacks? :D

desculpa mas a parte que a natasha joga uma BOLINHA DE PAPEL no castielKMKKKK--

Make You Mine [hiatus]Onde histórias criam vida. Descubra agora