Capítulo 12.

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Castiel Milles.

— Eu sabia que tanto tempo presos juntos não daria certo

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— Eu sabia que tanto tempo presos juntos não daria certo. — diz Alex dirigindo de volta ao nosso apartamento — Por que você está puto com a Natasha, afinal? Digo, ela tem um bom motivo, né. Você quebrou o jarro da tia dela, mas você também parece bravo com ela.

Suspiro, embaçando a janela do carro.

— Você deveria perguntar isso a ela, não a mim. — respondo simples.

Sinto seu olhar em mim quando o semáforo tornou-se vermelho. 

— Qual é, Castiel... Vocês estavam bem, rindo, fazendo piadinhas e de uma hora pra outra simplesmente voltaram à estaca zero onde mal conseguem olhar um pro outro. Ficaram se estranhando o resto da viagem, um jarro quebrado não pode ter feito tudo isso. 

Observo as pessoas na calçada caminhando com pressa para se proteger do frio que está por vir.

— Eu já disse, você deveria falar com a sua namorada. — silabo a última palavra, como se estivesse enojado. Talvez eu esteja.

Alex solta o ar pesado pela boca, desistindo de me fazer falar. Ou ao menos adiando a conversa.

Só esse assunto já me causa algo por dentro. Uma raiva interior inexplicável. Natasha me causa raiva, essa é a verdade. O motivo é algo que nem eu entendo mas ela tem um efeito em mim mais forte do que eu desejaria e isso me revolta.

O beijo não foi coisa do momento. Eu pensava nele há dias. Merda, talvez semanas. E eu odeio o jeito que ela domina a minha mente. Odeio a mim por pensar tanto nela.

E o pior foi que era tudo coisa da minha cabeça. Eu realmente achei que ela também pensava naquilo, mas o modo como ela empurrou meu peito e arregalou seus olhos mostraram que eu interpretei tudo errado.

— As provas finais do semestre vão se iniciar em menos de um mês... Você ao menos tem exames na faculdade de artes visuais? — pergunta Alex parando com o carro na vaga da garagem.

— Você realmente acha que a gente só fuma maconha e escreve poemas, né? — pergunto saindo do carro. 

— Basicamente, sim. — dá de ombros. Fecho a porta do carro com força com um sorriso torto — Ei, não precisa descontar nela! — acaricia o teto de seu carro como se ele tivesse vida.

— Patético. — sorrio revirando os olhos.

 •

A pressiono contra a parede, mordendo seu lábio. Ela passa sua mão por cima da minha rala barba por fazer, enquanto recupera seu fôlego colando nossas testas.

— O que você está fazendo aqui? —  esbravejo quando sinto a presença de mais alguém no cômodo.

— O que você está fazendo aqui? — Natasha devolve a pergunta. 

— Eu moro aqui, porra! — respondo confuso. 

A menina ao meu lado se cobre desconfortavelmente, fechando sua camisa e escondendo seus seios expostos de Natasha.

— Alex pediu pra eu o esperar aqui e me emprestou uma chave. Ele disse claramente que você não estaria aqui. —  diz com raiva.

Faz uma semana que não a via e a raiva que eu sentia havia se dissolvido um pouco, mas agora, com ela na minha frente, parece que a raiva se multiplicou.

— Ah... eu vou embora... — a loira ao meu lado anuncia fechando seu último botão e arrumando seu cabelo com a ponta dos dedos — Prefiro não me envolver em confusão entre ex-namorados.

— Não somos namorados! — eu e Natasha protestamos ao mesmo tempo.

A menina franze as sobrancelhas mas não diz nada, apenas termina de arrumar sua roupa e sai do meu quarto. Respiro fundo e olho para Natasha quando ouço a porta de entrada do apartamento sendo fechada.

— Uau, muito obrigado por espantá-la.

 — Você nem tentou convencê-la a ficar, não parecia muito interessado, de qualquer jeito... — dá de ombros como se a culpa não fosse sua.

— Eu não parecia interessado? A gente tava literalmente se beijando antes de você aparecer! — gesticulo com as mãos tentando demonstrar minha frustração.

— Você ao menos lembra o nome dela? — levanta as sobrancelhas convencida. A ignoro e semi cerro meus olhos em sua direção.

— Deixa eu ver se entendi, o Alex te dá a chave do apartamento pra você esperar e você, sem mais nem menos, entra no meu quarto? — aponto os fatos.

Natasha, agora não mais tão convencida, abre a boca, procurando o que falar. Levanto as sobrancelhas, esperando que ela prossiga e ela começa.

— A porta estava aberta então eu pensei que...

— Pudesse entrar no quarto alheio? — completo sua frase. E aquele ódio retorna sem um motivo específico, como sempre.

Natasha olha para o lado mordendo o interior da bochecha em silêncio, sem saber o que falar. Percebo que isso é um hábito que ela pratica quando está aflita.

Acompanho seus olhos indo em direção aos meus desenhos na parede e suas sobrancelhas se franzindo.

— Pensei que esses desenhos se parecem um pouco demais comigo... — a presunção retorna à sua voz e a garota se aproxima a parede ao meu lado. 

Minha postura se enrijece imediatamente e eu cruzo meus braços.

— É um rosto comum, não é você. — me defendo — Você não é uma pessoa tão caricata assim... — digo com desprezo. 

A garota segura um dos desenhos.

— Até a minha marca de nascença na sobrancelha é comum assim? — coloca o papel ao lado de seu rosto mostrando a semelhança.

Respiro fundo.

— O que você quer que eu te diga? Que você é a minha musa de inspiração? — pergunto sarcástico com um biquinho.

Ela revira os olhos como se tivesse se lembrado que me odeia e muda seu semblante. Joga o desenho em cima da minha mesa e arruma sua bolsa no ombro.

— Eu vou esperar pelo Alex na portaria. — diz passando por mim na porta do quarto.

— Ótimo. — respondo seco, lembrando que também a odeio. 

Ela abre a porta de entrada mas para antes de atravessá-la.

— Você contou pro Alex? — digo em alto e bom som sentado no sofá, sem olhar em seus olhos. 

Não preciso especificar o assunto, ela sabe muito bem do que estou falando e fica parada na passagem da porta.

— Eu não sei como contá-lo. — sussurra alto o suficiente para eu ouvir.

Ela fica parada segurando a alça de sua bolsa, olhando pra frente e quase não se mexendo.

Sei que ela se sente culpada e isso provavelmente está a corroendo por dentro, e nem foi sua culpa.

— Não foi nada demais, sabe... Não precisa contar pra ele, se não quiser...— tento tranquilizá-la sem falar muito sobre.

Ela concorda levemente com a cabeça e fecha a porta sem dizer mais nada. 

castiel é desenhista gente😭//morre

meu gatinho comunisto

Make You Mine [hiatus]Onde histórias criam vida. Descubra agora