Capítulo Dois: Visitas

6.4K 952 485
                                    

➳ No fim de semana seguinte.

— Você veio. — Elliot se levantou devagar, assistindo Louis se aproximar. Hoje vestindo um moletom grande, deixando o corpo já pequeno, menor ainda. O adolescente conseguia achar o ômega adorável, e aquilo parecia engraçado, porque Louis realmente aparentava ser um ômega tranquilo, e meigo. Muito diferente dos outros que conheceu. — Eu achei que não iria vir.

— Me lembro de ter dito que viria. — O ômega parou diante do adolescente, percebendo o brilho no olhar, a esperança. — Estava inseguro, não é?

— Sim, tive medo de estar me iludindo sozinho. — Louis piscou, não esperando a sinceridade, mas agradecendo por poder entender os sentimentos de Elliot. — Eu posso te abraçar, Louis? — O ômega apenas maneou a cabeça, abrindo os braços e sentindo o corpo ter um solavanco para trás, dois passos. — Obrigado, obrigado por vir.

— Não me agradeça por querer recompor minhas energias. — Louis suspirou, envolvendo os braços no corpo esguio de Elliot. — Tive uma semana difícil e a única maneira de recarregar minhas energias, era visitar você.

— Isso é. Eu não esperava por isso, na verdade. — O adolescente se soltou do abraço, ficando um pouco envergonhado, olhando para o homem mais velho. Os instintos de Elliot estavam começando a falar mais alto, deixando a pose difícil para trás, mostrando seu lado meio e sensível.

— Nós vamos ter visitas frequentes, sim? — Louis disse simples, arrastando o olhar até o banco próximo a janela, que estava vago e parecia um bom lugar para conversar. Assim como na primeira vez. — Até que eu possa te levar para passar o fim de semana em casa.

— Oh, as coisas estão ficando sérias assim. — Elliot brincou, tocando nos ombros de Louis com certo receio, empurrando o homem lentamente, indicando que queria se afastar das cuidadoras. — Vamos sentar.

— Quero me aproximar de você Elliot, de verdade. — Louis começou, escutando o adolescente suspirar. — Eu imagino, não deve ser fácil acreditar que as coisas irão ser diferentes agora, comigo. Só, nós não precisamos tentar falar sobre coisas extremamente pessoais agora, eu acho que seria uma boa ideia, deixar você me perguntar o que quiser. O que acha?

— Eu posso perguntar qualquer coisa? — Elliot agora parecia interessado, e Louis por alguns segundos, pensou estar indo pelo caminho errado. — Louis?

— Sim, fique a vontade.

— Por que você quer adotar? — Louis sentiu a pergunta atravessar sua espinha, mas se manteve imóvel, observando os carros.

— Tenho uma família grande. Mãe e pai, sou um de sete filhos. - Elliot arregalou os olhos, mordendo o lábio em nervosismo. — Sempre sonhei em me casar e ter filhos, vários deles. No entanto, quando senti meu coração ser recheado pelo sentimento amor, as coisas me foram arrancadas de maneira bruta e dolorosa. — Louis parou por alguns instantes, agora também balançando os dedos em nervosismo. — Me dediquei muito na minha carreira depois de tudo, e agora eu quero ter a minha família, ficar mais tempo em casa e me dedicar a isso.

— E por quê um adolescente? — Louis prendeu o lábio entre os dentes, analisando o a expressão corporal de Elliot. — Crianças são mais fáceis de agradar, mais fofas e encantadoras.

— É uma boa observação sobre crianças, mas ainda sim. — Louis se certificou de aquecer as mãos dentro do moletom. — Elliot, quando decidi que iria adorar uma criança, meu peito estava inquieto, porque todas as fases até chegar aqui, não foram de escolhas fáceis, existe muita burocracia, e nada fazia muito sentido. — Elliot percebeu que o ômega estava divagando, mas preferiu deixar. — Então, durante o curso que nós fazemos para poder adotar, meu interesse por uma adoção tardia começou a aparecer. E a assistente social me falou de você, agora estou aqui, com o coração mais tranquilo do que estava antes.

Heart family  ➳ l.s |▸mpreg!louis concluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora