𝔇𝔢𝔳𝔲𝔢𝔩𝔳𝔢𝔪𝔢 𝔢𝔩 𝔠𝔬𝔯𝔞𝔷𝔬𝔫 - Richard Rìos

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RICHARD.  

                                — Eu estava em mais um treino, já tinham se passado três dias desde então, porém eu sempre estava a pensar na Mia, eu odiava deixar ela em casa sozinha, eu sempre achava que ela iria ser machucada por aquele idiota do Nicolas, e o fato de eu não poder fazer nada me deixava muito intrigado com a situação.

— Foco Ríos, temos um jogo importante esse final de semana.— Abel comentou, fazendo voltar minha intenção para o que estávamos fazendo.

— Deixa ele que agora ele é o herói das meninas.— Piquerez comentou.

— Como é Piquerez?

— Tá todo mundo comentando sobre a menina que você ajudou. Sabemos que você é estressadinho, mas ao ponto de se envolver em briga de casal? Ríos, em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher.

— Eu sei Piquerez, mas não eram um casal.

— Como assim não eram?

— Era a Mia, o cara tava batendo na minha mulher.— Parei o que tava fazendo e franzi o cenho.

— Sua o que? Richard você tem que parar com essas besteiras cara, uma transa e já se apaixona?— Abel começou a falar.— Você tem que focar nos jogos Richard, até porque desde a copa América seu futebol caiu e muito Ríos, não queríamos vender você, mas se continuar assim, o próximo time que quiser te comprar, vamos te vender, independente se for um bom time ou não.

                       Senti o meu sangue subir à cabeça com as palavras de Abel. Cerrei os punhos e respirei fundo, tentando manter a calma, mas o comentário de que iriam me vender foi o suficiente para quebrar meu autocontrole.

— Vai pro inferno, Abel!—  Explodi, jogando a bola para longe e virando de costas.— É fácil falar que não estou jogando bem, é bem fácil porque não está em minha pele, eu amo o meu trabalho, acha que estou bem depois de um evento tão importante pra mim Abel? E a Mia não é só uma transa, ela é minha mulher caralho.

                                     Abel e Piquerez trocaram olhares confusos, mas não me seguiram quando eu caminhei em direção ao vestiário. A raiva queimava dentro de mim, uma mistura de frustração por não conseguir proteger Mia e pela pressão que meu desempenho no campo estava sofrendo. Me troquei rapidamente, sem me importar com os olhares dos colegas.
                          Eu não estava afim de ir para casa, minha paciência já deu por hoje, prefiro sair pra algum bar aqui perto e encher a cara, ir pra casa só vai me deixar tenso e preocupar a Mia. Meus  passos pesados, minha mente ainda está fervilhando com a raiva e o peso do dia.
                       Eu precisava de um momento para esfriar a cabeça, então entrei em meu carro, e fui em direção ao primeiro bar que encontrei nas proximidades. Ao entrar, fui direto para o balcão e pedi um uísque. O primeiro copo desceu queimando, mas era exatamente o que eu precisava para tentar esquecer a frustração.
                  Depois de algumas doses, eu comecei a sentir o efeito do álcool amenizando a tensão, quando, para meu azar, Nicolas entrou no bar. Ele parou por um momento, seu olhar gelado percorreu o lugar até me encontrar no balcão. Um sorriso cínico surgiu nos lábios de Nicolas, que não perdeu tempo em se aproximar.

— Olha só quem tá aqui, o grande herói do futebol.— disse Nicolas, sua voz carregada de sarcasmo.—

— Quer apanhar de novo babaca?— Levantei meu corpo que estava escorado no balcão daquele bar.