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RICHARD. 

                                — O Final se semana havia chegado, nesse momento eu estava com minha equipe, teríamos mais um jogo, porém meus pensamentos só eram sobre Mia, com isso, também o fato do sangue na minha chuteira aquele dia, cheguei a mencionar com alguns dos meus amigos esperando que alguém pudesse lembrar de algo que me ajudasse. Um deles ainda mencionou que, na última partida, eu havia caído e machucado o pé, mas, eu sabia que aquilo não justificava o sangue. Algo não batia, e a sensação de urgência me dominava ainda mais.

— Pessoal, se preparem para entrar.— Abel comentou.

                              Respirei fundo ao ouvir o sinal para entrar em campo. A adrenalina do pré-jogo não era suficiente para acalmar a mente inquieta e os sentimentos que se misturavam: preocupação com Mia e o enigma das chuteiras manchadas. Eu Tentava focar, mas cada detalhe do jogo parecia distante, como se estivesse em um sonho onde as ações ocorriam sem a minha total presença.

              Assim que o jogo começou, eu me esforcei para acompanhar a movimentação dos meus colegas, mas minha concentração falhava constantemente. Cometia erros bobos, passes mal executados, decisões lentas. O pessoal notou minha falta de foco, mas ninguém comentou nada. Cada segundo parecia arrastado, e eu contava os minutos para o final da partida. Quando o apito final soou, eu deixei o campo, aliviado, mas também desgostoso com minha própria atuação. No vestiário, meus colegas tentavam me animar, dizendo que todos tinham dias ruins, mas eu apenas acenava em resposta, sem a mínima energia para responder.
               Depois de me trocar e sair do vestiário, caminhei para fora do estádio quando vi uma figura familiar se aproximando: Clara, a amiga da Mia.

— Richard, você está bem?— ela perguntou, tocando levemente em meu braço.

— Ah, Clara. É bom te ver.— Respondi, mas o sorriso que esbocei era fraco.— Desculpa, estou com muita coisa na cabeça.

— Percebi. Você estava jogando bem abaixo do que eu me lembro. O que está acontecendo? Posso ajudar?— ela perguntou, com um tom genuíno de preocupação.

— Não é nada demais. Como anda a Mia?— Me escorei no carro.

— Ela deve está muito bem.

— Como assim deve está? Ela não está morando com você?

— Comigo?— Ela soltou uma gargalhada.— A Mia está com o Nicolas, Voltou para lá.

— Como?— Uma parte de mim se quebrou.

— Sério que não sabia? ela estar muito feliz. Voltar para Recife e com o Nicolas, fez bem pra ela.

— Ela não está mais em São Paulo?— As batidas do meu coração já estavam a Mil.

— Não mesmo Richard. Poderíamos sair pra tomar um café? O que acha?— Ela muda completamente de assunto.

— Não tô interessado, não é um bom momento Clara.— Quando abri a porta do meu carro, senti seu braço puxar o meu.

— Aí falamos sobre a Mia.— Parei imediatamente.

— Entra no carro, tem uma cafeteira aqui perto.— Depois do que ela havia dito, meu tom já estava bem mais sério.

                   Enquanto dirigíamos até a cafeteria, Clara começou a falar com um sorriso malicioso.

𝔇𝔢𝔳𝔲𝔢𝔩𝔳𝔢𝔪𝔢 𝔢𝔩 𝔠𝔬𝔯𝔞𝔷𝔬𝔫 - Richard Rìos Onde histórias criam vida. Descubra agora