Capítulo oito - Visita

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Katsuki encarou o garoto com os olhos arregalados, sem saber o que fazer com a situação.

   — Espera aí, você é um maldito ômega? De jeito nenhum! - Katsuki pulou de sua cadeira e com uma emoção indecifrável em seu rosto. Katsuki estava borbulhando de excitação, mas é claro que ele sabia como esconder bem. Por que ele estava animado?

Alfas são feitos para ter ômegas.

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Depois de um tempo de "por que você não me contou?" "E quem mais sabe?", esse tipo de pergunta, Izuku e Katsuki voltaram para os dormitórios. Izuku ficou surpreso com o quão bem Katsuki recebeu a notícia, ele até concordou em manter a sua  boca calada.

Eles entraram nos dormitórios para serem recebidos por praticamente toda a classe. Todos eles pareciam um pouco animados demais para Katsuki se sentir confortável. Katsuki empurrou Izuku com força no meio da multidão e soltou um rosnado baixo, que assustou a maioria deles até o silêncio.

Katsuki seguiu Izuku escada acima até seu dormitório e se sentou na cama de Izuku. 

   — Eu preciso de mais respostas. - Katsuki disse sem rodeios, brincando com uma fotografia que tinha encontrado dele e Izuku quando eram crianças.

   — Pergunta à vontade. - Izuku disse, sentando ao lado de Katsuki na cama e dando a ele um grande sorriso. 

   — Por que você não quer que ninguém saiba?

   — Ômegas são a raça fraca. Eu não queria ser visto como alguém que precisava ser cuidado! Eu queria ser um herói! Um pelo qual as pessoas torceriam, e não importa em que situação estivessem, elas parariam  me preocupando quando cheguei para salvá-los!

De repente, Katsuki percebeu algo enorme. A última peça do quebra-cabeça que ele estava perdendo o tempo todo, a chave para descobrir por que Izuku sentia todas essas coisas.

   — Quem diabos te fez pensar assim?

Izuku ficou em silêncio e pensou sobre a pergunta por um tempo, debatendo em como responder.

   — O que você quer dizer?

   — Quero dizer, por que diabos você acha que será desprezado por ser um ômega? Quem colocou isso na sua cabeça de idiota?

  — N-ninguém em quem devemos pensar agora!

   — Não fui eu, ou foi?

Katsuki falou com uma voz bastante em pânico. Ele pensou que talvez ele pudesse ser a razão para Izuku odiar seu gênero secundário, talvez ele fosse a razão pela qual Izuku nunca se abriu totalmente para ninguém. Sim, Katsuki percebeu isso. Izuku era um máximo em ajudar e apoiar os outros, mas ele se recusava a deixar alguém entrar em sua vida. Ele evitava perguntas ou as transformava em outra pessoa, ele era um hipócrita.

   — Não foi você, Kacchan. - Izuku respondeu, dando a Katsuki o sorriso mais caloroso e genuíno que ele podia. 

   — Então quem diabos foi?

O sorriso de Izuku desapareceu rapidamente e ele apoiou a cabeça nas mãos. Katsuki ficou em silêncio, esperando por uma resposta mas, ao invés disso ele ouviu muitos soluços do garoto ao lado dele. 

   — E-EI! POR QUE DIABOS VOCÊ ESTÁ CHORANDO?

Izuku riu em meio às lágrimas, enxugou os olhos desesperadamente. Ele murmurou um pequeno "desculpe" para Katsuki e Katsuki não aguentou mais vê-lo assim. O loiro envolveu com força os braços ao redor do menor , puxando-o para perto de seu peito. Os gritos de Izuku começaram a ficar um pouco mais altos e seu corpo tremia. Katsuki não disse uma palavra, ele apenas segurou o garoto com mais força em seus braços.

Depois de um tempo, o pequeno garoto de cabelos verdes ficou mole nos braços do loiro. Katsuki percebeu que o esverdeado havia adormecido e soltou uma risada baixa. Ele estava confuso sobre porque Izuku estava triste com a menção de ele ser um ômega, mas Izuku iria dizer a ele quando ele estivesse pronto. Katsuki então colocou Izuku em seus lençóis, gentilmente passando a mão pelo cabelo enquanto se sentava ao lado dele.

    — Boa noite, Deku. - Ele sussurrou, trazendo seus lábios para baixo para encontrar a testa de Izuku. Ele ficou acariciando o menino por mais um tempo, antes de sair do quarto e seguir para o seu.

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Agora era fim de semana e a maior parte da classe estava sentada na sala principal. Izuku estava desenhando em seu quarto, longe dos outros. 

   — Entããão, Bakugo? - Mina perguntou provocativamente, e o loiro nem mesmo tirou os olhos do jogo que estava jogando em seu telefone.

   — Então o quê?

   — O que você acha do Midoriya?

Katsuki ergueu os olhos para encontrar Minas, e ela começou a rir histericamente ao ver o olhar surpreso em seu rosto. Ele fez uma careta quando Kaminari confirmou que era apenas uma piada, mas Katsuki não levou a sério.

O resto da classe apagou a discussão entre os dois homens, já que Mina havia escapado. Eles continuaram a falar sobre o próximo teste e coisas diferentes aqui e ali.

Katsuki e Kaminari instantaneamente pararam de discutir e o som de uma batida na porta da frente.  Ninguém nunca bateu na porta da frente, se fosse um professor, eles normalmente apenas entravam. Katsuki soltou o colarinho do garoto de cabelos claros e ergueu uma sobrancelha.

   — Heh?

   — Eu não estou atendendo.

   — Pare de ser rude! Temos um convidado!

   — Ok, você abre lida.

A turma discutiu por alguns minutos antes que a porta da frente se abrisse. 

   — Uau, vocês demoram muito para abrir a porta!

Our Pack - Bakudeku [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora