Capítulo 5 - Malu

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Entramos no carro no mais completo silêncio

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Entramos no carro no mais completo silêncio. Eu nunca me considerei uma pessoa tímida, mas também não era daquelas extrovertidas, que encarava qualquer situação numa boa. Depois do que aconteceu entre nós, eu não sabia como agir ou o que falar.

– Você está bem, Malu? Está estranha desde o nosso beijo – interrogou-me, com um olhar preocupado. E, Deus, que olhos! Havia tanta intensidade que eu poderia me perder neles novamente, fácil, fácil.

– Desculpe-me, não é nada com você. Estou com uma enxaqueca horrível, só isso – falei, tentando soar mais calma possível.

– O.K. – falou baixo e virou-se para a frente, ligando o carro como se estivesse frustrado.

Ricardo saiu da vaga e dirigiu pela estrada de terra, sério, parecendo pensativo. Eu me encostei no banco, perdida em pensamentos, sem saber o que sentia. Alívio, por não ter continuado com aquela loucura e me poupado de mais uma culpa na consciência? Ou decepção, por saber que não poderia tê-lo?

Permaneci a viagem toda quieta, recostada no banco do carro com os olhos fechados. Rezei, sonhadora, pedindo silenciosamente para adormecer e não precisar pensar, mas infelizmente não consegui. Fiquei o tempo todo com a cabeça fervilhando de pensamentos, torcendo para que aquilo não me derrubasse de novo.

Quando chegamos à produtora, Ricardo desligou o veículo e virou para mim, segurando minhas mãos.

– Desculpe-me se avancei um pouco o sinal, mas senti que você queria aquilo tanto quanto eu – murmurou, preocupado.

– Você não avançou o sinal, foi eu que te agarrei. Lembra? – falei, finalmente o encarando. – Tudo o que eu mais queria era que você continuasse me beijando, acariciando. Nossa conexão, o tesão louco que senti hoje por você, foi algo novo e enlouquecedor para mim. Mas, em um certo momento, quando ainda estávamos nos beijando, eu pensei na sua noiva e a razão veio, Ricardo.

– Malu... – começou a falar, mas eu o cortei. Não queria ouvir mais nada.
Fui intantil, eu sei, mas já estava no meu limite e não queria chorar na sua frente. Abri a porta do carro e saí correndo em direção ao prédio da produtora.

Ao passar pela recepção, uma mulher bem nervosa estava procurando pelo Ricardo. Passei por ela e Luana de cabeça baixa, olhando atenta para o meu celular, contudo, quando ela me viu, segurou meu braço com força e aumentou o tom de voz, bradando gritos e insultos para mim. 

Fiquei completamente perdida, mas ela parecia tão desequilibrada, que fiquei curiosa para entender o que estava acontecendo.

– Desculpa, mas não te conheço. O que está acontecendo? – perguntei, confusa.  

 – Não me conhece, mas conhece muito bem meu homem, não é mesmo? – gritou, dando um tapa em meu rosto – Sua vagabunda! Conheço muito bem as garotas da sua laia, que adoram aparecer e dar para todo mundo. 

Only You - AMOSTRAOnde histórias criam vida. Descubra agora