Prólogo - Malu

276 49 13
                                    

AVISO

Este livro foi ambientado no Rio de Janeiro, mas como a personagem principal, MALU, é de MINAS GERAIS, utilizei de gírias e algumas expressões muito comuns aos mineiros, que talvez possa soar um pouco estranho a outras pessoas. Além disso, preferi usar abreviações como o "tá" e "pra" nos diálogos, para que o texto ficasse mais fluído e caracterizado com o estilo dos personagens.

 Além disso, preferi usar abreviações como o "tá" e "pra" nos diálogos, para que o texto ficasse mais fluído e caracterizado com o estilo dos personagens

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

1 ano antes

- Não aguento mais te ver desse jeito, Malu! - Mamãe falou alto, chamando minha atenção.

Levantei minha cabeça e encarei a mulher elegante sentada à minha frente. Ela me olhava com um semblante preocupado, algo parecido com pena e suas palavras sofridas ecoaram em meu ouvido, causando um nó angustiante em minha garganta.

Soltei o talher sobre o prato e parei encarando minha taça, ereta em minha cadeira como uma daquelas estátuas vivas do centro da cidade. Pensei em fugir dessa conversa mais uma vez, como vinha fazendo há meses, mas já não tinha forças para lutar. Mamãe tinha razão: Meu mundo vinha desabando sem controle à minha volta e nem eu aguentava mais essa situação.

- Eu também não aguento mais viver desse jeito, mãe, mas não consigo seguir em frente com esse arrependimento espezinhando meu coração - confessei, voltando a encará-la.

- Sei que você está sofrendo, Malu, mas seu pai e eu estamos muito preocupados. Você só fica trancada em seu quarto dormindo, não come e está cada vez mais magra. Por favor, minha filha, você precisa reagir. - Mamãe respirou fundo, preocupada e recomeçou a falar. - Tem outra coisa. Seu pai não queria que te contasse, mas acho que você tem o direito de saber o que está acontecendo. O desgraçado do Eduardo foi me procurar hoje de manhã na loja. Ele se diz arrependido e queria de todo jeito que eu te convencesse a voltar para ele. Morro de medo que o safado aproveite da sua fragilidade e te convença a voltar para ele. - falou, encarando-me séria.

Aquela informação só me fez sentir pior. Eu sabia que o Eduardo não desistiria fácil, contudo, não imaginei que ele tivesse a coragem de ir atrás da minha mãe.

Edu sempre foi um namorado seco, não era de expressar seus sentimentos e eu vivia frustrada por não receber atenção. Falei tantas vezes que não me sentia amada, que tudo o que eu mais queria era que ele demonstrasse seu amor, que me beijasse e me abraçasse mais vezes. Parecia até piada ele aparecer agora, depois de tudo o que me fez passar, querendo que eu acreditasse no seu amor e arrependimento.

- Não acredito que o Eduardo teve a cara de pau de ir falar com você! Mas pode ficar tranquila, mãe, eu não vou voltar atrás. Depois de tudo o que aconteceu, acabou. Ele que fique com a Karla e me esqueça para sempre - falei firme, para que tivesse certeza da minha decisão.

- A Karla é outra safada. Mesmo não indo muito com a cara daquela desavergonhada, a garota cresceu aqui dentro da nossa casa e nunca imaginei que tivesse a cara de pau de te trair daquela maneira sórdida - falou irritada.

Only You - AMOSTRAOnde histórias criam vida. Descubra agora