Não era que não gostasse de seus avós, eles nunca foram ruins para ele, era só que suas visitas eram acompanhadas de más lembranças. Sempre que seus avós iriam visitá-los quando crianças, Úrsula virava a melhor mãe que alguém poderia ter e assim que eles partiam ela voltava a ser a megera maldosa que era normalmente, levou um grande tempo para que Ajax entendesse a diferença entre a pessoa que ela era na frente dos outros e a que era quando não havia ninguém. Sua mãe era especialista na arte de fingir ser uma boa mulher, por essa razão ninguém nunca acreditou neles quando crianças, afinal de contas porque a amorosa e gentil Úrsula Drakos tentaria matar o filho de propósito? Era apenas um acidente, que se repetia muitas vezes durante os anos, ela apenas tinha a dificuldade de diferenciar pêssego de qualquer outra fruta e incrivelmente só quando não havia ninguém em casa, que pudesse ajudá-lo a controlar a crise alérgica. Deveria agradecer aos instintos de seu irmão mais velho serem sempre apurados, talvez por já ter vindo de alguns lares adotivos e com alguns pais abusivos, Laércio conseguisse reconhecer tão bem, quando alguma coisa não estava certa.
Dizem que a infância de alguém molda o adulto que ele será no futuro, isso explicava porque todas as crianças Drakos eram tão problemáticas e mentirosas, não tão surpreendente Laércio era o pior deles.
Laércio era o maior mentiroso de toda a Família, ele dizia mentiras como se fossem verdades absolutas, era um pouco assustador de ver, ele também nunca fraquejava, chorava ou se permitia ser fraco, por qualquer motivo que seja e isso era um grande problema não se permitir sentir. Quando criança achava tão legal como seu irmão enfrentava as coisas sem nunca ter medo, sendo forte mesmo que houvesse consequências, olhando para trás agora, percebia como isso era ruim, porque Laércio não agia como uma criança ou um adolescente, era como se ele sempre tivesse sido um adulto, não tinha uma única lembrança de seu irmão que ele não estivesse sendo responsável por algo ou alguém. Apesar de todos os problemas que teve na infância teve seus momentos, Laércio o ensinou tudo o que Pietro deveria ter ensinado, mas estava ocupado demais com o trabalho, ele também ensinou aos gêmeos e acolheu Joana, quando ela estava descobrindo quem realmente era, ele sempre cuidou de todo mundo, mas ninguém nunca cuidou dele e ele nunca reclamou disso.
Naquele dia, Laércio iria sair em silêncio, ir embora para nunca mais voltar, se não fosse por sua causa, ele poderia ter tido uma vida mais feliz. A culpa que sentia por ter implorado para que ele ficasse fez sentir raiva de si mesmo por anos e mais tarde ela se tornou mais forte quando foi extremamente egoísta ao pensar que Laércio deveria abandonar a Zoe e ir com ele, hoje era capaz de ver que seu irmão tomou a decisão certa ao ficar, se Pietro estava tentando casar ela, com seu irmão estando aqui para protegê-la, imagina o que teria acontecido se ele não estivesse.
— Porque está olhando para o seu irmão desse jeito, querido? — Sara perguntou em francês, colocando a mão em sua perna gentilmente. — Vocês não estão brigando de novo, certo? O que aconteceu no aniversário de casamento de seus pais foi terrível. — Ela nem gostava de lembrar daquele evento, foi uma confusão sem fim, tão triste de ver dois irmãos brigando.
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Noivo de Mentirinha
Lãng mạnSeu chefe era o Diabo em pessoa, um especialista em fazer de sua vida um grande inferno e por mais que quisesse não podia escapar dele, era o único que tinha durado tanto tempo, aquele capaz de lidar com seu perfeccionismo extremo, sua personalidade...