22|XANNY

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Quando me encaro no espelho do banheiro, não reconheço meu reflexo

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Quando me encaro no espelho do banheiro, não reconheço meu reflexo. Olhos mortos e marcas por toda a pele.

No que eu me tornei?

Quem é essa garota?

Eu tinha tudo, podia ter contruido o paraíso em um estalar de dedos. Tudo que eu queria estava nas minhas mãos mas eu desisti pelo momento. Eu me lembro do tempo que não precisava tomar nada apenas pra me sentir viva. Eu escolhi destruir tudo. E não posso culpar a mais ninguém a não ser eu mesma.

Eu não posso mais viver nesse looping infinito e vazio. Eu tenho a garota que eu mais amo ao meu lado, e ela me ama de volta. Mas como eu a pago por isso? Me afastando e usando todo tipo de coisa que eu puder encontrar, todo tipo de coisa que possa fazer eu esquecer por pelo menos por 1 minuto o quão eu falhei. Então uso de novo e de novo pra esquecer que falhei quando usei da ultima vez.

Quem eu deveria ser? Um dia eles vão sentir orgulho de mim? Será que um dia essas marcas vão deixar os meus braços? Será que um dia eu vou ser alguém além de radiação que infecta todos que toca?

Angelo me tocando, meu padrasto doentio...A ansiedade de fazer que as coisas fiquem melhorem. O medo de não ser forte o suficiente. A dependencia. As memórias. Tudo isso me consome e eu me sinto afogada com uma ancora pendurada no meu pescoço.

Meus olhos ardem e sinto as lagrimas na minha linha d'água, mas nada desce dos meus olhos. Eu sinto que existe um ponto quando você já viu e passou por tudo, e nada mais te surpreende. Você quer chorar e desabafar toda aquela merda dentro de si, deixar que as lagrimas levem suas impurezas. Mas absolutamente nada sai dos seus olhos.

Abro o armário de remédios no banheiro, procurando algo que faça eu me sentir melhor e encontro um frasco de xannax (alprazolam). Tomo dois comprimidos e instantaneamente ouço uma batida na porta do banheiro. Era Billie.

"Já to terminando, só um segundo."

Guardo o frasco rapidamente e abro a porta, com meu melhor sorriso no rosto.

"Porque você demorou tanto?" Ela pergunta, erguendo uma sobrancelha.

Graças a Deus eu sou muito boa com mentiras.

"Eu apenas precisava de um tempo pra pensar." Digo encarando o chão de taco. "Mas já estou melhor agora."

Ela sabe que estou mentindo. Eu sei que ela sabe.

"Eu tenho que ir até a casa da Sabrina, ela pediu pra eu terminar um trabalho com ela." Pura mentira.

Ela me olha desconfiadamente e me oferece uma carona ate a casa de Sabrina, mas eu recuso e digo que quero pegar um ar.

O sol está indo embora, dando espaço ao inicio da lua cheia. No caminho de volta da loja de conveniência, eu paro em uma esquina perto de alguns bancos, e acendo um cigarro.

"Ei! Você pode me emprestar isqueiro?" De repente esse grupo de garotas para na minha frente e pede meu isqueiro emprestado. Eu estava fora de mim demais devido aos xanax que tinha tomado antes, nem mesmo conseguia contar a quantidade de garotas na minha frete.

Entrego a uma delas o isqueiro e ela acende um cigarro. Imediatamente ela me reconhece;

"Espera, você é aquela garota, não é? A do vídeo cantando

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"Espera, você é aquela garota, não é? A do vídeo cantando."

Por um momento eu não entendo oque ela acabou de dizer, mas depois de processar por alguns minutos consigo me lembrar de quem eu sou. Elas pedem pra tirar uma selfie comigo e após tirar a foto, elas agradecem e atravessam pro outro lado da rua.

Sem devolver o meu isqueiro.

Foda-se, eu não consigo nem me concentrar em digitar a minha senha quando meu celular vibra. Eu não me importo. Caminho tropeçando até em casa, meus olhos quase fechando e minha cabeça tombando pro lado. Quando eu finalmente chego até o gramado da casa, eu me pergunto se eu deveria entrar. Eu não quero que ela sofra me vendo nesse estado, ao mesmo tempo eu quero apenas abraçar ela e chorar. Desde que meu pai foi embora eu venho procurando em todo mundo alguém em que eu possa confiar, alguém que me faça sentir segura. Há um antigo ditado, diz que o amor é cego, mesmo assim nos dizem frequentemente, procure e encontrará. Ela era alguém que eu ansiava ver, e quando a encontrei, soube naquele momento que era ela. Era ela a pessoa que faria eu me sentir segura novamente. Só de ouvir a sua voz, eu me sinto aquecida. Eu a amo tanto...

Eu a amo demais pra faze-la sofrer por alguém como eu.

Uma lagrima escorre pela minha bochecha quando eu me viro de costas e ando pra fora do gramado. Lagrimas que carreguei por semanas de repente escorrem de uma vez pelo meu rosto enquanto eu vou embora cambaleando pela rua escura.

N/A:

oi...voltei...não me matem okay? Bem, explicando simplificadamente a minha vida vem ficando cada vez mais difícil, eu não consigo ter inspiração pra escrever a meses e a única coisa que eu venho feito e beber e chorar 🤡 esses últimos capítulos são extremamente baseados no que vem acontecido nos últimos meses comigo e eu espero que vocês entendam. Eu vou tentar postar com mais frequência, eu juro! Eu preciso muito da ajuda de vocês nesse momento...

Espero que vocês tenham gostado desse capitulo, eu sei que ta meio curto mas foi o maximo que consegui escrever hoje ❤

Fiquem bem e usem mascara!

Fangirl // Billie EilishOnde histórias criam vida. Descubra agora