"Me amar é suicidio."
Era uma longa caminhada, e a música nos meus fones de ouvido estava no ultimo volume. Eu não me sentia alí. Sozinha, a noite numa rua que eu nem sequer lembrava o nome. O perigo de ser sequestrada ou assaltada ou talvez pior, não me amedrontava. Eu não tinha ideia de onde ir,
Até eu receber uma ligação de Sabrina.
"Ei, aonde você tá? A Billie me ligou e disse que você saiu pra vir aqui e ainda não tinha voltado. Porque você mentiu?São quase meia noite Greta, oque aconteceu?'
Era coisa demais pra explicar. Eu não sabia por onde começar, eu nem sequer sabia oque estava sentindo ou fazendo. Eu estava no piloto automático.
"E-eu não sei aonde eu to...eu só não podia ver a Billie agora...Sabrina eu não to bem."
Escuto ela respirar fundo através da ligação. "me manda sua localização que eu vou ai te buscar."
"Sabrina eu não quero incomodar e-"
"Você prefere dormir na rua e ser morta?" Ela me interrompe "Você não é incomodo algum, me manda a droga da localização agora!"
Eu mando a localização a ela e em menos de 5 minutos eu vejo o seu carro vermelho se aproximando. Eu entro, sem dizer uma palavra. Sabrina não parava de me fazer perguntas mas eu não conseguia me focar em responder nenhuma delas.
"Greta você ta chapada?" Ela pergunta seriamente, aumentando a voz.
Eu com certeza estava.
"Não!" respondo com força. "Eu só to com sono." Digo deixando minha cabeça cair no para-brisa. Eu mal conseguia sentir meu corpo, era como se todos meus músculos estivessem dormindo.
Sabrina me olhou de canto e bufou. Eu focava no seu cabelo loiro voando contra o vento. Ela era tão linda, mas sua expressão demonstrava algo diferente.
"Quantos você tomou?" Ela pergunta de repente, me deixando surpresa. Eu não respondo nada. "Você sabe que eu já tive problemas com drogas e remédios, você é a única pessoa que sabe disso. E eu posso ter melhorado, mas eu ainda sei identificar muito bem alguém chapado."
Eu desvio o olhar para a rua, completamente vazia. Ela com certeza já está brava comigo e se eu contar ela vai ficar mais ainda, mas eu não sei se eu consigo guardar mais tudo isso pra mim. Ela vai entender...eu espero.
Desvio meu olhar para ela de volta, enquanto ela segue seu olhar pra frente, dirigindo até sua casa.
"2, alprazolam..." Digo baixinho o suficiente para ela ouvir.
"Meu deus Greta você tem ideia de quão viciante esses remédios são?" Eu conseguia ver pelo seu tom de voz estridente o quão decepcionada e preocupada ela estava.
"Eu sei, mas eu precisava-"
"Não Greta você não sabe." Ela me interrompe novamente. Ela tem essa mania. "Você não tem a mínima noção do quão difícil é parar com essa merda e mesmo depois de eu te contar tudo que aconteceu comigo, e quão difícil foi pra eu me livrar você ainda assim tomou. Você não tem a mínima ideia do que você fez. Você foi irresponsável e-"
"Eu sei okay? Você não precisa me dar sermão sobre as merdas que eu faço." Dessa vez eu a interrompo. "Você não precisa me dizer o quão irresponsável eu sou, mas eu precisava tomar eles! Eu sei que eu sou uma merda de pessoa, eu sei que a Billie não merece alguém tão problemática na vida dela e eu sei o quanto de decepção eu causo a todo mundo. Eu precisava fazer aquela dor passar, e adivinha? Ela não passou. Ela nunca passa."
Eu respiro fundo depois de ter dito todas essas palavras que estavam enterradas em mim por tanto tempo. Meus olhos começam a arder e eu mal percebo quando lagrimas começam a deslizar pelo rosto. Eu não queria chorar, não queria demonstrar fraqueza, mas era impossível. Meus olhos apenas soltavam mais e mais lagrimas e Sabrina não dizia nada.
Ela deitou sua mão na minha e a apertou bem forte enquanto eu chorava até chegarmos na casa dela. Quando eu entrei na casa dei um rápido oi para a mãe dela que estava sentada na sala vendo tv e logo fui até o quarto de Sabrina com ela. Deitei em sua cama enquanto ela tirava o casaco que estava vestindo e o colocava no cabide.
"Eu preciso fazer uma ligação, okay? Não sai dai, não vou demorar."
Eu aceno com cabeça e me viro na cama. Eu estava apenas desesperada, toda aquela dor, todos aqueles pensamentos estavam me matando. Eu não sei mais agir como a pessoa que eu era, e eu tenho medo de as pessoas deixarem de me amar por isso. As vezes não são as borboletas no estomago que dizem que você esta amando, mas sim a dor. A dor de perder, de amar sem ser amado, de amar sem poder amar, de não ser suficiente. Billie me salvou, e as vezes eu me pergunto como ela foi capaz de salvar alguém como eu. Uma causa perdida. Ela é arte aos meus olhos, e eu sou apenas tinta derramada no chão, que não vale mais de nada. Eu estou tentando. Eu estou tentando ao máximo ficar melhor e ser feliz. Eu estou tentando ficar focada e não pensar em toda a merda que passa pela minha cabeça. Tudo oque eu posso fazer é tentar. Ninguém é perfeito e eu sou humana. É assustador encontrar alguém que te faz feliz. Você começa a dar a eles toda a sua atenção porque eles são a razão de você continuar com sua vida. eles são a primeira coisa que você pensa ao acordar e a última antes de dormir, só assim você pode começar o dia com um sorriso. tudo parece ótimo, ter alguém. Mas é horrível pensar sobre como facilmente eles poderiam simplesmente ir embora porque você não sabe lidar com as coisas. E se eles vão embora, é como se sua vida tivesse acabado.
A porta é aberta do nada, interrompendo meus pensamentos. Eu me viro e fico completamente assustada e surpresa a ver a pessoa parada naquela porta.
"Greta!"
N/A: to tentando voltar a escrever. desculpa pelo capitulo meio bosta, eu só não sei direito aonde eu to fazendo essa historia ir.
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Fangirl // Billie Eilish
Teen FictionOnde a problematica Greta, uma antiga amiga de infância de Billie, volta a sua vida quando posta um cover e a cantora assiste e se apaixona pela voz da garota. "Você me salvou." ⚠️Aviso de gatilho _____________________________ [#2 em #Billie - 26/02...