Onde a problematica Greta, uma antiga amiga de infância de Billie, volta a sua vida quando posta um cover e a cantora assiste e se apaixona pela voz da garota.
"Você me salvou."
⚠️Aviso de gatilho
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[#2 em #Billie - 26/02...
Repito isso na minha cabeça enquanto soco minhas roupas na minha bolsa.
Eu preciso sair daqui.
Eu preciso ir pra casa do meu pai.
Mas como?
É muito longe, no centro da cidade.
Talvez eu possa pedir para alguém me levar lá.
Mas quem?
Estou sozinha.
Eu posso pegar um ônibus.
Mas qual deles?
Solto um longo suspiro me jogando na cama.
Eu começo a chorar.
Por que eu sou tão burra?
Talvez eu possa ir de trem.
Não preciso conhecer a linha, só tenho que pegar o trem que vai para o centro da cidade.
Termino de guardar minhas roupas e coloco minha mochila nas costas. Seco minhas lágrimas e desço as escadas.
"onde você vai?"
"inferno."
Eu respiro fundo, inalando o ar. A estação fica um pouco longe daqui, cerca de 20 minutos andando.
Quando finalmente chego lá, compro uma passagem e me sento para esperar o trem que logo passa, meio vazio, então me sento em qualquer lugar.
Coloco a cabeça entre as mãos e começo a chorar.
Eu me lembro do que Billie disse quando estavamos em seu carro, que não sou a culpada. Mas eu não consigo deixar de me sentir culpada.
Não consigo parar de me sentir nojenta, pegajosa.
Como minha mãe pode confiar nesse cara mais do que na própria filha? Eu me sinto culpada por todos os lados e, por mais que alguma coisa em minha mente repita o que Billie disse, simplesmente não consigo deixar de me sentir assim.
Até que isso aconteça com você, você não sabe como é.
Ai Billie, eu só queria você aqui agora.
Eu sei que ela nunca mais vai querer falar comigo quando descobrir essas fofocas, ela pensará que fui eu quem as espalhou.
Pensar em Billie me faz chorar ainda mais.
Eu amo tanto ela.
Sim, eu admito.
Eu amo-a.
Não tenho motivos pra negar a mim mesmo, Eu a amo, eu a amo, eu a amo!
E ela nunca saberá isso.
✞
Quando finalmente chego ao prédio do meu pai, toco a campainha e ele imediatamente atende a porta. Eu posso ver a surpresa estampada em seu rosto. Ele imediatamente me abraça e me manda entrar.
"Filha!" Ele diz, se sentado ao meu lado no sofá. "Você nem disse que estava vindo, se tivesse me dito que eu teria feito aquela massa que tu ama!"
Eu lhe dou um leve sorriso, mostrando que estou realmente cansada.
São quase 20:00.
"Eu não sabia que viria, papai." Eu desvio meu olhar pra longe. "Eu tive uma briga lá em casa com a minha mãe e não queria mais ficar lá."
"Filha, quando isso acontecer, você pode me ligar e eu vou até você! Não é seguro para você andar a essas horas nas ruas que você não conhece." Ele diz suavemente.
Senti falta da sua paciência e da sua voz suave.
"Seria mais fácil da sua parte me deixar morar aqui ..."
"Você sabe que eu adoraria, mas que não posso. Sua guarda está com sua mãe, e Greta" Ele levanta meu queixo com o dedo indicador " Logo você terá 18 anos, assim-"
"Não me toque!"
Ele se afasta de mim sem entender. Eu me encolho no canto do sofá e começo a chorar.
"filha, sou apenas eu..." ele diz se aproximando de mim, com cautela.
Eu aceno com a cabeça e tento secar minhas lágrimas com a palma das minhas mãos.
Não sei por que reagi assim.
"Vá tomar um banho."
Depois que desci do trem, andei varias ruas até chegar aqui e estou fedendo a suor.
Eu realmente preciso tomar um banho.
Me levanto e vou em direção ao banheiro. Não sinto como se tivesse forças para levantar a cabeça e olhar o mundo ao meu redor.
Tomo um longo banho e visto uma roupa qualquer que trouxe na minha mochila.
Quando saio do banheiro, meu pai está cozinhando alguma coisa.
"Oque você está cozinhando?"
"Massa." Ele diz.
"Mas está muito tar-"
"Eu não me importo. Eu só quero que você se sinta melhor." Ele diz com sua voz calorosa.
Eu sorrio levemente. Eu quase esqueci como é ser amada.
Eu me viro e o sofá atrás de mim está coberto com um cobertor e tem um travesseiro.
Me deito e me enrolo no cobertor azul tentando descansar minha mente.
Pela primeira vez em anos, sentindo-me seguro.
✞
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