32| TODOS TERMINAMOS APODRECENDO

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As vozes em minha mente não vão embora, a não ser que eu vá junto

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As vozes em minha mente não vão embora, a não ser que eu vá junto.

Aviso de gatilho: suicidio, auto mutilação.

Nada se passava por minha mente, meu corpo, minha boca ou meus olhos enquanto eu assistia o caixão fechado ser colocado em baixo da terra.

Com minha mãe dentro.

Sabrina me abraça, Billie não tem nenhuma expressão no seu rosto enquanto segura minha mão. Não consigo responder aos "eu sinto muito" ou "meus pêsames" quando meus parentes, amigos, conhecidos, colegas de trabalho da minha mãe, qualquer pessoa que chegasse por perto.

A apátia dentro de mim era total. O vestido preto que eu usava se esbranqueceia com a neblina. A chuva rala que caia era a única água que rolava pelo meu rosto.

Quando meu pai me encaminha para dentro do carro, Billie e Sabrina vem junto. Enquanto o carro se move em direção a casa do meu pai, o barulho da chuva se tornando cada vez mais forte me distraia. Eu estava completamente absorta ao meu redor.

Billie me abraça e abre o guarda chuva para entrarmos no apartamento, enquanto meu pai ia na frente. Todos estavam em silencio. Billie fazia um café enquanto meu pai e Sabrina se sentavam no sofá. Sabrina com a cabeça apoiada em seu punho, e meu pai encarando o chão.

Isso faz eu me sentir pior ainda.

Caminho direto para o quarto. Ninguém me chama ou vem atrás de mim. Eu deito na cama e me abraço ao travesseiro, me cobrindo com o cobertor. Não, eu não iria conseguir dormir.

Encaro o céu pela janela, e me pergunto se minha mãe pode ouvir meus pensamentos.

Eu queria ter o poder de te ignorar como você fez comigo. Eu queria ter o poder de não sentir culpa por não estar lá e impedido você. Você está morta e a culpa é minha. Você falava tanto sobre escola, e lições mas você foi a lição mais dificil que eu tive que aprender. Eu odeio tudo que eu faço porque eu aprendi de você. Eu me odeio porque eu vim de você. Você nunca se desculpou antes de ir. Nem mesmo uma vez sequer. Eu queria ter sido oque você queria, talvez assim você me amasse. Talvez assim você ainda estivesse viva....

Você consegue ver daí que eu não venho dormindo bem desde nossa ultima conversa? Literalmente a ultima.

Mãe...uma palavra tão estranha no meu vocabulário. Sempre foi mais facil odiar minha mãe do que aprender a ama-la.

Parabéns, você sobreviveu a guerra, agora sobreviva com o trauma, linda Greta.

MMelevanto e me encaro no espelho. Começo a ver vultos como se fosse desmaiar, mas era apenas meus olhos se enchendo de lagrimas, e chorando tudo aquilo que eu guardei tanto tempo dentro de mim. Eu queria gritar mas não quero que ninguem entre no quarto. Engasgo no meu choro enquanto escaro minha imagem distorcida.

Você não é sua mãe.

Você não é sua mãe.

Você não é sua mãe.

Você não é sua mãe

Você não é...

E o espelho se quebra enquanto minha mão sangra.

O caco de vidro em minha mão ensanguentada faz meus olhos dilatarem. Eu matei minha mãe. Eu estrago tudo que eu toco. Eu mereço ir embora. Eu tenho esse direito.

Eu aponto o caco no meu pescoço e espero apenas a coragem vir. Mas quem aparece são Sabrina, Billie e meu pai, chocados com a cena na frente deles.

"Greta oque você fez?" Sabrina pergunta se aproximando e percebendo os cacos no chão."

"Não!" Billie grita. "Greta tira isso da sua garganta."

Você merece morrer.

Você pertence a esse mundo.

Faça.

Faça.

FAÇA.

"Filha por favor, vamos conversar." Meu pai se aproxima calmamente, e todos no quarto percebem oque eu estou prestes a fazer. Eu não consigo enxergar suas reações, mas percebo que estão desesperados pelos seus gritos.

Eu também estou desesperada.

FAÇA!

"Me desculpem, eu não mereço vocês." Encaro cada um deles, mas principalmente os olhos hipnotizantes de Billie. "Eu amo vocês."

"GRETA NÃO!"

Eu enfio o caco no meu pescoço, e de repente há sangue por toda parte. Minha mão enfraquece quando tento continuar a linha do corte e o caco cai, assim como eu.

E tudo fica preto.

N/A: vish........

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Fangirl // Billie EilishOnde histórias criam vida. Descubra agora