Fangirl // Billie Eilish

21|*SOBER

O sinal do intervalo bate, e todos os alunos começam a se amontoar na fila da cafeteria e nos corredores. Todos os alunos exceto por mim. Eu estudo nessa mesma escola desde que me conheço por gente, e conheço cada ponto por aqui.

Nesse momento eu estou fumando um cigarro escondida na antiga sala de educação física. Recentemente eu voltei para esse meu velho vicio, e isso é uma merda. Desde a ultima vez que fumei, jurei que nunca mais tocaria em um cigarro. E aqui estou eu quebrando outra promessa.

Vem sendo realmente difícil fingir e fingir, o tempo todo. Eu deveria estar feliz por finalmente Billie estar do meu lado novamente. Eu deveria estar feliz por poder beija-la novamente. Eu deveria. Mas parece que o fato de billie estar falando comigo novamente apenas fez as coisas piorarem. Antes, Ângelo me beijava e me tocava e eu não sentia nada, pois Billie havia levado meu coração com ela. Mas agora que ela voltou e devolveu meu coração ao lugar, eu estou sentindo tudo novamente.

Sempre que Angelo me toca eu me sinto suja por me submeter a toda essa situação. Por ter que fingir gostar de alguém que eu claramente não gosto e fingir que nem mesmo conheço quem eu realmente gosto. Eu simplesmente não consigo mais aguentar isso. O cigarro é a única coisa que me ajuda a parar os pensamentos além dos calmantes. Mas depois da minha tentativa de suicídio a alguns anos atrás, minha mãe escondeu todos eles no quarto dela e eu não ouso entrar lá.

Para completar, Brad tem sido ainda mais abusivo e eu vivo com medo dentro de casa. Tenho sempre que inventar que vou dormir na casa de Sabrina para poder me livrar daquela casa. Eu praticamente não durmo mais em casa. Quando não estou na Sabrina estou na Billie fingindo que estou na Sabrina ou então estou no meu pai, que alias é o único familiar que realmente se preocupa comigo. Eu venho sentido tanto ódio ultimamente que acabei me afastando de todo mundo e me isolando dentro de mim.

Hoje vou dormir na casa de Billie, com quem que com muito orgulho eu posso chamar de minha. Obvio que não oficialmente ainda, mas ainda assim, minha. Hoje é sexta e vou dormir o final de semana inteiro lá, então tive que inventar que iria passar todo esse tempo na Sabrina. Sabrina que por sinal fez eu ter que admitir meu relacionamento com Billie. Ela ficou super animada e agitada, como eu imaginava, e me fez contar a ela tudo com todos os detalhes sobre tudo que aconteceu. Ela e Brandon são as únicas pessoas que sabem sobre tudo.

Assim que termino o cigarro, saio da sala de educação física olhando para os dois lados, tomando cuidado para ninguém me notar. Caminho alguns passos e de repente sinto alguém me puxar pelo braço e me dar um beijo. Pelo cheiro do perfume logo percebo que esse alguém é Ângelo, e por um momento eu sinto vontade de vomitar por ter que retribuir o beijo e fingir que nada está acontecendo.

"Você está cheirando a cigarro." Ele diz com uma cara de nojo assim que se afasta do meu rosto.

"O inspetor estava fumando do meu lado..."Digo com a voz seca, desviando o olhar para o chão. Essa é sempre a desculpa que eu uso e acho que ela está começando a não colar mais.

"Hm." Ele parece desconfiar mas muda de assunto. "Não se esqueça que vou te levar pra almoçar hoje depois da escola. Me espera na saída."

Eu concordo com a cabeça e assim que o sinal toca uso isso como desculpa para sair de perto dele. Vou direto para a aula e mal consigo prestar atenção. Minhas notas vem caindo muito por isso. Eu realmente não to entendendo oque está acontecendo comigo e acho que ninguém também está.

Assim que a ultima aula termina caminho até a saída. Encontro com Ângelo e vamos direto para o restaurante. Almoçamos lá e não conversamos muito. Não quero detalhar o quão chato foi. Ele me deixa em casa e corro para meu quarto assim que entro pela porta, tentando meu máximo para não encontrar com Brad.

Oque não da muito certo pois assim que entro no meu quarto lá está ele

Mexendo na minha gaveta de calcinhas.

Eu corro de lá o mais rápido possível. Me tranco no banheiro e ligo pra Billie com as mãos tremendo.

Greta: Billie? Vem me buscar agora! Vem o mais rapido que você puder!

Billie: Oque aconteceu? Porque você está chorando meu amor?

Greta: Billie, só vem...por favor

Billie: okay, estou a caminho.

Eu posso ouvir o barulho dela pegando a chave no fundo da ligação, e então desligo espero alguns minutos sentada na banheira, aproveito pra pegar minha escova de dente. Só saio de lá quando Billie liga avisando que já está em frente a minha casa. Abro a porta cuidadosamente e olho para os dois lados antes de sair. Corro escada a baixo e apenas paro pra pegar uma pequena bolsa no cabide. Coloco a escova de dente lá e minha carteira apenas, isso é suficiente.

Eu não quero nunca mais voltar aqui.

Abro a porta e corro para os braços de billie quando a vejo. Ela me abraça apertado e eu dou um beijo nos seus lábios, sem nem mesmo me importar de estar literalmente na porta de casa. Eu precisava disso. Eu precisava dela.

"Meu amor, oque aconteceu?" Ela me pergunta preocupada.

"E-eu" Não consigo formular uma frase em meio as lagrimas que escorrem pelos meus olhos freneticamente. "Só me leva daqui."

Ela obedece ao meu pedido me leva para sua casa. Assim que chegamos ela me da um copo d'agua e me senta no sofá.

"Ninguém está em casa. Pode chorar e falar tudo o que quiser." Ela diz zelosamente enquanto envolve seus braços ao meu redor.

Eu nem sequer sei por onde começar.

"E-eu cheguei em casa do encontro que eu tive com Ângelo e-" Antes que consiga terminar a porra da frase desabo em lagrimas. Eu choro por tudo que vem acontecendo durante 17 anos da minha vida. Eu sinto como se estivesse explodindo. Choro tudo que está preso em mim.

Eu odeio chorar na frente de qualquer pessoa, mas não consigo controlar agora. Logo estou no colo de Billie e ela está passando a mão pelo meu cabelo, tentando me confortar. Mas eu não acho que nada seja capaz de me confortar.

"Talvez você devesse tomar um banho para se acalmar..." Ela sugere e eu assinto com a cabeça.

"Mas eu não trouxe nenhuma roupa." Minha voz quebradiça pelo choro ecoa pelo quarto quando Billie se levanta e vai até sua cômoda. Ela tira de lá uma blusa e um short confortável, junto com uma calcinha.

"Estes são novos, você pode usar." Ela me entrega as peças e abre a porta do quarto, me mostrando aonde era o banheiro.

Antes que eu possa fechar a porta, Billie me dá um beijo nos lábios e murmura no meu ouvido:

"Vai ficar tudo bem meu amor, eu to aqui, lembra disso, okay?"

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Eu acho que eu me inspirei um pouco no que está acontecendo comigo pra escrever esse capitulo. Eu escrevi ele bem rápido, em 2 dias, e decidi que eu vou postar capítulos menores mas mais frequentes, porque eu percebi que as pessoas estão parando de ler essa fanfic pela minha demora pra atualizar. Por isso eu preciso que vocês votem e me digam oque estão achando da história.

🤡💕