The Backstage [minsung]

Segunda Casa

— Vamos, Yongbok.

Changbin observava seu namorado arrumar pela décima vez seus cabelos loiros e sua maquiagem, como se estivesse indo ao próprio casamento.

— Eu só quero que eles gostem de mim, Binnie.

— Meus pais já te conhecem, eles te amam.

— Eles conhecem Felix, integrante do Stray Kids. Não Yongbok, namorado do filho – o australiano penteou os cabelos – Certeza que eles não são homofóbicos ou xenofóbicos?

— Pelo amor de Deus, não. Vamos logo.

Demorou cerca de dez minutos até chegarem o casarão extravagante da família Seo. Era a primeira vez em muito tempo que Felix ficava completamente em silêncio, ansioso, limpou as mãos nas calças por conta do suor e engoliu seco.

Quando a mãe de Changbin abriu a porta da casa, o loiro sentiu-se mais leve vendo o enorme sorriso depositado no rosto dela. Cumprimentou formalmente com uma reverência a mulher e seu marido, e a mesma disse:

— Não precisa ser tão formal, querido. Vamos entrando?

Changbin apenas cumprimentou silenciosamente sua mãe e seu pai com um beijo no rosto e acompanhou-os até a enorme sala de jantar. Era a primeira vez que o moreno se sentia completamente orgulhoso, como se tivesse tomado a melhor decisão de sua vida, e sua mãe apenas observava todo aquele amor emanando.

— Vamos. Sentem-se. O jantar já está pronto, sua mãe que o preparou – dizia o pai de Changbin puxando a cadeira e se sentando na ponta da mesa.

Não era a primeira vez do Yongbok naquela casa, já tinha almoçado antes com os outros membros, mas se sentia um completo estranho no meio daquelas conversas casuais enquanto comiam. Certamente, todos perceberam que ele estava nervoso e para mostrar que estava tudo bem a Sra. Seo disse:

— Então, vocês vão fazer seis meses juntos, certo? – perguntou casualmente.

— Sim... – Felix tossiu e engasgou com a própria saliva chocado que Changbin tinha dito alguma coisa sobre eles.

— Querido, Changbin nos disse tudo no primeiro dia que te viu. Lembro como se fosse hoje — ela soltou seu hashi e olhou para Felix—ele chegou correndo em casa e perguntou como eu sabia que casaria com o papai. Eu disse que senti algo no meu coração e ele disse que sentiu o mesmo quando te viu na audição.

— Ele nunca me disse isso. Não acredito. – O australiano sentiu um sentimento forte queimar seu peito e olhou ternamente para seu namorado.

— Sim, você precisava de ver ele todo feliz falando que conheceu a alma-gêmea dele – disse o pai de Changbin e deu uma alta gargalhada que removeu todo nervosismo do local.

— Pai – Changbin o repreendeu – não vai assustar ele...

— Se te suportou por todo esse tempo, acho que ele sabe no que se meteu- disse o Sr. Seo bebendo um gole de vinho e sorrindo.

O clima foi muito tranquilo do começo ao final do jantar, se fartaram e conversaram sobre a infância de Binnie com direito a álbuns fotográficos profundamente constrangedores. Estavam todos sentados no sofá vendo os álbuns e comendo sobremesa quando Felix disse sem aviso:

— Realmente, me desculpe. Eu deveria ter vindo conhecer vocês antes, tive medo. Não é que eu não quis assumir seu filho, longe disso. Mas fiquei com medo de não aceitarem a nossa relação... Como meus pais fizeram... – o loirinho diminuiu a voz quando falou de seus próprios pais, lembrando de todo caos que viveu.

— Fique tranquilo, meu filho. Binnie nos explicou toda a situação, eu que tenho que pedir desculpas em nome dos seus pais. Eu os entendo. Não queremos que os nossos filhos sofram a homofobia que vimos tanto na televisão – a mãe de Changbin se aproximou dele no sofá e o abraçou, como se fosse o próprio filho.