Chan Oppa

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Seungmin não estava em uma posição confortável enquanto era carregado nas costas de Bang Chan, o que fazia seu estômago revirar – não deveria ter bebido de barriga vazia. Estava mais sóbrio e recuperado, mas ainda faltava muito para todo o álcool sair de seu corpo.

Bang inseriu o cartão rápido para que a porta se abrisse, por levar Kim nas costas desde que entrou no prédio, estava dolorido. Colocou gentilmente o amigo na cama e o ajeitou trazendo a coberta até seu pescoço e retirando seus sapatos.

Sentou no canto da cama onde Seungmin estava espatifado inconsciente e aproveitou a epifania unida ao silêncio da madrugada. Era impossível culpar o amigo de toda aquela situação, era perceptível que ele havia usado algum tóxico – por escolha eu não. O fato era que Chan nunca havia visto um homem se masturbando para si, gemendo seu nome e dizendo que o ama; era difícil olhar para Seungmin sem lembrar de suas feições naquele beco escuro. Sentia que não deveria pensar muito sobre isso, mas não queria dormir porque tinha medo da imagem se repetir em seu subconsciente, mais medo ainda de gostar.

De repente, sentiu seu celular vibrar dentro de seu bolso esquerdo da calça jeans, atendeu rápido para não acordar o outro.

— Chan Oppa?

— Alô? – estranhou, ninguém o chamava daquela forma.

— Não está reconhecendo minha voz? É a Jenny.

— Ah- tossiu fraco em desespero- Jenny. Quanto tempo.

— Soube que está em Bangkok, vim fazer umas comprinhas aqui também.

— Que legal – disse sem emoção alguma- Eu estou indo embora amanhã.

— Não, não, Oppa. Temos que nos encontrar. Pode ser hoje mesmo.

Chan obviamente iria dizer não aquela mulher chata que sempre o seguia desde a Austrália, mas depois de tudo que passou hoje, precisava esquecer do rosto de Kim.

— Certo, nos encontramos nesse lugar.

Nem escovou os dentes antes de sair do quarto, apenas pegou sua carteira e celular e entrou no elevador o mais rápido que conseguia. Talvez, um amor antigo como Jenny poderia fazê-lo esquecer de tudo que tinha acabado de acontecer. Segundos depois, lembrou que pegariam o avião as dez horas da manhã e já era quatro e meia, não se importou muito -dormiria no avião.

Isso tudo iria passar.

O aeroporto estava cheio de pessoas caminhando apressadas, umas carregavam grandes malas, outras apenas uma mala de mão e óculos escuros. Mas Jisung não pensava muito nessas pequenas devaneios porque todos estavam preocupados com o Senhor Bang Chan. Era nove horas da manhã, faltava apenas uma hora para os meninos embarcarem no avião que os levaria para o próximo lugar do Tour, e Chan não havia aparecido. Quem fez o checkout do hotel foi o Manager enquanto ligava desesperado para o líder que- NUNCA- se atrasava ou perdia voos.

Depois de vinte minutos de várias ligações perdidas e cabelos puxados, Bang Chan simplesmente apareceu na plataforma de embarque como se sempre estivesse lá. Foi Jisung que percebeu sua chegada.

— Onde você estava? Achamos que tinha sido sequestrado.

— Estou bem –coçou a nuca em nervosismo- Só tive uns problemas pessoais.

Era estranho Chan tentar esconder algo do grupo, principalmente visualmente porque o rosto dele se contraia todo e suas mãos suavam. Mas acreditou estar sendo convincente sobre sua escapada noturna com uma garota que nem tinha tanta intimidade assim.

Seungmin não disse nada quando viu a marca deixada por alguém no pescoço do loiro atrasado, não é como se pudesse perguntar livremente, nem como se quisesse saber. Aquilo que tinha feito não era completamente sua culpa e ele entendia, mas aquele sentimento acanhado não desaparecia quando os dois se encararam.

The Backstage [minsung]Onde histórias criam vida. Descubra agora