Sushi de Atum

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As mãos de Jisung suavam enquanto ele discava no aparelho o único número que lembrava de cor esperando que fosse atendido rápido para acabar com toda essa aflição.

— Sung? É você? – a voz de Bang Chan soava preocupada.

— Opa, tudo certo- forçou uma risada- Só para avisar que eu vim no mercado e comprei um sushi de atum.

— Ah... Que bom. Te espero em casa.

O Senhor Park ouvia toda a conversa pacientemente e achou engraçado de o menino especificar sua compra imaginária em um momento daquele, era no mínimo estranho. Mas, no outro lado da ligação, Bang ficou nervoso ao escutar as palavras "sushi de atum" - era a garantia de que ele estava em perigo.

Foi em uma tentativa malsucedida de um encontro que Bang Chan teve a brilhante ideia de criar uma palavra-chave para quando precisavam que alguém o tirasse da situação, era só dizer "sushi de atum" que Changbin ou Jisung apareceriam dizendo ser um primo distante e o levando embora- escolheram comida pois se encaixa em qualquer contexto- ideia de Han.

Dessa vez, Christopher planejava salvá-lo daquela situação como sempre faziam. O "plano" foi arquitetado pelo Manager- depois dele desistir de contar ao PD-nim - tinha contatos o suficiente para assustar o velho, teriam apenas uma conversa civilizada utilizando alguns nomes importantes. Era perigoso e inútil colocar todos os meninos em perigo, então no carro havia apenas Bang Chan, Minho e o Manager.

— Pode estacionar aqui.

O Manager gostava da ideia de apertar a campainha e negociar civilizadamente com o Park, mas Minho nem mesmo pensou nessa justificativa, quando desceram do carro e ele viu que os portões eram fáceis de serem pulados. Foi o que ele fez sem ao menos pensar nas câmeras ou no perigo.

— Vai ficar aí fora? – perguntou já dentro do gramado do homem rico sendo seguido por Chan.

— Sabe que isso é crime, não sabe? Como eu vou explicar isso pro PD-nim - o Manager choramingou.

— Isso fica entre nós – Minho piscou.

Channie quase riu quando viu o Manager respeitado da JYP quase rasgar as calças tentando escalar aquele portão de altura média, mas deu tudo certo e entraram no extenso jardim onde não apenas flores se faziam presentes, alguns homens engravatados guardavam a porta principal. Mais um problema.

— Vamos ter que entrar pela porta dos fundos – o Manager sussurrou.

Aquilo era meio óbvio. Andaram agachados atrás dos arbustos na tentativa de não fazer barulho suficiente para alertar algum daqueles homens. Buscando fazer o máximo de silêncio possível, atravessaram o jardim e viram uma senhora tirando o lixo e caminhando até o outro lado da casa, a oportunidade perfeita para os dois. Correram como dois loucos em direção aquela porta orando para que a mulher não virasse de costas e chamasse a polícia.

Lee Minho passou por aquela porta, suspirou o mais baixo que conseguiu e abaixou se escondendo atrás do balcão branco luxuoso da cozinha. Os outros apenas seguiram o mais novo já sentindo dores por ficarem abaixados por tanto tempo, principalmente o Manager que não treinava o corpo. A voz de Jisung ecoava pelos cantos da casa, o que fez a adrenalina ser despejada na corrente sanguínea de Know.

Foi pura sorte não se depararem com nenhum dos criados que viviam na casa durante o caminho da cozinha até a sala principal- não foi tão perto- mas conseguiram completar. Bang Chan foi o primeiro a ver o amigo sentado no sofá com os pulsos amarrados e o rosto cansado, sentiu uma raiva descomunal e quase se levantou para bater no homem engravatado.

O Manager segurou o braço de Chan o olhando como se não valesse a pena fazer aquilo e caminhou até a sala onde a vítima estava, foi um susto quando Jisung se deparou com aquele rosto conhecido, sentiu-se mais calmo.

The Backstage [minsung]Onde histórias criam vida. Descubra agora