12° dia na pousada.
Cinco dias se passaram e eu tenho que admitir que o Jeff está cumprindo com o que prometeu, os dias tem sido bem civilizados, sem discussão ou piadinhas, mas tenho notado ele meio estranho. Naquele dia eu estava tão irritada que eu fiquei completamente nua na frente dele e eu nem me toquei, mas depois eu fiquei com uma vergonha tão grande que eu simplesmente fiquei sem olhar pra ele durando dias.
Hoje é sexta e ele saiu, e eu estou completamente sozinha nessa casa. Bom, pelo menos não está chovendo. O Dylan esteve aqui hoje e disse que iria na casa da mãe e só voltaria na segunda. Ele tem sido bem legal comigo, eu confesso que fico confortável ao lado dele. Ele é simplesmente perfeito... Prestativo, lindo, forte, inteligente, gentil e educado.. Perfeitinho.
Olho para o relógio e vejo que já são dez e quarenta da noite. Eu vou dormir. Subo as escadas e entro no meu quarto, deito na cama e simplesmente apago.
Acordo com barulhos no andar de baixo e fico literalmente me cagando de medo. Olho a hora e vejo que são três da manhã, me levanto e abro a porta do quarto.
Merda, eu estou com medo, estou sozinha em casa.
Outro barulho alto de vidro se quebrando se faz presente e eu dou um pulo. Eu tenho que descer. Lá embaixo tem como eu fugir, aqui em cima não. Desço as escadas devagar, avisto a porta aberta e quando eu ia sair eu vejo o Jeff completamente bêbado saindo da cozinha com a mão sangrando.
— Eu te acordei? Foi mal.
— Jeff, o que você fez? Merda, Jeff. — Vou até ele e puxo sua mão. Tem muito sangue. — Vem, vamos cuidar dessa merda.
— Não precisa, pode ir dormir, eu dou um jeito. — Ele fala escorado na parede.
— Que jeito? Você não está se aguentando em pé. Como se cortou?
— Copo me quebrou. Não, eu quebrei ele.
— Você está completamente bêbado. Fala sério. Que mudança de hábito é essa? Você costuma transar, não volta pra casa bêbado.
— Eu não consegui. — Ele fala e estamos andando de volta pra cozinha. Sento ele e vou até embaixo da pia pegar a maleta de primeiros socorros.
— Não conseguiu o que? — Pergunto botando a maleta em cima da mesa.
— Não consegui transar, porra, meu pau não funcionou. Meu deus eu tô broxa. — Não consigo me segurar e começo a rir descontroladamente.
— Você? O Jeff Smith? Brocou? Essa eu vou ter que falar para o John.
— Ele já sabe, eu liguei pra ele na hora. Bom, eu acho que era ele.. — Jogo o álcool em cima do machucado e ele faz careta. — Que possa é essa? Isso dói.
— Álcool e porque broxou? Se é que isso tenha um motivo para acontecer né...
— A culpa é inteiramente sua, Emma. Sua... Sua... Sua diaba. — Ele fala e eu fico querendo rir pelo jeito que ele falou, mas estou completamente confusa. Pego as gases e começo a limpar o machucado.
— Jeff, eu nem estava lá, como eu posso ser a culpada?
— Por isso mesmo, você não estava lá. -— Ele fala e eu fico olhando pra cara dele... Esse cara é louco? Bom, ele está completamente bêbado. Deve nem saber o que diz.
Enfaixou a mão dele e me levanto.
— Vem, vou te ajudar a subir. — Ajudo ele se levantar.
Quando chegamos na sala eu boto ele no sofá só pra fechar tudo e depois ajudo ele a subir as escadas. Entro no seu quarto e boto ele na cama, tiro seu tênis e depois boto ele sentado para tirar sua jaqueta que está toda suja de sangue. Ele fica sentado e eu parada na sua frente no meio das suas pernas, ele levanta a cabeça e fica me olhando enquanto eu luto pra tirar a peça.
— Emma, você é linda, sabia?
— Jeff, você já broxou hoje...
— Acredite, eu não broxaria com você. — Ele fala e suspira.
— Jeff, deita e vai dormir, ok? Você está bêbado demais e nem sabe o que está falando. — Tiro a jaqueta dele.
— Ok, ok... Só, só deita comigo, tá? — Ele fala se deitando na cama.
— Não Jeff, amanhã cedo venho ver como você está.
— Não, fica aqui, não vou transar com você. Eu estou de roupa. — Começo a rir dele. Ele estende a mão e pega a minha. — Vem.
Ele me puxa e eu deito. Estamos um de frente pro outro, ele bota o seu braço na minha cintura e fecha os olhos. Depois de uns dez minutos ele dorme e eu saio da cama. Volto pro meu quarto e deito.
O que foi isso? O cara está completamente louco....
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Não era para ser amor. [QUICK STORY]
RomanceEla: Uma mulher totalmente "certinha", é dona de uma pousada na cidade onde mora, ama a companhia dos amigos e dos familiares. Na vida amorosa não tem muita sorte, mas a verdade é que ela não está ficando nisso no momento. Ela quer focar totalmente...