6° dia na pousada
Acordo sentindo dor no corpo e na cabeça, estou gripada. Que saco, tudo culpa do Jeff. Me levanto e vou até o banheiro e tomo um banho, começo a espirrar, mais que merda. Depois do banho boto uma roupa quente e saio, desço as escadas e sinto tudo doer e pra piorar essa merda de chuva não para. Quando chego na cozinha a mesa está cheia de coisas, fico confusa... Pães, café, biscoito, suco... Jesus será que eu morri? Me sento na mesa e pego uma xícara e boto café, logo o Jeff aparece na minha frente, estava muito bom para ser verdade.
— Você está bem? — Ele pergunta.
— Não.
— Ok, eu vou providenciar remédios pra você. — Ele fala mexendo no celular, depois de um tempo ele bota o celular na mesa. — Prontinho.
— O que você fez?
— Ué, mandei seu namorado comprar.
— Jeff, você é um inútil, filho da puta.
— Ei, vai com calma, eu só tô tentando ajudar. — Ele fala pegando um biscoito. — Eu que não vou sair nessa chuva, ele quer te pegar, ela vai fazer isso com gosto.
— Cala a porra da boca. — Me levanto e vou em direção a escada.
— Ei, não vai comer? — Ele grita e eu não respondo. — É bom que sobra.
Cara irritante.
Subo as escadas e vou pro meu quarto, deito na cama e sinto tudo. Fala sério. Me cubro e fico deitada até pegar no sono. Acordo com alguém falando comigo e quando eu abro os olhos vejo o Dylan, ele sorri pra mim.
— Então está gripada, isso não é nada bom. — Ele fala me entregando o remédio e um copo de água. — Toma isso vai melhorar. Me sento e tomo o remédio, eu devo estar horrível, mas eu não tô nem aí, eu tô doente.
— Obrigado.
— Que isso, só estou ajudando... Já comeu?
— Não. — Puxo o pulso dele e vejo a hora, meu deu, eu dormi muito.
— Vou lá embaixo fazer uma comida pra você, ok? Fica aqui.
— Não, eu tenho medo de chuva, eu vou pro sofá.
— Ok, eu te ajudo... Medo de chuva? Sério?
— Água é algo em que eu não confio de jeito algum. — Falo me levantando.
Ele me ajuda a descer e eu levo o meu edredom. Chegamos na sala e o Jeff estava no sofá que fica de frente pra tv, ele revira os olhos e sai do sofá e eu me deito. O Dylan vai pra cozinha e eu fico na sala, na tv estava passando uma corrida de carros, ninguém merece.
— Troca de canal. — Peço.
— Não, eu estava aqui primeiro.
— Mas agora não está sozinho, Jeff, você precisa entender que quando está com outras pessoas você precisa entrar em acordos, não pensar só em você.
— Vai me pedir pra botar filme de princesa? — Ele fala debochado.
— Me dá o controle. — Ele joga o controle.
Começo a troca de canal e só tem coisa ruim, até que eu continuo trocando e vejo que está passando Venom. Aumento o volume e começo a assistir. Sério, esse filme é muito bom. Começo a rir com o diálogo deles e vejo que o Jeff está rindo também, se eu não gostasse tanto desse filme eu tiraria. Odeio ver ele assim, rindo.
— Esse cara é muito medroso. — Ele fala.
— Tenta ter dentro de você um bicho que te faz ter super poderes, DO NADA.
— Eu ia aproveitar.
— Você ia se borrar de medo, Jeff.
— Falou a pessoa que tem medo de chuva.
— E você que tem medo de ratos.
— Ratos morde e te deixa doente, sua louca. — Ele fala e eu começo a rir.
— Muito frouxo.
— Emma, você tem medo de chuva, tem noção? Chuva.
— A chuva mata pessoas, Jeff, chuva derruba casas, chuvas alagam cidades, chuva é algo perigoso. — Falo o óbvio.
— Blá blá blá...
— Cala a boca que eu quero ver o filme. — Falo já irritada.
Focamos no filme e quando terminou eu botei outro, na metade do outro o Dylan apareceu com a nossa comida. Me sentei e ele se sentou do meu lado e comemos vendo tv e conversando. O Jeff sumiu e eu agradeci aos céus por isso, Dylan ficou comigo até a noite e depois ele foi embora. Jeff já tinha chegado e estava em seu quarto, quando eu subi a chuva estava bem mais forte e eu realmente estava com medo.
Jeff
Estava no quarto deitado na cama e mexendo no celular quando a porta do meu quarto é aberta lentamente, Emma bota a cabeça para dentro e está com aquela cara dela de cachorro sem dono.
— Jeff... — Ela me chama baixinho.
— O que foi?
— Eu tô com medo. — Ele fala e eu começo a rir.
— E eu com isso? — Ela faz cara de brava e entra no quarto.
— Eu vou dormir aqui com você.
— Não, eu não quero me contaminar com a sua chatice.
— Por favor, Jeff... Eu faço o seu café da manhã todos os dias, até a gente ir embora.
— Ainda é pouco.
— Tá, café da manhã e almoço.
— Que tal você fazer... Café da manhã, almoço e janta? — Falo e ela faz cara de raiva mais uma vez.
— Tá Jeff, mas aí você vai dormir no chão.
— Nada feito. — Falo. — Você está no meu quarto e ainda vou ter que dormir no chão?
— Ta bom, ta bom. — Ela fala e sobe na cama. Ela esta enrolada no seu edredom, ela deita na cama, mas logo se levanta e pega três travesseiros que estavam no chão e bota entre nós dois. Rio com isso.
— Emma, nem bêbado eu ficaria em você.
— Não confio sóbrio, imagina bêbado.
Ficamos em silêncio e depois de um tempo eu vejo que ela dormiu. Ela pode ficar no meu quarto essa noite, porém...
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Não era para ser amor. [QUICK STORY]
RomanceEla: Uma mulher totalmente "certinha", é dona de uma pousada na cidade onde mora, ama a companhia dos amigos e dos familiares. Na vida amorosa não tem muita sorte, mas a verdade é que ela não está ficando nisso no momento. Ela quer focar totalmente...