Attitude change

Convites (Part. 2)

– Cadê a porcaria desse refeitório? - A esverdeada se perguntou pela terceira vez ao entrar em outro corredor errado. – Por que ele sempre sai do lugar?

Zorah caminhava irritada com cada corredor errado em que se metia e xingava o refeitório por estar "mudando de lugar". Seus punhos já estavam cerrados prontos para esmurrar quem quer que aparecesse em sua frente até que ouviu um grito chamando por seu nome.

Revirou os olhos reconhecendo muito bem a voz de quem se aproximava e virou com cara de poucos amigos vendo o loiro correr em sua direção com os braços para cima, um sorriso bobo nos lábios e os olhos brilhando, o que não podia definir como nada menos que patético.

– Zorah-chaw. - A garota cruzou os braços irritada com a forma que o loiro se referia a si. Ela detestava aquele honorífico que ele usava com quase todas as amigas dele. – Me daria a honra de ter sua companhia para degustar de uma belíssima refeição?

Zorah apenas virou de costas quando Sanji usou um tom grave na voz, quem ele achava que impressionava com aquilo? Voltou a caminhar pelo corredor a passos duros, ignorando completamente a presença do outro.

Havia anos que se conheciam e Sanji se encantou pela garota desde o momento em que a vira pela primeira vez, porém ele era um romântico incorrigível e o fato dele apreciar todas as garotas que encontrasse em sua frente apenas fazia a esverdeada não confiar nos sentimentos que ele dizia ter e se irritar – bastante – com as atitudes dele.

– Zorah-chaw, esse não é o caminho para o refeitório. - A garota sentiu as bochechas queimarem de vergonha com a correção do outro.

Se voltou exaurida para trás. Já havia errado o corredor, ou em suas palavras, as coisas haviam saído do lugar, muitas vezes, então – mesmo que seu orgulho lhe custasse admitir – precisava de ajuda. Como uma pseudo artista marcial que fazia Muay thai e Kendo precisava se alimentar bem, ainda mais que havia realizado um de seus treinamento intensos assim que despertou às 4 da manhã e só comeu uma fruta.

– Tsc. Me mostra o caminho então. - Puxou o loiro pela gola da camisa para que ele a acompanhasse.

– É para o outro lado. - As mãos de Sanji seguiram até cintura de Zorah, virando seu corpo suavemente para o lado, deixando a esverdeada ainda mais vermelha e, consequente, mais irritada. – O pessoal estava combinando uma saída depois da gincana, você também vai?

– Não sei, se rolar alguma bebida eu topo.

– Eu fico tão feliz com isso, Zorah-chaw. - Sanji a abraçou pela cintura empolgado, apoiando o queixo no ombro da mesma e sorrindo contente.

Zorah sentiu seu corpo tensionar com aquele contato. Sanji nunca faria contato daquele tipo com alguém sem o devido consentimento e sabia que aquele gesto vinha da intimidade de que adquiriram conforme os anos – mesmo com seu jeito na maioria das vezes bruto de o tratar –, porém isso não significava que ela se sentia completamente à vontade com atitudes como aquele. Ela se sentia confusa quando ele agia assim com ela e quando estava confusa era pior que apenas irritada, pois ficava ainda mais agressiva. E o resultado disso estava no corpo de Sanji prensado contra a parede do corredor e o antebraço de Zorah contra o peitoral do mesmo.

– Que porra está fazendo, ero-cook?

– Ah, Zorah-chaw. Eu amo quando você faz isso comigo, eu sou todo seu. - Sanji mantinha o sorriso feliz – e quase prazeroso – no rosto mesmo com a brutalidade da garota.

– Quando você vai parar com essa palhaçada?! - Esbravejou irritada. Por que ele não se afastava ou se irritava mesmo quando ela agia assim? Por que ele continuava confundindo-a? Além do mais, ela era alguém pouco feminina, qual seria a razão dele gostar dela, mesmo com aquele jeito que tinha? – Acha que eu caio nesse seu papo de que gosta de mim?