Attitude change

Tomando atitude (Part. 2)

Lawliet estava deitada em sua cama pensativa. Estava com sua camisa e shorts de pijama, mesmo que ainda fosse sete da noite. Os acontecimentos do dia ainda rondavam em sua mente apenas a deixando mais triste. Se sentia desanimada e estava sozinha ainda por cima, Zorah não respondia as mensagens e seu pai só voltaria no dia seguinte. Sua única companhia no momento era seu urso gigante Bepo, a quem ela abraçava fortemente.

Seu olhar percorreu pelo quarto grande e vazio, mas parou em seu reflexo no guarda-roupa espelhado em frente à cama. Estava patética. Céus, ela realmente estava deitada sem fazer nada sentindo pena de si mesma?

Não podia mais negar o que sentia, já não conseguia nem enganar a si mesma quanto à isso e sabia que precisava fazer algo, porém estava apenas ignorando tudo, outra vez, como sempre fazia. Ela não podia fazer isso, não mais!

Se sentou na cama no mesmo instante. Ela era quase uma adulta, iria para a faculdade no ano seguinte e ainda não conseguia admitir para um garoto que estava apaixonada por ele? Isso era inadmissível! Quer dizer, ela nunca conseguiu admitir sentimentos como aquele por ninguém quando estava apaixonada, nem conseguia expressar isso e só se afastava quando percebia que não podia mais negar, mas ela não podia fazer isso agora, já estava na hora de aprender a lidar com isso.

Não poderia mais guardar tudo para si e ficar se angustiando com aquele sentimento que não deitava para fora, ela já estava sufocada e exaurida, precisava fazer isso. Uma rejeição doía no orgulho, machucando o ego sensível e doía no coração profundamente quando se estava apaixonado, ela sabia disso, mas precisava arriscar, ao menos dessa vez. Mesmo que Luffy não a correspondesse ou estivesse interessado em outra pessoa, tinha que tentar, além de que por ele valia a pena. Ela tinha que fazer isso.

Claro que sabia que era algo muito mais fácil na teoria que na prática, mas tinha que ter alguma motivação para fazer isso. Pegou seu celular vendo as horas e onde seria o local que o seu grupo de amigos – embora ela não admitisse todos como amigos – havia combinando de irem. Ela iria até lá e falaria com Luffy.

– Larga de ser frouxa, porra! - Disse para si mesma determinada.

Se levantou, jogando o celular na cama. Já sabia onde estavam e não era tão longe, ainda tinha tempo. Foi em direção ao guarda-roupa para se trocar. Retirou a blusa do pijama ficando apenas com o short cinza e o sutiã a decidir se tomaria um novo banho ou não. Decidiu que não, já que havia tomado antes de se deitar, então só colocaria uma blusa e uma calça.

– Tral!

O apelido único soou de repente como um alarme em seu cérebro e se virou no mesmo instante, vendo Luffy passar pelo batente da porta e arregalar os olhos ao vê-la despida.

O olhar de Luffy pousou sobre a tatuagem entre os seios da garota levemente escondida pelo sutiã. Ele sempre achou interessante todas as tatuagens que ela possuía, mas aquela ele nunca tinha visto.

– Luffy-ya, o que... - O corpo de Lawliet havia petrificado no lugar ainda com a camisa do pijama em mãos. Tudo que havia pensado em falar com ele havia evaporar de sua mente no mesmo instante enquanto suas bochechas coravam. – C-como você entrou aqui?

– Eu... - Os olhos de Luffy não se desprendiam de cada tatuagem do corpo da garota em nenhum momento. – A porta estava aberta.

– Ah, sim... Espera, o que!? - O cérebro da garota voltou a funcionar na hora com aquela informação. – Como assim?! Você fechou ela?

– Não, ainda tá aberta.

– O que? Por que você não fechou, Luffy-ya? - A garota correu até a escada vendo a casa completamente aberta. Céus, onde ela estava com a cabeça? As janelas e a porta de sua casa estavam abertas e provavelmente continuariam até o outro dia já que ela nem havia percebido.