Capítulo 34-1, 2, 3 gravando...

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Boa noite


Aproveitem!

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POV REPÓRTER

É quase automático associar o folclore a histórias criadas nas florestas, o termo folclore vem de conhecimento popular. Movimentações estranhas nas matas da vila do Cedro assusta as comunidades vizinhas e hoje vinhemos aqui buscar mais a fundo.

Segundo os contos que circulam na boca do povo, fora avistado um ser alto magro rondando a vila do cedro, boatos populares também afirmam ver outros seres como mula-sem-cabeça, lobisomens, assovios conhecidos como o grito da caipora, rasga mortalhas e alterações nos ciclos das águas.

Um incêndio ocorrido na floresta do cedro no período de festas juninas subiram suspeitas sobre o motivo do incêndio. O incêndio resultou na morte de Gabriela Figueredo Martins, ativista ambiental e organizadora do movimento de resistência e preservação ambiental. A empreiteira que visava comprar a região se pronunciou dizendo que a empresa não é responsável pelos acontecidos e que está auxiliando a comunidade a se reestabelecer. Já os relatos dos moradores são outros.

R: Estamos aqui com o representante local João Soares, João, você trabalhou com o Senhor Laerthe, qual  é a versão dos moradores?

J: Boa Tarde a todos, a versão de nós moradores, onde foi um incêndio proposital por parte da empresa e isso alterou o clima e a vida dos lagos, que são o meio de sustento da nossa população. 

R: Sobre os avistamentos de figuras míticas nas redondezas, o que você significa isso?

J: Todos nós acreditamos em algo, em momentos difíceis nós apegamos as essas crenças e às vezes até enxergamos ela, então minha posição é que esses avistamentos são apenas um reflexo das dificuldades que temos passado.

R: E sobre a morte de Gabriela você poderia detalhar como essa morte abrange as suspeitas contra a empreiteira?

J: Gabriela morreu de forma nobre, a filha dela se perdeu na mata enquanto brincava com alguns amigos, ela foi procurar a menina quando o incêndio se iniciou, a menina conseguiu sair, mas Gabriela não.

R: Você tinha me comentado que seu pai senhor Cícero, desapareceu essa semana. Como andam as buscas?

J: Meu pai saiu para um retiro espiritual dado os últimos acontecimentos, ele deveria ter retornado duas semanas atrás, as buscas seguem inconclusivas.

R: Obrigada, João. Voltamos agora para o estúdio.

A gravação terminou e sai em busca de imagens para o documentário.

Eu andava adentro a mata com Lucas mostrando a região queimada, fomos mais a fundo e chegamos a uma clareira limpa descampada.

Uma silhueta de uma mulher de verde e cabelo vermelho pontou-se no alto de uma árvore distante.

Um assovio foi ouvido, me virei para sair quando, pera onde fica a saída? Cadê o Lucas?

Continuei andando até que cheguei em uma espécie de cova.

CS: Não deveria estar aqui.

R: Quem é você?

Senti minha garganta secar até que vejo um feixe de fogo atravessar ele.

Três moças com trajes de couro e fibra, elas amarraram ele e apagaram o fogo da candinhera que levavam. Vejo uma sombra escura sair do corpo e ocupar espaço agora aceso do lampião.

Um novo olhar// MarinêsOnde histórias criam vida. Descubra agora