Capítulo 17 - Aiyra?

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Desculpa o atraso comecei a escrever era 22:00 tô terminando agora

Aproveitem!

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POV INÊS

Era meia noite de lua alta, o som dos tambores mudavam os ventos,  os assovios tomavam conta dos 4 cantos do mundo.

A água se agita para a Lua;

O fogo se evoca para o Sol;

O ar rodeia a voz do trovão;

A terra celebrava a forte vida;

De  todos os ciclos, espíritos,  vidas, mortes, histórias, O caos.

O caos, vazio, escuridão. O criador dos primordiais, única certeza por que até a morte é uma ilusão.

Eu e Beatriz começamos os ritos, Alicia e Ênio faziam da terra, templo, Nair e Joana ardiam as fogueiras,  Camila e Regina lavavam e limpavam o ambiente. Os perfumes, incensos e Tintas estavam prontos, a clareira iluminada pelas fogueiras, o grito do curupira tudo estava em seu lugar.

Quando vejo Iberê e Eric surgir no horizonte, Luci e Eric ambos refugiados e com dúvidas irrespondíveis.

Eric, filho de Manaus, Manaus, filho de Jaci, Jaci, mãe do Rios e mares.

Luci, Filha da Ira e da Chuva, do ódio e do conhecimento, Xandoré, a guerra,  Jururá-Açu, o orvalho e conhecimento. Luci, sobrinha de Anhagá e Ticê.

As pinturas nos corpos de Eric e Luci foram iniciadas pelas guerreiras de Nair. As minhas e de Beatriz, fizemos uma a outra, irmãs, não por sangue, por salvadora, Ticê vagante da noite em que Anhangá está nas terras infernais.

I e B: Minha mãe Ticê, aqui suas filhas, dê proteção para a fúria do olhar do julgador, paciência para o Legislador e força para o Executor. Faça-me apta a calma perante o ódio e o sorriso perante o Caos.  Ihya Ticê.

Terminamos os ritos de preparação, a flauta soou firme na noite atravessando a floresta.

 Os ventos circulavam envolta da gente, os tambores batiam firmes, os cânticos saiam direto e a voz não vacilava ao clamar.

POV MARCIA

Virei a madrugada lendo e tentando entender, aparentemente cada entidade é filho de um Deus, dependendo de como a morte aconteça e da finalidade era possível traçar a linhagem,

Os da água, Jaci, a Lua ou Caramuru, o oceano.

Os do fogo, Guaraci, o Sol ou Angra, o fogo

Os da terra, Sumé, a Lei e Agricultura ou Mutin, a Primavera.

Os do ar,  Tupã, o Trovão, ou Akuanduba, a Ordem

Os das Trevas, Ticê, a Feiticeira, Anhagá, o Julgador ou Xandoré, A Guerra.

Espíritos e outros são vinculados a terra e as trevas, manifestações do próprio caos, da força do vazio pré-existente em nós.

Eram 3 horas da manhã, dormi rápido, me vejo dentro de um sonho lúcido.

Era um cemitério uma tumba preta, de escritos em dourado, era a tumba de Carol, a Capa Preta.

Andei alguns passos próximos, era um homem alto, trajado de couro e um arco sem flecha. Ele me olhava fechado de cima a baixo, reconheci a pena de seu arco era Jurupari, filho de Ceuci e de Tupã, O legislador e o Invasor de Sonhos.

Uma flecha azul surgiu em suas mãos, ele tomou o arco e mirou ao alto quebrando o vento com um trovão estrondoso. A terra se abriu e Jurupari estendeu a mão, descemos até um campo escuro de clima fechado, era agoniante estar naquele lugar, o desespero bateu em minha porta e eu abri, senhora e senhores agora eu tô no chão.

Chegamos a um trono, de cabeça baixa não ameaçaria olhar no olho de ninguém aqui, vi os  pés de 3 tronos, no centro a cor branca iluminava, Anhangá, a direita o roxo era forte, Ticê e a esquerda Vermelho, Xandoré. 

Ticê se levanta, e conversa em idioma não reconhecível com Jurupari, vi sua sombra se levantar e caminhar até mim.

T:Andas estudando nós, certo?

Eu tremi ao ouvir seu tom de voz rouco.
T: Responda!
M:Sim, Senhora eu venho estudado.
T: Como você continua viva? As entidades deixam apenas famílias de curandeiros saber da existência, e você é uma filha expulsa de uma família de crenças falhas.
M:Eu não sei, senhora

Xandoré se levantou e veio até Ticê.
Algo foi discutido entre eles.

X:Naurú pisare (guerreira da noite)

T: Jaci sabe?

Olhei para baixo ainda sem entender
T: Márcia, você sabe da história de Jururá-Açu, certo?

M:Sei, senhora

T: Xandoré, o ódio e a guerra me disse que você conhece a filha de Jururá-Açu, é verdade?
M: Sim, senhora

Anhangá percebeu o que havia acontecido.
A voz enlouquecedora bradou as terras infernais
A: Chamem Jururá-Açu!

Jurupari me deixou parada perante a tríade das trevas.

Fiquei aliviada quando senti a pulseira de pedra ametista no meu punho, pelo menos uma lembrança de Inês eu tinha para aquele momento.

Jururá-Açu chegou em passos lentos, Ticê perguntou algo e ela respondeu em uma língua que ainda não indentificava.

Ticê e Xandoré sentiram a conexão das entidades envocando eles perante as novas entidades.

Eles sabiam

Ticê levantou minha cabeça e olhou no fundo dos meus olhos seus olhos fundos e escuros haviam um brilho misterioso que atraia e enloquecia.

Acordei do sonho

Deuses o que vai acontecer agora.

POV INÊS

Um bradar se ouviu dos céus, o próprio deus da Ira e do ódio desce rasante em forma de águia. Olha no fundo dos olhos de sua filha.

X: Aiyra? 

L: Abá

Ihya Ticê se fez presente eu e Beatriz nos ajoelhamos em respeito.

T: Inês e Beatriz, por que me chamam?

Jaci desceu em último suspiro parando a noite

J: Me chamam para apresentar quem?

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Aiyra- filho/filha
Abá-Pai
Ihya- mãe

De tribos variadas.

Espero que tenham gostado
Amo vocês!

Um novo olhar// MarinêsOnde histórias criam vida. Descubra agora