A filha de Poseidon é reclamada.

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Drake e eu estávamos sentados em um sofá enquanto Todd estava em pé. A sala era bem estranha e tocava uma música horrível, o lugar estava lotado de coisas que não pude reconhecer já que a dor que eu sentia por todo o meu corpo, – mas principalmente em minha cabeça – não permitiram que eu prestasse muita atenção no lugar.

Me levantei e andei cambaleando até uma parede onde tinha um espelho com uma moldura rica de detalhes pendurado. Meu estado era péssimo. Meu rosto estava pálido, meus lábios estavam roxos, meu corpo inteiro continha arranhões, minhas roupas – uma blusa verde esmeralda de meia manga e uma saia marrom na altura de meus joelhos – estavam rasgadas. Notei que perdi uma de minhas sapatilhas, provavelmente fugindo dos gigantes canibais. Foi então que observei meu cabelo e quase desmaiei.

Já era de se esperar que o meu cabelo não estivesse "domado" já que eu estava pendurada de cabeça para baixo, mas o que mais me assustou foi o sangue seco por todo o meu cabelo e meu rosto.

Me virei para Drake.

– Alguém pode me dizer o que aconteceu comigo? – Cruzei os braços.

Os meninos se olharam, Todd passou um olhar para Drake que dizia "Vai em frente, conte". Drake suspirou, coçou a cabeça, olhou para o teto e finalmente olhou para mim.

– Meri, quando um dos gigantes te pegou, você não parava de gritar...

Balancei a cabeça o encorajando a continuar.

– Então ele se irritou e... – Drake olhou para o nada provavelmente lembrando da cena – então, ele... – Uma lágrima rolou em seu rosto.

Com dificuldade, andei até Drake e sentei ao seu lado.

– Conte, por favor. – Sussurrei olhando para ele.

– Ele te jogou contra uma enorme pedra, Meri. – Ele fechou os olhos – Você desmaiou na mesma hora, e... você não parava de sangrar.

Toquei em meu couro cabeludo, senti as crostas do sangue seco por todo o meu cabelo.

– Então... minha cabeça... – Drake me interrompeu.

– Eu não pude fazer nada por você, não consegui me soltar do gigante. Achei que estava morta. Eu pensei em não lutar, em me entregar para os gigantes de vez, mas eu pensei que não era isso que você iria querer, então continuei com a ideia de que eu conseguiria sair dali, por você. – Ele finalmente abriu os olhos e olhou para mim – Então, – ele abaixou seu tom de voz – quando eu vi você acordando, eu explodi de felicidade por dentro, eu poderia passar o dia todo ali, agradecendo por você estar viva. – Nós sorrimos – Eu achei que você tinha morrido por minha culpa, por que eu não consegui te salvar.

– Drake... você sabe que isso não é verdade. Céus! Eu nunca te culparia por nada que acontece a mim. – Limpei as lágrimas de seu rosto enquanto ele limpava as minhas.

– Me promete uma coisa? – Ele sussurrou.

– O quê? – Eu disse com meus olhos fixados nos seus.

– Me promete que nunca vai me abandonar e que nunca vai se arriscar se eu não estiver por perto?

– Prometo! – Sorri.

Um misto de alegria, alívio e dor física explodia em mim.

Então, eu beijei Drake. Eu não sei como aconteceu, eu não sei como eu me joguei em seus braços, eu só sabia que eu queria que aquele momento durasse para sempre se não fosse por... Quíron.

– Oh, precisam de privacidade? – O homem em uma cadeira de rodas que eu concluí que fosse Quíron, falou.

– Ah... perdão. – Senti meu rosto ficar vermelho.

A Filha de PoseidonOnde histórias criam vida. Descubra agora