Depois de ter tido alta no hospital, Louis e Harry, junto de Anne foram para a casa de Harry.
Anne disse que faria o jantar e, Louis, com a ajuda desnecessária segundo ele de Harry, foram até o quarto dele. Louis deitou na cama junto de Harry e os dois ficaram em um silencio confortável, até que Louis decidiu quebra-los.
- Harry, me diga uma coisa, e não minta. Quando nós saímos, eu te perguntei o porquê de voce me odiar e você falou que não me odiava. Mas qual o motivo de você sempre me tratar daquela forma?
- Por que isso de repente?
- Eu venho pensando nisso desde aquele dia que você tentou me ensinar a dirigir, mas não consegui te questionar de novo.
- B-bom, eu não menti para você. Não tem motivos.
- Sempre tem um motivo. E eu quero saber qual – Harry suspirou antes de começar a falar.
- Acho que sempre tive inveja de você.
- Inveja? De mim? Por quê?
- Louis... eu sou gay.
- O que? – Louis perguntou.
- Sim. E ver voce ser tão aberto sempre me intimidou um pouco, sabe? – disse sentando na cama, sendo acompanhado por Louis – Eu nunca pude ser assim por conta do meu pai, e acho que a inveja de querer ser como você acabou crescendo em mim, e por isso eu acabei tratando você daquela forma. Eu sei que não foi justo com você, você não merecia ser tratado daquela forma.
- Hey, está tudo bem meu amor – disse puxando Harry para um abraço um pouco desajeitado – Mas eu também tenho que te perguntar outra coisa...o que são esses cortes no seu pulso? – Louis perguntou um pouco incerto e Harry respirou fundo antes de começar a falar.
- Há dois anos atrás eu me descobri gay e me envolvi com esse cara, o Mitch. Ele era incrível, sabe? Sempre me colocava para cima, me dava amor...ele era perfeito. Inclusive foi com ele que eu perdi a minha virgindade. Era tudo perfeito, mas meus pais não sabiam que éramos um casal. Um dia eu e ele estávamos no meu quarto assistindo à um filme abraçados e meu pai entrou no cômodo. Eu e o Mitch estávamos abraçados e o meu pai meio que surtou. Ele puxou o Mitch da cama e o expulsou da casa. E depois ele me bateu, me bateu muito. Ele me deixou marcado por semanas. E todos os dias ele fazia questão de me xingar. Xingar de nomes que na época eu nem sabia que existiam. “Bicha”, “Desgraçado”, “Inútil”, eram tantos que eu nem lembro mais. Só sei que depois daquele dia eu me fechei, me fechei e nunca mais me abri com ninguém, apenas com Liam e Zayn. Comecei a namorar Taylor para que os xingamentos parassem, o que realmente ajudou. Sinto pena dela por ter a usado, mas na hora que fiquei com ela e a pedi em namoro eu não estava pensando direito.
- Uma coisa que nunca parou foram as vozes em minha mente, e a voz era justamente dele. Ele me chamando de nomes, me xingando o tempo todo. Tudo isso era muito para mim, até que um dia eu conheci a lâmina. Doía, mas me aliviava, e Deus, como aliviava. Eu sei que é errado, mas eu por um tempo consegui parar. Tenho minhas recaídas, mas consigo me controlar.
- Harry...eu nem sei o que falar.
- Ainda tem mais...eu tinha uma irmã.
- Sério? Eu não sabia. E o que aconteceu?
- Ela morreu, por minha causa – Harry disse e Louis franziu o cenho, ficando totalmente confuso – Há uns quatro anos atrás ela foi me buscar na casa do Zayn, mas ela acabou sofrendo um acidente no caminho. Meu pai desde então joga a culpa toda em mim, até porque se ela não tivesse que ter ido me buscar ela estaria viva.
- Harry...babe...eu sinto muito. Eu não sei o que falar.
- Só diga que não vai me abandonar, por favor. Eu não sei se vou aguentar te perder Lou.
- Eu nunca te abandonaria meu amor. Está me ouvindo? Nunca! Mas você precisa de ajuda, ajuda profissional. Um psicólogo te ajudaria.
- E-eu acho que talvez seja bom.
- A morte de sua irmã está longe de ter sido sua culpa! E você precisa parar de se cortar, isso não te leva a lugar nenhum e a dor eventualmente sempre volta.
- E-eu vou parar...por você.
- Não, Harry. Você tem que parar por você. Para te ver bem, para ser saudável. Nunca faça algo para outra pessoa nesse quesito, sempre faça por você!
- Tem razão. Eu vou parar. Eu só não sei como – admitiu se aconchegando mais no peito de Louis – E eu também preciso te pedir perdão por outra coisa. Perdão por ter chamado a sua vida de fácil, mesmo que pelas suas costas. Eu não tinha ideia do que voce passava. Viver o tempo todo por outra pessoa e não poder viver por si mesmo é uma merda.
- Na verdade eu acabei me acostumando a não ter nem meu pai e nem a minha mãe por perto. Meu pai porque foi embora sem dar nenhuma justificativa e minha mãe por trabalhar demais.
- Acho que nós dois precisamos de terapia. Você não pode se responsabilizar o tempo todo por tudo. Você tem que viver, Lou. Tem a Lottie para te ajudar a cuidar das meninas de vez em quando, e eu. Eu não me importaria de cuidar delas.
- Não quero ser um peso na vida de ninguém – Louis disse passando a mão pelos cabelos de Harry.
- E quem disse que você seria um peso? Você tem que parar de assumir as coisas, meu bem. Eu não me importo em cuidar de Daisy e Phoebe com ou por você. Até que as pirralhas são legais.
- Mas sobre a sua mãe e seu pai, ele batia nela também?
- Na verdade eu acho que sim, ás vezes ela aparecia com alguns roxos depois de eu ter ouvido gritos vindo do quarto deles. Mas isso acontece desde que eu era pequeno. Nunca confrontei ela sobre pois tinha medo da verdade.
- Você deve ir na policia, fale com ela sobre isso. Conte para ela sobre os cortes e sobre o que nós falamos aqui. Vai ser melhor para você e para ela.
- Vou falar, prometo.
-Estou feliz por termos nos aberto um com o outro.
- Ainda falta nos abrirmos de outra forma – Harry disse em tom malicioso, arrancando de Louis uma gargalhada gostosa.
- Harry! – o repreendeu em meio as risadas.
- Posso confessar uma coisa? – Harry pediu se sentando de frente para Louis.
- Claro que pode.
- Eu hm...acho que estou apaixonado por você – Harry admitiu olhando para suas mãos.
Louis ficou em choque com o que Harry disse, mas logo o choque foi tomado por felicidade imensa em seu peito, que começou a bater fortemente junto das borboletas batendo as asas loucamente dentro do estômago de Louis.
- Eu também estou apaixonado por você – Louis admitiu se aproximando de Harry e o puxando para um selinho demorado.
Os lábios deles se colaram e um arrepio jamais antes sentido por ambos passou pela espinha deles. Os lábios se mexiam em sincronia e eles suspiraram em meio ao beijo.
Quando se afastaram, quase que gritaram de susto.
- Louis?
- Harry?
-X-
AAAAA
E aí, gostaram ??
Esse capítulo é muuito importante. Ele mostra a conexão que os dois tem, algo que vai além do carnal.
Deixa seu voto e seu comentário, isso ajuda demais :)
Até o próximo capítulo, chuchus xx.
VOCÊ ESTÁ LENDO
What If I Were You?
FanficDuas vidas completamente diferentes desejando a vida do outro que ocasionou consequências desagradaveis ou não, qual será o rumo dessa história ?