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Alerta gatilho de auto-mutilação

Louis foi para o banho se sentindo confuso. O que havia acontecido naquela tarde?

Primeiro: ele e Harry se beijaram.

Segundo: talvez, só talvez ele esteja criando sentimentos por Harry.

Terceiro: ele havia muito provavelmente dado um fora em Harry.

- Droga! Por que eu tenho que ser tão lerdo? – ele xingou-se por ter falado o que falou para Harry.

Enquanto ele se xingava mentalmente uma coisa no corpo de Harry o chamou atenção.

Cortes.

Mas não daqueles cortes que você acaba fazendo quando cai, ou quando raspa em uma parede. Cortes feitos com laminas. E o pior ainda: nos pulsos.

- Como eu nunca vi vocês antes? – a verdade é que Louis odiava reparar no corpo de Harry, pois sabia o que aconteceria.

Ele sempre estranhou o fato de Harry usar sempre blusas compridas quando estava calor, mas nunca, nem em um milhão de anos imaginaria o motivo.

Ele tomou o banho e vasculhou as coisas de Harry e, ao abrir a ultima gaveta do banheiro, encontrou as benditas laminas.

- Deus, Harry! – exclamou ao ver que havia sangue seco nelas - O que fizeram com você meu amor?

-X-

Harry estava se sentindo frágil, fraco.
Ele não queria ter esses pensamentos, mas as vozes sempre falavam mais alto.

Ele havia criado sentimentos por Louis, mas como ele poderia admitir?
"Coitado dele, levou um fora. Vou te dizer, meu amor, isso sempre vai acontecer!"

- Calem a boca – sussurrou deitado na cama embolado nas cobertas.

Agosto era um dos meses mais quentes de Londres e mesmo assim ele se sentia gelado, frágil e com frio.

Ele estava doente, e ele sabia disso, esse era o pior.

"Você não consegue nem fritar um ovo, por que um garoto como o Louis iria querer você?"

"Inútil".

"Burro, imbecil".

"Se mate logo, sua monstruosidade".

- Por que? – ele perguntou para si mesmo enquanto lagrimas escorriam por seu rosto.

A voz masculina de seu pai sempre o atormentava, mas por quê? Por que ele sempre o atormentava?

As lagrimas apenas caiam por seu rosto, e ele deixava. Ele não fazia nada para pará-las, pois não importa o que ele faça, esses pensamentos sempre vão voltar.

- Lou? – a voz de Fizzy se fez presente no quarto dele.

- O-oi Fizzy.

- 'Tá tudo bem? – ela questionou se aproximando da cama do garoto.

- Está sim, princesa – mentiu tentando se esconder em meio às cobertas, torcendo para que a irmã de Louis saísse de lá para que ele soltasse tudo de novo.

- Não é o que parece – ela disse se sentando ao lado do corpo do irmão.

- E-eu só quero ficar sozinho – sussurrou vendo a irmã deitar ao seu lado.

- Sabe, ás vezes eu também quero ficar sozinha, mas Lottie sempre fica do meu lado me abraçando. E eventualmente a dor melhora. Posso te abraçar? – perguntou vendo o rosto inchado do irmão.

- P-pode.

E assim ela fez. Harry ajeitou sua cabeça na curvatura do pescoço de Fizzy e continuou a chorar.

Ela agradava os cabelos dele enquanto sussurrava que tudo ficaria bem. E de certa forma, Harry acreditava. Ele a ouvia e acreditava. Por isso ele parou de chorar conforme o tempo foi passando e adormeceu nos braços de Fizzy.

-X-

Ao acordar, Harry sentiu uma dor de cabeça enorme. Era domingo, o que significava sem festas, pois amanha ele teria aula ou seja, sem beber até cair para esquecer as mágoas, que é o que ele normalmente faria.

Fizzy havia saído com uma amiga para o shopping, então quando Harry acordou, ele apenas encontrou um bilhete escrito: "Saí com minha amiga, mas de tarde eu volto com algumas porcarias para assistirmos filmes de terror juntos. Fique bem, amo você!"

Ele podia não conhecer aquelas meninas há muito tempo, mas já tinha um carinho enorme por elas, ele se sentia amado ali, coisa que em sua casa ele não se sentia.

Ele estava pensando no que fazer de almoço quando Louis ligou.

- Alô?

- Oi Harry!

- Oi Lou, tudo bem?

- Tudo sim. Bom, eu estava pensando em fazer algo hoje, tipo um piquenique...o que acha?

- Eu adoraria, mas preciso cuidar das meninas.

- A Lottie pode cuidar delas por você
.
- Bom, vou falar com ela então.

- Ótimo! Vou arrumar as coisas e depois nós nos encontramos no parque. Vou de mandar a localização.

A ligação foi encerrada e Harry começou a ficar ansioso. Por que ele tinha que ser assim?

Louis mandou a localização do parque e Harry viu que poderia ir a pé.

Ele disse que estaria pronto em vinte minutos e começou a se arrumar.

Ele já havia sacado qual era o estilo de Louis, mas para provoca-lo sempre vestia coisas que Louis jamais usaria.

Por isso separou uma blusa de caveira preta e uma jaqueta de couro.

Ele se vestiu e foi falar com Lottie sobre cuidar das gêmeas. A mesma apenas resmungou algo sobre "Tudo eu nessa casa", mas resolveu aceitar cuidar delas naquele dia.

Harry já estava caminhando até o parque quando avistou Louis comprando dois cachorros quentes em uma barraquinha.

Ele estava segurando uma cesta em um braço e uma toalha na outra mão.
Harry atravessou a rua e correu em direção à Louis para ajuda-lo com as coisas.

- Obrigad- O que você fez com o meu corpo? – Louis disse se interrompendo a si mesmo ao ver Harry.

- Como assim?

- O que porra você está vestindo?

- Ué, roupas – disse rindo da cara que Louis fez.

- Toma, segura – Louis entregou a cesta para Harry e pegou os cachorros quentes com a mão livre – Obrigada – agradeceu o senhor na barraca e começou a caminhar para o parque, sendo sempre acompanhado por Harry.

- Então, por que você de repente quis me ver? Sentiu minha falta? – Harry perguntou enquanto Louis estendia a toalha vermelha típica de piqueniques no gramado.

- Claro que senti – disse irônico e Harry teve que se segurar para não revirar os olhos – Mas na verdade eu queria falar com você sobre algo importante.

-X-

Oioi xuxus, eu volteei!!

Me desculpa pela demora para postar capítulo, estava ocupada esses últimos tempos, mas eu prometo melhorar em relação a isso.

Hoje faz dois anos que nossa grande garota virou estrela. Amo muito você Fizzy. Descanse em paz, Angel🤍.

What If I Were You?Onde histórias criam vida. Descubra agora