✽23✽ ─ poção anti magia e o furacão

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ALBUS POTTER POV.

.••.

Meu namorado me sacodia incessantemente, eu sabia que era ele porque reconhecia o cheiro doce de seu perfume, mas eu estava com sono demais para abrir meus olhos.

─ Acorda, acorda!

Scorpius era sempre delicado comigo, menos quando se tratava de me acordar, eu sonhava com o dia que ele pararia de jogar travesseiros em mim e me sacudir, seria realmente bom acordar com beijos ao invés de empurrões.

─ Shh...

─ Albus, é uma boa notícia! ─ O prazer de ouvir sua voz era maior que minha vontade de dormir. ─ Nós podemos voltar para nossa Sala Comunal. A inundação já era e a chuva acabou essa noite!

─ Isso quer dizer que eu tenho que levantar agora? ─ Ouvi sua risadinha e senti seu lábio em minha bochecha.

─ Sim, amor. Precisamos voltar, a menos, é claro, que queira ficar na Corvinal.

Sentei finalmente, me deparando com seu sorriso. Podia até ser péssimo acordar com empurrões, mas ver o sorriso dele fazia valer a pena. Por mais que eu claramente gostasse mais da Corvinal do que da Grifinória, a ideia de ficar mais um dia naquela Torre era abominável.

─ Seria legal se a gente fosse logo, porque eu esqueci um dos meus remédios lá no nosso dormitório e estou... sentindo um pouco de dor.

Assenti freneticamente, levantando rápido demais e sentindo minha visão embaçar com o movimento repentino. No fim das contas, Draco estava novamente certo quando disse que no fim de semana a chuva cessaria. O clima de fim do mundo lá fora havia acabado e o céu estava azul claro cheio de nuvens brancas. Engraçado. Nem parecia que a tempestade mais caótica que eu já vi havia acontecido. 

Fomos primeiro para a Sala de nossa Casa, Scorpius engoliu o comprimido colorido e depois me arrastou até o Salão Comunal. Vários funcionários da escola se juntaram e retiraram cada gota d'água que restara ali, mas lá fora ainda era possível notar como a chuva havia deixado as folhas das árvores molhadas. Pisar sem sapatos naquela grama devia ser terrível.

Os professores sujeriram que estudássemos para repor as aulas que perdemos, mas acho que ninguém de fato estava planejando fazer isso. Scorpius lia um livro — que logo notei ser a edição de seu pai sobre nossa conexão — e comia uma maçã verde, quase automaticamente, focado na leitura.

─ Olha aqui ─ Ele aproximou o livro de mim. ─ A gente devia tentar isso qualquer dia!

Ele lia o capítulo que descrevia positivamente sobre as vantagens dos bruxos conectados, a imagem que me mostrou era de duas meninas de mãos dadas, tendo magia o suficiente para alterar as estações.

─ Bem, é outono, você quer voltar para a primavera? ─ Scorpius deu de ombros. ─ Acha mesmo que a gente consegue isso? Lembro de um tempo onde éramos perdedores nesse sentido.

─ Vamos praticar bastante. Pelo que estou vendo aqui, isso não é nem uma fração de todas as coisas incríveis que podemos fazer.

─ Vai ser legal ─ Sorri, imaginando a cena. ─ Podemos jogar uma pedra gigante na cabeça de Chapman sem nem fazermos muito esforço.

─ Nada de ideias destrutivas, lembra do que te falei naquele dia? Você é melhor que isso.

─ Sou mesmo? Mesmo, mesmo? ─ Era como se eu insistisse para ser cruel, e não estava longe disso.

Tudo que Scorpius fez foi me dar um peteleco e voltar a ler, mordendo mais um pedaço de sua maçã.  A falta de sua atenção me dava sono, resmunguei.

Belong Together | ScorbusOnde histórias criam vida. Descubra agora