Epílogo

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"Ei, trenzinho, espere por mim! Eu estava acorrentado, mas agora estou livre! Estou pendurado ali, não consegue ver, neste processo de eliminação. Está além da minha expectativa mais selvagem." — O'Children, Nick Cave.

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As chamas da lareira iluminando a aquecendo aquela noite de inverno estava diante de ambos, pai e filho, sentados no tapete felpudo, lado a lado. O mais novo tinha as pernas mais juntas ao corpo, quase agarrando os joelhos, o homem de cabelos longos ao seu lado usava um graveto para intensificar o fogo. A diferença de suas aparências se dando pela juventude de um e pelos traços mais rígidos, de alguém que viveu muito mais, do outro.

— Estou tão feliz que sua avó está melhor, curada. A saúde excelente, como nunca devia ter deixado de ser.

— Mesmo com tudo, isso que me trás mais alívio agora — Scorpius sorriu, pensando em sua amada avó e em como estava menos pálida nas últimas semanas, melhor. — Papai? — chamou o menino. O homem apenas tombou carinhosamente a cabeça em sua direção, direcionando-lhe um sorriso que não mostra os dentes, de modo relaxado, aquele assunto havia feito-o lembrar-lhe de outra coisa... — Eu te contei sobre a mamãe? Você vai achar que estou maluco, mas de fato, pode ter sido apenas uma alucionação...

— Você a viu? — Draco tinha a testa franzida e expressão confusa.

— Acredito que sim. Eu estava desmaiado, é claro... Mas senti uma coisa complemente inexplicável.

— Como foi?! — sua voz soava empolgada, ansiosa. O menor sorriu.

— Eu disse para ela o quanto eu sinto saudade ela — suspirou fortemente, revelando também olhos lacrimejantes ao mencionar a conversa, ao lembrar de sua ternura. — Eu estava desacreditado... Tinha perdido muita força, estava quase aceitando a derrota, mas ela estava lá, foi como se tivesse aberto meus olhos, me fazendo enxergar tudo que eu podia fazer.

— Que, enfim, poderia escapar... — completou o pai.

— Isso.

Draco sorriu de lado, fechando os olhos e agradecendo mentalmente que seu filho pôde ter contado com a mãe naquele momento. Eles dois tinham um anjo que os guardava do céu - ela.

— Ela disse alguma coisa sobre mim? — perguntou, mostrando um suave sorriso, com expectativa refletindo no brilho de seu olhar.

— Claro. Ela disse para eu voltar para você e dizer que ela te ama.

Draco olhou para cima agora, seus lábios voltados para baixo e lágrimas fujonas rolando por sua bochecha. Eram poucas as vezes que ele se permitia chorar na frente de alguém, especialmente do filho, de quem ele queria que a ideia de que pais são super heróis inabaláveis continuasse, o homem piscou em busca de clarear a visão. Ele encarou o teto por um tempo, até fechar os olhos e puxar o filho para um abraço apertado. Mesmo quando Scorpius achou que ele soltaria, ele manteve seus braços ali, e por muito tempo, ficaram confortáveis naquela posição.

— Obrigado por compartilhar isso comigo, filho.

— Papai — Scorpius começou de novo, dessa vez a resposta foi um murmúrio simples. — As coisas estão melhores agora.

Houve um riso baixinho. Draco, novamente fechou os olhos, como quem agradece aos céus.

— Sim, eu sei.

Belong Together | ScorbusOnde histórias criam vida. Descubra agora