✽2✽ ─ hogsmead, draco e reconciliação

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Quando Albus acordou, tremendamente tarde em um sábado onde apenas conseguiu pregar os olhos às 3:00AM, ele procurou por Scorpius que já não estava ali, assim como nenhum bilhete, apenas uma cama bem arrumada e um vazio absurdo.
Olhou pela janela, e pela quantidade de pegadas na neve lá fora, a turma que iria para Hogsmead já partira.

Scorpius caminhava ao lado de Katherine Goyle e Will Parkinson, filhos dos amigos de seu pai, que já conhecera desde novo, eles eram sua companhia quando Albus estava ocupado ou com seus familiares, e também os poucos daquela escola que o aceitavam sem julgamentos, seus amigos.

Andava um pouco distante dos dois que discutiam sobre criaturas mágicas. Ainda pensando sobre o que Albus e a noite anterior, e sua volta em algumas horas para o castelo.
Antes de se arrumar e encontrar os dois amigos, Scorpius observou Albus dormindo, os cabelos castanhos jogados na cama e o pijama de mangas longas cobrindo seus dedos e suspirou. Ele sabia que Potter tinha dito da boca para fora. Sabia de todas as vezes em que lutou por ele contra quem tentasse insultá-lo, mas não o acordou.

Scorpius estava mais ali para ter mais tempo com seus próprios pensamentos do que para de fato se encontrar com Rose Granger-Weasley.

Enquanto todos seguiam para as mesmas lojas alegres de sempre, onde podiam tomar cervejas amanteigadas e se divertirem com jogos, Scorpius se dirigiu até a taberna, sem medo algum dos bruxos presentes ali, mesmo que aparentassem ser mais selvagens.

Não demorou muito para a ruiva vê-lo pela janela e lhe fazer companhia sentada ao seu lado no balcão, tentando não parecer chocada por aquele ambiente estar aberto. Rose puxou assunto e foi gentil, assim como ele. E embora fosse ótimo que ela estivesse sendo amigável, ele apenas conseguia pensar "Albus, Albus, Albus".

Albus sem nenhum bilhete ao acordar. Albus se sentindo culpado. Albus lhe odiando por ele ter ido para Hogsmead e estar com Rose. Albus lhe beijando. Albus se desculpando.
Nunca entendera a necessidade na amizade com o moreno, e tudo isso estava o enlouquecendo. Só queria voltar e dizer que aceitava as desculpas.

Rose falava sobre Quadribol, ele era esperto, teria descoberto que seu interesse era apenas saber seus truques sobre o esporte se não estivesse tão atordoado.

─ Me desculpe ─ disse com ternura. ─ Acho que vou voltar para o castelo. Obrigado por ter me feito companhia, Rose.

Sorriu forçado para a mesma antes de se dirigir à porta. Mas a figura à sua frente o fez parar na hora. Os cabelos brancos e vestes pretas, assim como a varinha e o sorriso eram familiares.

─ Oi, filho. Recebi sua coruja ─ Draco Malfoy disse, e recebeu um abraço forte do filho em resposta. ─ Vamos sentar e conversar.

(♡)

─ Eu esqueci que tinha mandado... Não sei onde estou com a cabeça.

─ Ah, não sabe? ─ Draco sorriu ─ Scorpius, já briguei com sua mãe algumas vezes, pouquíssimas vezes, mas...

O pai introduzia a narrativa, e Scorpius atentamente ouvia.

─ Quero dizer, conheço o sentimento... Se quiser falar sobre...

Scorpius quase riu, reconhecia seu pai em uma mentira. Ele e sua mãe nunca brigavam, eram um casal perfeito, parecido tirado de filmes de romance clichê. Mas era amável de sua parte fazê-lo sentir-se compreendido. Ele parecia confuso sobre como dizer tudo, e pela primeira vez, quis rir de seu velho por ser tão atencioso e sem jeito para certas coisas. Notando o silêncio do filho, falou:

─ Ele é um Potter, azare ele ─ Draco sugeriu, bebendo seu licor verde.

─ Não, pai ─ Scorpius negou com a cabeça enquanto sorria.

─ Escute, você ainda é novo para saber sobre o que de fato é essa conexão entre você e Albus Potter, há uma razão para cada coisa, e asseguro que isso, essa discussão, não durará muito. Não é como se fossem conseguir... ─ Fingiu tossir ─ Bom, você entendeu.

─ E mesmo assim veio me ver em Hogsmead? ─ Scorpius perguntou, olhando com gratidão para o pai.

─ É claro ─ O pai deu tapinhas nas costas do filho.

─ O que quis dizer com "não é como se fossem conseguir?" Há algo que não está me contando?

Draco levantou uma sobrancelha, fazendo um ar de misterioso que quando criança, fazia Scorpius rir, e não foi diferente daquela vez.

─ Se estou, logo descobrirá, criança.

(♡)

Albus aproveitou o tédio da ausência de Scorpius para preencher o tempo estudando, sem concentração e sem sucesso. Resolveu caminhar pelo castelo, observando as janelas com atenção. Até cansar-se e voltar para a Sala Comunal da Sonserina nas masmorras.

Scorpius estava sorrindo com Kath e Will, carregava uma sacolinha de doces,  querendo ir logo para próximo da lareira e de Albus.

Minutos depois, a porta foi aberta. Ele era um dos únicos da Sonserina a terem ido para o passeio e voltar tão rápido, então era o único a adentrar o Dormitório, que com o passar dos anos, foi atualizado e dividido, o que dava-os a oportunidade de estarem mais próximos e sozinhos dos outros, o local agora funciona em duplas, comunitariamente ou indivualmente.

─ Oi ─ Albus deu o primeiro passo.

Scorpius o olhou acusatório e isso o fez dar um passo para trás.

─ Oi. Trouxe sapos de chocolate para você. Mesmo que não esteja merecendo.

─ Obrigado ─ Murmurou, pegando os doces.

─ Desculpe por te tratar como criança, mas as vezes você age igualzinho à uma ─ Alfinetou pela última vez, se aproximando de Potter ─ Chega de briga?

─ Sim, por favor. Fui um idiota e estou arrependido de verdade. Não quero que deixe de ser meu amigo porque fiquei com ciúmes de você e falei algo sem pensar ─ Os olhos verdes quase marejando. ─ Eu jamais poderia sentir algo daquele tipo ruim por você. Por qualquer um, mas não por você.

Scorpius desmanchou os braços cruzados. O loiro platinado se rendeu completamente com aquele pedido de desculpas dramático e adorável.

─ Está tudo bem, Al. Venha aqui, sim? Amor, está tudo bem.

Não percebeu que chamou-o assim pela primeira vez, mas Albus amou tanto como soou que quis beijá-lo. Mas se segurou. Se segurou porque não queria ter que pisar em ovos logo agora.

Eles se abraçavam. Se encontravam naquele abraço. Pertenciam àquele abraço.

─ Agora, que tal comer seu chocolate, uh?

─ Pensou em mim mesmo chateado?

─ Acho que foi só nisso que pensei.

O sorriso que Albus foi mais iluminado que a lua. Scorpius o puxou para sentar ao seu lado em travesseiros no chão, em frente à lareira. Um sapo de chocolate saltando para ele, e mordendo-o depois, aquecendo as mãos e aliviando o moreno ao seu lado.


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Belong Together | ScorbusOnde histórias criam vida. Descubra agora