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A coordenadora Marcia, aquela chata, nos deixou em uma sala. E como sempre, até quando a professora falta, Aidan está atrasado.

Ele chega e senta na carteira ao meu lado.

- Oi. - Aidan diz 

- Oi. - Viro o rosto para o outro lado. 

- Aconteceu algo? 

Reviro os olhos, mas ele não consegue ver. Viro-me para ele.

- Eu realmente acreditei em você, me sinto uma burra por isso. - Me levanto e saio da sala.

Na primeira oportunidade ele vai com outra, tudo o que ele disse foi mentira, tudo.

Como eu cheguei a me apaixonar por alguém que eu sempre soube ser um idiota, estava na minha cara. 

Vou para o lado aberto da escola, têm alunas treinando algum esporte, mas ignoro.

Pulo a grade para entrar no lugar em que eu e o Aidan nos conhecemos, sinto raiva, mas a dor controla. Olho para a árvore em que Aidan estava encostado naquele dia, vou até ela e me sento encostada nela. 

Fico juntando folhas que estão no chão em um montinho. 

Ouço alguém chegando. 

- Eu não quero ver você Aidan. - Digo sem ao menos saber quem é.

- Não é o Aidan. - Uma voz feminina diz rindo. 

Eu a olho assustada. 

- Você  sabe que as pessoas vêm aqui para transar? - A garota se senta ao meu lado.

- Sei. - Olho para o lado lembrando de Aidan, ele falou isso. - Uma pessoa já me disse isso.

- E é essa pessoa o motivo de você estar tristonha? - Ela sorri para mim, balançando levemente seus cachos. 

- Sim, ficou tão na cara? - Dou risada e ela também. 

- Ficou... O que aconteceu, hein?

- Bom, eu gosto de um garoto. - Ela me olha e me faz sentir confortável para dize-la. - Ele me fez acreditar que realmente gosta de mim, mas hoje de manhã eu vi ele conversar com uma garota de quem ele ficava. Agora eu não sei o que fazer. - Suspiro.

- Entendi, complicado. - Ela olha para o céu azul. - Você já pensou na hipótese de que ele estivesse apenas conversando com ela, sem malicia alguma? 

Penso por um tempo. O que ela disse faz sentido, não é como se ele estivesse comendo ela e quebrando minha confiança.

- Você está certa. - Passo as mãos pelo meu cabelo. 

- Os nossos pensamentos são inimigos de nós mesmos. Tudo é pior do que é na nossa cabeça.

 - Nossa, sua dicção é perfeita. - Olho de lado para ela.

- Obrigada. 

Ouvimos uma garota gritar o nome ''Melanie''. 

- Preciso ir, as meninas estão me chamando para voltar à treinar- ela levanta e acena para a direção do portão. 

- Tchau Melanie. - Digo me levantando também.

- Tchau... Desculpa, mas, qual é o seu nome? - Melanie me olha questionando. 

- Sn! - Dou risada.

- Conversa com o boy, viu!- Ela se distancia sorrindo.

Fico um tempo andando entre as árvores, apenas sentindo o ar puro que entra pelas minhas narinas. 

Don't let me go - Aidan Gallagher Onde histórias criam vida. Descubra agora