Capítulo 14 - O menino que sobreviveu

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Esse foi um dos capítulos mais difíceis que eu já escrevi. Tentei me poupar da dor o máximo que pude, mas chegou o momento, o penúltimo capítulo.

Lembra do voto e boa leitura

25 de dezembro de 1980

Sirius Black

- Ursinha ele é muito pequeno para comer chocolate – segurei a mão da minha filha que tinha conseguido se aproximar sorrateiramente do carrinho onde Harry dava um cochilo lhe oferecendo um chocolate quando viu que ele acordou.

- Papai – seus olhinhos se encheram de água falando num tom de mágoa, Polaris havia feito da sua missão pessoal de vida conseguir fazer ele comer um chocolate e ficava muito frustrada por ninguém permitir.

- Eu sei querida, mas vai deixá-lo doente, espera só mais um pouco – a peguei no colo e ela me abraçou, eu amava o cheiro adocicado da minha filha. Eu estava o dia todo a distraindo.

Benjy havia prometido trazer a Tracie para o almoço de natal. Depois do nosso piquenique ele e a sua esposa brigaram por ele ter dormido fora de casa com a filha deles e diferente das outras discussões não teve um fim.

Ela o expulsou de casa e no final ele foi morar num quartinho alugado de uma estalagem, negou quando ofereci para vir morar aqui, o lugar que pegou era mais perto da casa no bairro trouxa que morava.

Foi mais ou menos nessa época que os ataques pioraram, o lorde das trevas queria destruir a ordem e a nova ordem incluiu não só os integrantes como os nossos filhos. O pânico havia se instaurado e aqueles como eu que tinham uma família, estávamos divididos entre lutar e os manter seguros.

E foi assim que o Benjy morreu, como disse que ocorreria. Num dos dias que a Tracie ia passar o dia com ele, poucos dias antes do nosso compromisso de natal, comensais invadiram seu quarto na estalagem que era muito menos seguro que a casa que deixou para filha e ex esposa.

Quando chegamos lá eles o haviam lançado uma maldição explosiva que lhe fez estourar feito um balão deixando o quarto banhado com suas vísceras. A Tracie, no entanto, estava escondida dentro do seu baú expandido por dentro.

Os aurores literalmente rasparam os restos de um dos melhores amigos que tivemos enquanto eu tentei tapar os olhos da Tracie para aquela visão agarrada a mim tremula sem conseguir pronunciar uma palavra.

- Essa foi feia – ouvi os sussurros enquanto me aproximava.

- Sirius – Frank me chamou num canto do corredor segurando um embrulho, ao me aproximar pude ver apenas os olhos opacos, que no outro dia tinha sido extremamente brilhantes, da Tracie. Engoli em seco com medo do que ela teria visto.

- O Benjy... – ele negou com a cabeça e andei apressado para o quarto vendo os rastros e restos do meu amigo pelas paredes. Meu estômago se revirou e quis colocar para fora meu café da manhã.

- Sirius – Frank voltou a me chamar ainda afastado – precisamos conversar.

- Me dê a menina Frank eu vou levá-la – a puxei dos seus braços e ela se agarrou firmemente ao meu pescoço tremendo, aspirei seu cheiro de menina acalmando meu próprio coração, ela estaria segura comigo, ela e Polaris seriam criadas como irmãs e a alma do meu amigo poderia descansar em paz.

- Bābā? - sussurrou no meu ouvido, chorosa.

- Sinto muito querida, eu vou cuidar de você eu prometo - cobri seus olhos enquanto passava pela porta do quarto descendo as escadas daquela espelunca.

A origem das estrelas - O início (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora