𝑃𝑒𝑞𝑢𝑒𝑛𝑎 𝑝𝑟𝑒𝑠𝑎, 𝑏𝑒𝑙𝑜 𝑟𝑜𝑠𝑡𝑜

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"Ele corria, corria muito até não aguentar mais. Seus braços já estavam maltratados por causa dos galhos afiados das arvores, e eu? Eu corria para alcança-lo como um predador atrás de sua presa. Era isso que aquele serzinho era...minha presa, mas porque eu queria tanto protege-lo e não assusta-lo? Por que meu coração doe neste momento? Poque? PORQUE?!"

– AH! – acordo ofegante com a respiração desregulada, tenho tido esse sonhos sempre ultimamente...Sempre o mesmo belo rosto, sempre aqueles cabelos azuis, olhos escuros....ahh tão lindo! Parecia mais baixo que eu, e eu ouvia seu coração bater diferente mas não sentia o cheiro do sangue dos lobisomens em suas veias o que era estranho porque eu ouvia seus pesamentos e conseguia me comunicar com ele mesmo estando em minha forma lupina completa.

– O mesmo sonho? – perguntou Yunho segurando um pano úmido em minha testa.

– Como você sabe? – falei desviando o olhar de Jeong, ele me intimida assim.

– Você é igual a mim Mingi, e acima de tudo, meu futuro alfa... – falava enquanto checava minha temperatura

– Quando você fala "meu" parece que vou mandar só em você. – ri me sentando com as costas na cabeceira da cama.

– Não acredito que ainda está nervoso com isso! Pare de ser bobo, sabe quantos da alcateia dariam tudo para ter a graça de ser o próximo alfa? – falou o Jeong tirando a compressa da minha testa e colocando-a de volta no balde, que ficava ali desde que comecei a ter os sonhos.

– Pode acreditar, eu daria essa "graça" para eles. – falei me levantando da cama, tirando a camisa para ir tomar banho.

– Hm...Você que sabe então, eu só faço te obedecer. – Yunho disse se virando para mim – Seu porte mudou, está mais forte...andou malhando? – o mesmo falou passando a mão pelas minhas costas.

Jeong e eu somos como irmãos, os pais dele morreram lutando contra os de pele fria, desde então meu avó toma conta de mim e dele.

Talvez você possa achar estranho amigos que são como irmãos se tocarem de forma tão intima, a verdade é que Yunho depende do toque para conhecer algo ou alguém, quando ele toca em alguma coisa viva, a verdade se mostra. Quando toca algo que não é vivo, vê por onde essa coisa passou.

E eu, o atual hospedeiro da alma do alfa. Quando ele me toca pode saber o que aconteceu com os alfas de gerações passadas, e ele ama ver isso, ou seja, ele me toca o tempo todo.

Yunho sabe tudo sobre mim, sobre coisas que nem sequer aconteceram comigo, mas ainda assim exite um limite de tempo. Só consegue ver as coisas no limite de 1 semana, se ele estiver fraco só 3 dias.  Ele sabe inclusive quem é meu outro lobo, meu ômega...Ele nunca viu seu rosto assim como eu, mas quando ver a pessoa saberá que é ele, exatamente igual a mim.

– Efeitos do meu lobo interior se alojando – falei sorrindo para o maior que ainda estava atrás de mim passando as mãos agora pelo meu ombro.

– Está tenso, o sonho não foi que nem das outras vezes não é? 

Bingo! Ele sempre sabe antes mesmo que eu fale...

– Sim... – fechei os olhos aproveitando da massagem que o outro fazia

Outra coisa que o poder de Yunho proporciona, calma...

Quando ele movimenta as mãos consegue fazer seu pensamento se tornar realidade no corpo que está tocando.

– Se...preocupou com ele... – falou e na mesma hora sentir falta de ar

– Yunho! – falei sentindo a garganta ficar seca, as mãos dele ainda estavam em meu ombro não conseguia tira-las.

Ele despertou...mais um pouco e eu entraria em modo lupino automaticamente.

Cai no chão quase desfalecido, e então ele saiu por completo de seu transe.

– Ai meu Deus! Desculpe Minki, desculpe! – ele usou o apelido, está se desesperando.

Yunho não é tão controlado quando se trata de ver emoções de outras pessoas, o "Minki" é como uma chave de segurança para que eu o acalme.

Liberei meus próprios feromônios de calma para que o mesmo se acalmasse.

– Está tudo bem, não se preocupe – falei, dessa vez eu toquei seu rosto, levando as mãos até suas orelhas, ponto esse o mais sensível de Yunho.

Ele se aclamou sentando na ponta da cama, quase batendo a cabeça na parte da cama de cima, por ser um beliche onde nós dois dormimos.

[continua] 

𝐓𝐇𝐄 𝐖𝐎𝐋𝐅 𝐁𝐎𝐘Onde histórias criam vida. Descubra agora