𝑳𝒆𝒎𝒃𝒓𝒂𝒏𝒄̧𝒂𝒔...

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O cheiro de abacaxi estava intenso...

Mas não doce como sempre, estava ácido, amargo, um aroma tão pesado que alguns integrantes da alcatéia caçavam os narizes e espirravam.

Mas o impressionante era que o Alfa Prime não sentia nada...

O cheiro de morango de seu baixinho se mantinha em suas narinas e em sua memória, era como se ele estivesse ali em seu colo enquanto Mingi o abraçava e fazia carícias em sua cintura.

Uma pena que aquilo não era real...

- Mingi? - chamou o mais velho, tirando o Song de sua bolha ilusória onde apenas o cheiro e os cabelos azuis de seu amado permaneciam.

- Hm? O que foi, vô?

- Você está muito aéreo, filho. O que tanto pensa?

- Em nada...nada. - suspirou

- Eu conheço bem esses sinais, meu neto. Encontrou alguém que lhe agrada, não é? - o senhor de idade riu, se sentando ao lado do mais alto no tronco de madeira.

Os gravetos na fogueira queimavam e faziam barulhos baixos, quando Mingi sentiu algo...algo muito estranho, mas ao mesmo tempo muito bom...

- Vô... você lembra de como conheceu a vovó? Como se sentiu...?

- Claro! Lembro como se fosse ontem, quando a conheci...eu estava caçando quando vi uma loba, uma grande loba branca. Com pelos alvos, claros como a neve... sua vó era linda transformada, mas era mais ainda em sua forma humana. Eu senti como se tudo desaparece e como-

- Apenas sua voz fosse ouvida... - sussurrou acompanhando o avô na fala.

- É isso! - levantou rapidamente do tronco, tirando sua camisa, correndo em direção a mata escura iluminada apenas pela lua e suas estrelas.

Se transformou, correndo tão rápido quanto antes, sentindo o vento no pelo macio. Mingi estava incrivelmente feliz e não sabia o porquê, apenas sabia a direção em que deveria correr e que nesse lugar encontraria o motivo de seus transes.

Parou no enorme campo de grama, agora escura pela noite, e notou, um pouco longe de si, os cabelinhos azulados dançando no vento. Olhou para aquele serzinho que conhecia bem, e viu outro pontinho azul em suas mãos...

Uma flor azul...

Utopia, mistério, sonho...

Song Mingi sabia bem o significado das coisas na natureza, e aquela flor azul em específico...

Ela te assustava demais.

...

Seonvhwa permanecia sentado na calçada da porta da casa onde o Kang e o Kim conversavam.

Seus pés batiam repetidamente no chão, causando um barulho irritante e contínuo, mas ele não ligava.

Estava nervoso demais para ligar, naquele momento seu novo amigo falava com inimigos naturais, tão poderosos quanto ele.

Estava preocupado, preocupado demais com Yeosang. E se eles se irritassem e atacassem o Kang? Se matassem seu lorde? Se o clã fosse preujudicado por sua causa? E se-

- Seonghwa! Vamos? - perguntou o Kang, após sair de dentro do imóvel e encontrado o vampiroali sentado.

- Ah?! Claro, vamos, vamos!

...

- Então... o que eles falaram?

- Nada demais. - suspirou cansado, massageando as próprias têmporas e ajeitando uma pequena mecha de cabelo atrás da orelha, revelando um brinco. Um brinco conhecido por Seonghwa...

- Senhor Kang!

- Hm?! - se assustou minimamente com a exclamação do outro. - O que foi, Seonghwa?

- O-onde conseguiu...este brinco.

- A-ah, bem, eu...este brinco era...ele era...

...

Seus fios escuros balançaram pela ventania forte...


Eu havia acabado de acordar, estava envolto nos lençóis de linho brancos, abrindo os olhos aos poucos e contemplando a visão dele na janela.

- Sempre acorda antes de mim... - murmurei, eu sabia que ele ouviria, Seonghwa tem uma ótima audição.

- Oh! Já acordou amor...

- Não sei porque despertas tão cedo. - falou estigando-se, bocejando preguiçoso e logo sentindo o colchão macio afundar meramente. Sabia que ele estava sentado aproximando sua mão esquerda para acariciar sua perna, e que lhe faria a mesma pergunta de sempre...

Porém ela não saiu...

[Continua...]

𝐓𝐇𝐄 𝐖𝐎𝐋𝐅 𝐁𝐎𝐘Onde histórias criam vida. Descubra agora