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PRÓLOGO

Harry estava exausto.

Suas costas doíam, os braços latejando pedindo por descanso, mas o jovem ômega sabia...sabia que ainda não era hora de relaxar. Primeiro era necessário cumprir suas obrigações, portanto, não importa se cortar lenha era um trabalho pesado — ainda mais no rigoroso inverno —, o moreno tinha a obrigação e o dever de manter a cabana que morava em ordem.

Já era quase o horário do almoço e, como fora ensinado desde que era um filhotinho de apenas 6 anos, acordou antes do nascer do Sol e fizera seus afazeres. Arrumou seu quartinho, se é que chamar o pequeno porão, que apenas havia uma cama rodeado de utensílios não utilizáveis, era realmente um quarto. Depois, rapidamente deu o que comer as galinhas e porcos, alimentou os dois cavalos que tinham, cuidou das plantas e ervas da tia, tirou a poeira e ainda preparou café para sua família, no intervalo da arrumação.

Foi com uma dor no coração que reparou a falta de lenha e, mesmo tendo dois Alfas na residência, quem teve que ir cortar a madeira fora Harry. O pequeno rapaz então se foi, com o estômago ainda roncando por ter comido apenas um pão, para fora, onde a neve reinava soberana e o vento gelado à venerava. Foi instantâneo, o primeiro espiro veio forte. Harry resistiu a vontade de dar meia volta, apertou seu agasalho velho e, corajosamente, foi ao trabalho.

Precisava ser útil.

Precisava ser grato.

O trabalho pesado já não era tão pesado assim, afinal, o jovem rapaz adquiriu certa resistência ao longo dos anos, mas, pela genética ômega, era mais propício contrair um resfriado forte, ou até mesmo pneumonia, algo que já lhe ocorreu e não fora nenhum pouco agradável. Ficou quase um mês de cama, com a tia reclamando aos deuses e xingando Harry por ser um fresco e adoecer com tão pouco. O ômega, na época, com apenas 10 anos, se sentindo culpado por atrapalhar Petúnia, se forçou — antes da hora — a melhorar, rendendo mais dor, que o Potter escondia perfeitamente bem da família.

Harry tinha grandes olhos verdes, não um verde comum, os seus brilhavam até mesmo no escuro, fazendo a família temer ainda mais suas peculiaridades. As bilocas eram rodeadas de cílios longos e escuros, os cabelos eram negros e compridos, batiam quase na metade das costas. As madeixas sempre foram rebeldes, difícil de mantê-las controladas, mas o ômega gostava da pequena bagunça, as vezes fazia tranças que faziam o jovem homem se achar muito bonito, mesmo que a tia dissesse ao contrário. A pele branquinha exaltava as sobrancelhas grossas e bem feitas, juntamente com o nariz redondinho e os lábios pequenos rosados em formato de coração.

Era uma beldade. Lindo.

Pelo trabalho árduo na sua residência, o ômega era bem fortinho, braços firmes e musculosos, pernas grossas e bumbum arrebitado. Harry era um tanto baixinho, não passando dos 1,50 desde os 15 anos, levando seu primo Duda, um loiro alfa gorducho, sempre caçoar com sua cara.

Duda era tão terrível quanto seus pais, Petúnia e Valter Dursley. Oh, céus, que família cruel.

Depois da morte de Lílian e James Potter, Harry teve que ser criado por seus únicos parentes vivos, sendo a irmã mais velha de sua mãe e seu marido.

A tia, Petúnia, era uma ômega alta e pescoçuda, os olhos calorosos para qualquer pessoa, menos para o pobre Harry. O mesmo valia para tio Valter, um alfa que fazia questão de maltratar o moreno sempre que o via. Acontece que a família não desejava o garoto em sua casa, só aceitaram pois seriam seriamente julgados pela sociedade licantropa caso mandasse o pequeno pastar pela floresta mais próxima.

O Verde Mais Intenso - Drarry [ABO]Onde histórias criam vida. Descubra agora