Capítulo 3

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Jace

Jace saíra de Alexandria depois de toda aquela confusão de errantes e mortes. Precisava pensar e conseguia fazer isso muito melhor se estivesse sozinho, sem ninguém por perto. Como Beckie, por exemplo.
Ele adorava aquela garota, mas olhar para ela só fazia lembrar da relação de amizade que ele tivera com Lauren. E depois havia Junie, com aquele cabelo loiro, aquele mesmo olho azul da irmã, a mesma personalidade forte... Se bem que Junie era bem mais marrenta do que Lauren.
Jace caminhava olhando o chão e viu que alguém tinha corrido por ali á bem pouco tempo. Achando tudo aquilo muito estranho, ele decidira seguir aquele rastro, lembrando de como Jim o ensinara a fazê-lo.
Chegou até uma vedação, com o portão fechado e lá dentro, correndo para dentro de um carro, ele viu Malia e Daryl, rodeados por um grande grupo de errantes.
Jace não pensou duas vezes antes de mirar o cadeado porta, pronto a atirar, mas depois parou. Como iriam manter os errantes ali dentro se ele quebrasse o cadeado? Jace abanou a cabeça, guardou a arma e pulou, subindo a vedação e pulando do outro lado.
- Hey! - Gritou ele bem alto. - Oh vocês aí, seus idiotas! Venham me pegar!
Os errantes começaram a se aproximar dele, se afastando do carro. Jace olhou para os lados.
- Sempre em movimento. - Dizia ele em voz baixa, com uma faca na mão, enquanto se corria por todo o espaço. - Sempre em movimento.

Malia

Vi os errantes se afastarem bem na hora que eu e Daryl iamos... Enfim. Olhei Daryl, que me olhava com o mesmo olhar confuso e saimos do carro.
Olho para os lados, vendo que os errantes estão indo atrás de uma pessoa, que não fica quieta um minuto. E depois tenho de segurar o braço de Daryl para não cair, quando a luz da lua toca naquele cabelo loiro, espetado, e eu reconheço aquela forma de correr.
- Jace. - Digo eu, com meu coração batendo super rápido. - É o Jace!
- O quê? - Daryl olhou para ele.
Corremos para o portão da vedação e Daryl tenta abrir o cadeado sem quebrar ele. Eu fico impaciente, só pensando que Jace vai acabar por morrer. Aquele idiota que não deveria estar ali! Aquele idiota sempre tentando me salvar, desde pequeno. Aquele idiota que fazia promessas absurdas. Aquele idiota que era meu irmão e que eu amava.
Peguei minhas adagas.
- Dá um jeito nisso, . Disse eu. - Eu tenho de ajudar o meu irmão.
E corri o mais que consegui para junto de Jace. Ele me olhou e começou a espetar as cabeças dos errantes.
- São imensos! - Gritou ele. - Temos de sair daqui!
- Vem! O Daryl está junto do portão. - Grito também.
Abrimos uma passagem pelo meio dos errantes e corremos para o portão, vendo que Daryl já pulou para o outro lado e está tentando abrir o cadeado.
- Deixa isso Daryl! - Grito, chegando na vedação. - A gente vai pular!
Eu e Jace começamos a subir pela vedação, com os errantes quase nos pegando. Eu sou mais rápida do que Jace, mas fiquei para trás para ter certeza de que ele conseguia. E depois, quando estou quase pulando para o outro lado, uma mão agarra meu pé, puxando para baixo.
Tenho de me segurar com força, para me impedir de cair no meio dos errantes. Sacudo o pé e depois vejo Jace espetando a mão do errante pelo outro lado. Ele me solta e eu consigo pular, ficando do lado de Daryl e Jace.
Respiro fundo.
- Foi por pouco, hem. - Digo.
Jace me sorriu.
- E o que você estava fazendo aqui? - Perguntou Daryl, olhando Jace.
Meu irmão sorriu.
- Salvando vocês dois.

Depois...

Acordei sentindo o cheiro de pão quente e café. Quê? Sentei na cama, uma cama enorme, num quarto desconhecido. Tinha roupa de homem ali, quase toda de cor escura, e roupa de mulher e... Levantei e me aproximei do móvel para ver se estava vendo bem... Tinha uma foto minha ali, com Daryl, e eu estava... vestida de noiva?
Ouvi o riso de criança e segui o som, saindo do quarto. Eu não conhecia aquele lugar, mas segui o som e desci até chegar na cozinha.
- Oi mamãe! - Disse uma menina.
Ela estava sentada em frente da mesa, comendo o café da manhã. Tinha cabelos escuros e compridos, a forma dos olhos era igual aos meus, mas ela tinha aquele olhar bruto e o azul do Daryl. E o sorriso... Era simplesmente lindo.
Olhei pro lado e vi Daryl, me sorrindo e colocando algo em uma caneca.
- Bom dia, amor.
Fiquei olhando ele.
- Você está bem? - Perguntou Daryl.
- Sim. - Respondi.
- Ótimo. - Disse ele abrindo a geladeira e quase sumindo dentro dela. - Falei com o Jace, ele pode ficar com a Lauren essa noite.
Olhei a menina e depois de novo para Daryl.
- Com ela? Porquê?
Daryl apareceu de novo e apontou uma folha que estava na porta da geladeira.
- Porque precisamos falar, lembra? - O tom da sua voz foi estranho naquela frase. - Agora você só precisa trocar o seu horário lá com a sua amiga. Porque hoje você trabalha de noite.
Olhei a folha, vendo o nome do hospital de Atlanta. Eu era médica? olhei para Daryl de novo.
- Precisamos falar? - Perguntei.
Daryl se aproximou de mim, colocando as mãos na minha cintura.
- Sim. E eu vou levar você para jantar. - Disse ele e aí eu percebi.
- Vou escovar meu dente. - Gritou Lauren saindo da cozinha correndo. - Quem vai me levar na escola?
- Sua mãe. - Gritou Daryl e depois me olhou. - Eu tenho de ir para o armazém.
- Qual armazém? - Perguntei.
- Malia, aquele onde trabalho com o Jace, o Merle e o Liam.
Fiquei completamente confusa.
- O quê?
Daryl suspirou.
- A gente trabalha com motos e carros... - Daryl parecia falar com uma criança de 5 anos. - Ah, e a Junie ligou dizendo que está vindo para cá. Ela quer que você a ajude a escolher o vestido de noiva.
- Noiva?!
- Ela vai casar com o Liam, lembra? E a Beckie vai junto porque como já casou, percebe da coisa. Ah sei lá! - Disse ele. - Não entendo nada dessa liguagem feminina aí. Depois você fala com ela direito.
- Espera aí. - Disse eu, quando Daryl se afastou. - A Beckie casou?
Daryl me olhou.
- Com o seu irmão. Malia você hoje está estranha.

- Malia! Malia acorda, chegamos em Alexandria.
Abri os olhos e vi que estava dentro do carro de Jace, no portão de Alexandria, com Daryl do meu lado, me acordando.
- Você está bem? - Perguntou ele.
Sorri.
- Sim, ótima. Só tive um sonho... - Olhei ele. - Daryl, o que a Carol fez com a Lauren no dia em que ela nasceu?
Daryl me olhou de forma estranha.
- Pensou que ela estava morta e levou para ter certeza e para fazer ela chorar. Disse que não faria na sua frente para não assustar você. Mas você sabe disso, porquê essa pergunta?
- Nada. - Respondi sorrindo.

A História de Malia Mason  - 6a TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora