Capítulo 5

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Liam:

Liam gritou de novo. Já tinha perdido a conta aos gritos que tinha dado só no espaço de uma hora. Ele estava sendo torturado pelo cara enorme, o que parecia ser o líder daquele grupo. Eles queriam saber onde encontrar a filha do Jim, mas Liam continuava calado.
Liam já escorria sangue por quase todo o corpo, estava ferido em várias zonas. Nesse momento o cara, que se chamava Ben, decidira queimar ele com um cigarro.
- Me fala, onde está a filha do Jim! - Ordenou ele.
Liam riu, entre gemidos de dor e abriu os olhos, levantando a cabeça e olhando o cara.
- Eu já falei para você que não vou dizer merda nenhuma! - Disse Liam. - Pode me torturar até o apocalipse acabar, eu não vou dizer nada.
Ben voltou a queimar Liam, que gritou de novo.
- Ah mas você vai falar. - Disse Ben. - Porque eu sei que a sua namoradinha vai vir aqui te salvar. E quando ela vier... Eu tenho uma morte bem legal planeada para ela.
Liam ficou olhando Ben, enquanto ele sorria e colocava o cigarro na boca.

Malia:

- Eu tenho de ir, você sabe.
- Não tem não.
Eu estava sentada na minha cama, mais calma depois de quase ter matado o padre, e com a minha filha nos braços.
Rick falara comigo depois de deixar o padre e me fez perceber que matar ele não iria ajudar em nada nas mentiras que ele tinha contado.
Agora meu problema era outro. Convencer Daryl a me deixar ir buscar o Liam. Mas era uma tarefa muito complicada, porque o meu arqueiro parecia preferir morrer a me deixar sair de Alexandria.
- É o Liam! - Disse eu.
- E depois? - Rosnou Daryl, do meu lado. - Ele não é assim tão importante. Posso até tolerar a presença dele, mas não esqueci do que ele fez quando eu não estava aqui.
Suspirei.
- É, mas foi ele que me impediu de fazer uma enorme besteira! - Disse eu. - Se não fosse esse cara, eu e sua filha não estariamos aqui!
Daryl ficou me olhando, com aquele olhar bruto, mas parecia pensar.
- Parece que nunca vou pagar esse divida com ele. - Sussurrou Daryl.
Toquei no seu ombro.
- Não pensa na situação. Eu vou, trago ele de volta e pronto. - Sorri.
Daryl me olhou.
- Mas não vai sozinha. - Disse ele. - E tem de ser pela manhã? Eu já prometi ao Aaron que iria com ele explorar aquela casa enorme que achamos perto da cidade.
- Daryl...
- Não! Sozinha você não vai. - Ele me olhava daquele jeito que não deixava espaço para discussão.
Suspirei de novo.
- Tudo bem, eu encontro alguém para ir junto comigo. - Respondi, e depois olhei a minha filha, dormindo nos meus braços. - E é claro que eu vou voltar. Como podia ser diferente?
- Coloca a Lauren no berço. - Pediu Daryl.
Olhei ele confusa mas coloquei a bebe no berço, sentando na cama de novo e olhando Daryl, confusa.
Ele segurou o meu rosto e me beijou como nunca tinha beijado antes, a não ser quando regressara depois de todo aquele tempo sumido. Depois se afastou um pouquinho e me olhou.
- Promete que volta pra mim. Para a Lauren. - Disse ele.
Sorri.
- Prometo. Você acha que eu vou morrer assim tão fácil?
Daryl me beijou de novo, me empurrando devagarinho até eu deitar e sentir o corpo dele no meu.

Eu caminhava pela estrada e ele caminhava do meu lado. Tinhamos deixado o carro mais atrás, escondido e decidiramos ir a andando até o ponto onde eu tinha visto movimento no dia anterior, em que andara procurando Liam.
Todo mundo em Alexandria estava ocupado e então o único que sorriu perante a minha ideia suicida foi Merle. Era bom estar ali, sozinha com ele, de novo. Me fazia lembrar do tempo em que a gente tinha estado juntos, antes de ele sumir, antes de eu ser levada para Woodburry, antes de Merle se tornar um idiota comigo.
- Você prometeu voltar. - Disse ele.
Não era uma pergunta, mas respondi de igual forma.
- Sim. Mas se não voltar... Eu sei que o Daryl fará um ótimo trabalho com a Lauren.
- É, ele faz. - Merle olhava em frente enquanto falava. - Mas nunca mais será o mesmo Daryl. Eu conheço ele. Ficará ainda mais fechado e distante do que antes. - Merle me olhou. - Eu sempre gostei de você, mesmo quando sou um imbecil. - Ele sorriu. - Por isso, vou fazer você voltar para Alexandria, bonitinha, em nome dos velhos tempos.
Sorri. Afinal Merle não tinha esquecido nossa amizade atribulada de antes.
E de repente minha felicidade sumiu.
Vi movimento pelo canto do olho, mas continuei como se não fosse nada, andando do lado de Merle e sentindo ele ficar tenso.
- Ás três horas. - Disse Merle.
- Eu vi. - Respondi, de arco na mão, mas apontando o chão. - Acho que chegámos no sitio certo.
Depois ergui o arco quando quatro caras apareceram na nossa frente. Merle ergueu a arma, mirando a cabeça de um. Um dos caras me olhou durante bastante tempo.
- Malia, certo? - Perguntou. - A filha do Jim?
Eu sorri.
- Não. A filha do diabo. - Respondi.
Ele sorriu.
- É, você é mesmo uma Sanders. - Disse ele.
- Errado novamente. Eu sou uma Mason.
- E eu tenho o seu namorado.
E de repente fiquei petrificada ali, na frente deles, sentindo meu coração batendo rápido demais. Como que eles tinham o Daryl? Ele nem tinha vindo naquela direção.
- É, a gente tem o Liam. - Disse ele.
E percebi. Eles achavam que Liam era meu namorado.
- E vocês vêm com a gente. - Ele me sorriu de novo, com a arma mirando a minha cabeça. - A bem ou a mal?
Olhei Merle. Eu tinha de tirar Liam dali, e para isso eu teria de jogar o jogo deles. Merle abanou a cabeça uma vez, concordando, e eu olhei o cara de novo.
- A bem. - Respondi. Guardei a seta, mas mantive o arco na mão. - Não iremos atacar vocês. Agora me leva até o Liam.
O cara sorriu.
- Seus desejos são ordens, princesa. - E indicou o caminho.
A gente começou a caminhar, rodeados por aquele pequeno grupo de boas vindas.
- Princesa é sua avó. - Respondi. - E eu desejo que você se expluda!
O cara riu, dizendo que eu era mais parecida com Jim do que imaginava.
E assim, eu e Merle seguimos aqueles caras para o que muito provavelmente seria a morte dos três. Minha, de Merle e de Liam. Mas pelo menos eu iria tentar.

A História de Malia Mason  - 6a TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora