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 "O nosso amor a gente inventaPra se distrairE quando acaba a gente pensaQue ele nunca existiu"

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"O nosso amor a gente inventa
Pra se distrair
E quando acaba a gente pensa
Que ele nunca existiu"

Me levantei com uma dor de cabeça ridícula e uma dor muscular que tinha certeza que vinha direto do inferno. Encarei a bagunça do quarto e me virei para a mesinha que ficava ao lado da minha cama.

Olhei na tela do celular as mensagens de Tim.

Que susto, idiota
10:04 a. m

Sorri e desci para o café da manhã, me preparando para uma desculpa esfarrapada. Eu nunca saía por tanto tempo, por isso as reclamações de meu melhor amigo. Mas eu meio que não tinha vontade de fazer isso, até Eve mostrar o quanto era bom.

Me sentei na bancada e atraí a atenção de meu pai no momento em que o fiz.

— Como foi a noite? — ele perguntou, sério.

— Legal. É, foi legal.

— Deve ter sido, já que Tim precisou mentir para mim pra te encobrir— ele disse com a voz afiada. Engoli seco e esperei que ele continuasse— É, eu te vi chegando ontem.

— Pai... desculpa. Fiquei sem bateria e não consegui avisar que ia atrasar.

— Ah, tinha muito trânsito às quase quatro da manhã? — ele perguntou com sarcasmo. E então eu soube que qualquer coisa que dissesse ali não faria com que ele ficasse menos bravo, por isso decidi dizer a verdade.

— Desculpa. Eu fui em uma outra festa com a Eve depois do baile, o Tim não quis ir e eu pedi que ele te dissesse que eu cheguei pra que dormisse e não ficasse preocupado.

— Mas eu fiquei, não sou burro. Sei a diferença entre minha filha e uma pilha de travesseiros- Tim era um anjo mesmo, tinha colocado até travesseiros.

— Desculpa, tá bom? Não vai acontecer de novo.

— Ah, não vai mesmo. Não tem mais bailes ou festas pelo resto do mês. Agora é só da escola pra casa e de casa para a escola— explicou ríspido.

Não protestei. Nem deveria ter feito isso, só ia piorar as coisas. Decidi comer o cereal em silêncio e então subi para o quarto e passei o dia lá assistindo filmes dos anos oitenta com um pote de sorvete. Não que isso fosse diferente da minha vida social antes do castigo, mas era legal ter a opção de sair se tivesse vontade (mesmo que eu nunca o fizesse).

Mais tarde Eve ligou para dizer nada mais nada menos que: Obrigada pela noite, você entende que a rave foi boa quando não se lembra de quase nada hahahahaha.

Não. Não pode ser. Mandei uma mensagem para confirmar.

Nada mesmo?

Me lembro de entrarmos e de eu te oferecer uma bebida, depois disso acho que estava longe demais

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