Maddie era uma garota normal de dezessete anos com algumas coisas mal resolvidas. Vivia na pequena e quase ilhada Dry Island, num bairro calmo e tinha uma vida nada demais sem muitas ambições e uma queda pela amiga de infância.
Eve era o completo c...
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"A tempestade que chega é da cor dos teus olhos"
Mas que merda acabou de acontecer?
Seguro a bochecha dela, tentando me convencer de que era real. Beijei a Maddie. Realmente fiz isso. Porra.
Nos separamos para recuperar o fôlego e ela não se afasta de mim. Não me afasto dela, não conseguiria mesmo se tentasse.
— Maddison, o que você se lembra da noite do baile? — pergunto, como um sussurro exasperado— Tem algumas semanas desde aquele dia, tenho sonhado com uma coisa...acho que aconteceu de verdade. Penso o tempo todo naquele dia, penso se inventei aquilo no meu subconsciente ou se realmente te beijei. Na verdade, você quem tinha me beijado...
Não conseguia entender a expressão no rosto dela, então continuei falando. Falando o que vim até aqui pra falar.
— Eu passei muito tempo deitada naquela cama com os pés apoiados na parede pensando, cheguei a ler um livro inteiro pra esquecer, mas não deu certo. Estava pensando em você e no motivo pelo qual aquela porcaria de beijo alugou um espaço na minha cabeça. Estar perto assim de você e não pensar nisso é impossível, e é impossível porque, mesmo que você não se lembre, mesmo que seja tudo uma maldita ilusão...a vontade que eu tenho de te beijar de novo é real. Tão real quanto as árvores e esse céu e a lua e a merda de saturno que a gente aprende na aula de astronomia.
A merda de Saturno? Eve, Que porra você está dizendo?
Sinto o monstrinho do medo me abraçando enquanto espero uma resposta dela.
— Você nunca fala nada e ok, tudo bem, é o seu jeito. Mas eu realmente gostaria de ouvir alguma coisa agora, sabe? Se não for pedir muito…— bem que minha mãe me disse que eu falo demais quando tô nervosa. Maddie e esse silêncio todo estão me torturando.
Estava prestes a reclamar de novo quando ela me beijou. Me beijou pra cacete. Porra, Maddison.
O mesmo frio na barriga me atingiu. Beijá-la era como estar no topo de uma montanha russa e em poucos segundos acabar descendo. É aterrorizante no começo, mas depois...depois, só o que consigo sentir é uma felicidade e energia incomparáveis. O gosto da boca dela grudada na minha era a adrenalina pura correndo por meu corpo.
Quando paramos, meu coração batia forte. Só o que consegui pensar foi que queria de novo.
— Por favor, diz alguma coisa— peço, uma última vez— Não estou reclamando por você ter me beijado, pelo contrário, isso foi...uau. Mas é que..
— Eve, me lembro de tudo naquela noite.
— E por que não me contou?
— Sei lá, me senti meio estúpida por você não se lembrar, ou pelo menos não dizer nada sobre.
