[Kurome]
Ao nascer do sol, me despedi de todos da vila e segui meu caminho de volta para casa, meu coração estava acelerado e só queria voltar logo, já podia sentir que estava perto, então me apressei e ao passar pelo último corredor vejo o grande portão, respiro aliviada e caminho devagar até lá, mas caio de joelhos com o que vi. Estava tudo devastado, completamente destruído, algumas casas ainda pegavam fogo, levantei com dificuldade e corri até lá desesperada, havia corpos por todos os lados e sangue, meus olhos encheram de lágrimas e minhas mãos tremiam.
— Parada aí! -, ouço uma voz feminina e viro devagar para encará-la. — Kurome?
— Misaki… -, sussurro seu nome e a loira corre até mim com seus olhos marejados, ela me abraça fortemente e sinto seu cheiro de rosas.
— Você está viva! -, diz com a voz embargada. — Todos precisam saber que está bem.
— O que aconteceu aqui e onde eles estão? -, pergunto e ela enxuga suas lágrimas.
— Ontem a noite fomos atacados por dois Zord, tentamos de todas as formas proteger cada um, mas não conseguimos, de todos os 35 habitantes, apenas 20 estão vivos e bem, encontramos alguns infectados e outros até mesmo mortos, o restante que deixamos vivos se encontram presos. -, ela permanece de cabeça baixa. — Tentamos de tudo, mas não conseguimos salvar todos… -, diz segurando as lágrimas.
— Meu irmão… o que houve com ele? -, questiono e ela desvia o olhar.
— Ele está bem. -, suspiro aliviada. — Mas a Koharu não.
— O que aconteceu com ela? Me leve até lá. -, ela assente e segue até a grande casa onde antes era uma taverna.
Ao entrar percebo o caos que estava, alguns passavam de um lado para o outro segurando o que sobrou para usar nos ferimentos, outros estavam deitados no chão enfermo, todos quando me viram ali ficaram surpresos, Misaki me puxa pelo braço e me leva até um quarto fechado, meu coração disparou ao vê-lo dormir tranquilamente, caminho lentamente até o mesmo e acaricio seus cabelos.
— Eu estou aqui agora, Yuri! -, digo e sinto as lágrimas quentes em minha bochecha, seus dedinhos pequenos e finos tocam minhas bochechas e enxugaram minhas lágrimas.
— Não precisa chorar, nee-san. -, diz com uma voz de sono e o abraço.
— Eu prometo que nunca mais vou te deixar! -, digo e ele acaricia meus cabelos.
— Eu também não, nunca. -, diz e sinto as mãos de Misaki.
— Você já pode ver a Koharu. -, me afasto do Yuri e enxugo minhas lágrimas.
— Já volto, fique aqui. -, peço e ela me leva até o quarto onde Koharu se encontrava, assim que a vi, percebi o quanto ela estava machucada, suas ataduras estavam um pouco sujas de sangue. — O que fizeram com ela?
— Quando aquelas coisas começaram a aparecer, eles já tinham o intuito de atacar, não importa se ficassem calados ou não. Koharu foi a primeira que viu e que avisou a todos, no entanto, quando Alya foi tentar tirar o Yuri do dormitório, aquelas coisas já estavam muito perto e tentaram atacar, Koharu apenas queria tentar proteger eles dois e lutou bravamente, mas foi arremessada e acabou se ferindo gravemente, estamos fazendo o possível para cuidar dela, mas todos os médicos que restaram estavam infectados ou morreram.
— Dangelo está vivo? -, questiono ainda encarando a garota desacordada.
— Sim. -, responde e ela se aproximar.
— Chame ele agora. -, peço e ela sai do quarto. — Mas que merda fizeram com você? -, questiono suspirando. — Eu juro que vou te ajudar. -, ouço um barulho e vejo Dangelo parado em frente a porta surpreso.
— Você está viva! -, ele caminha até mim e me abraça, por ser mais alto que eu Dangelo acaba me tirando do chão.
— Claro que estou. -, digo assim que ele me põe no chão.
— Achei que estivesse morta, foi o que aqueles homens disseram assim que voltaram.
— Eles ainda estão vivos? -, pergunto e ele assente. — Entendi. Preciso te contar uma coisa sobre o labirinto.
— O que? -, questiona colocando as mãos no bolso.
— Existe mais uma aldeia...
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Survival
De Todo𝙴𝚖 𝚞𝚖 𝚖𝚞𝚗𝚍𝚘 𝚍𝚘𝚖𝚒𝚗𝚊𝚍𝚘 𝚙𝚎𝚕𝚊 𝚜𝚘𝚋𝚎𝚛𝚋𝚊, 𝚊𝚖𝚋𝚒𝚌̧𝚊̃𝚘 𝚎 𝚒𝚐𝚗𝚘𝚛𝚊̂𝚗𝚌𝚒𝚊, 𝚗𝚊𝚍𝚊 𝚙𝚘𝚍𝚎 𝚍𝚊𝚛 𝚌𝚎𝚛𝚝𝚘. 𝙴 𝚘 𝚚𝚞𝚎 𝚎𝚛𝚊 𝚙𝚊𝚛𝚊 𝚜𝚎𝚛 𝚊𝚙𝚎𝚗𝚊𝚜 𝚞𝚖 𝚝𝚎𝚜𝚝𝚎, 𝚝𝚛𝚊𝚗𝚜𝚏𝚘𝚛𝚖𝚘𝚞 𝚎𝚜𝚜𝚎 𝚖𝚞𝚗𝚍...