• 𝓒𝓪𝓹𝓲́𝓽𝓾𝓵𝓸 𝓝𝓸𝓿𝓮 •

3 2 0
                                    

[Kurome]

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

[Kurome]

Depois de nos levar para conhecer o resto da vila deles, Ahmya deixou cada um de nós em um grande dormitório, cada um teria seu quarto e todos eles eram padronizados, uma cama, banheiro improvisado e uma pequena cômoda de madeira. Levei um tempo para organizar as coisas que tinha trazido comigo, enquanto arrumava tudo, Yuri estava na cama deitado em silêncio, o que me deixou preocupada com ele, então parei e caminhei até o pequeno garoto.

— Você está bem? -, pergunto e ele nem se mexe.

— Nee-san, aquela moça… ela está viva? -, sua pergunta me faz lembrar do passado e que fiz a mesma pergunta quando perdi um amigo importante.

— Sabe quando a mamãe veio nos falar sobre a vovó? -, ele assente.

— Ela disse que o velhinho do céu tinha levado a vovó e que agora ela é uma estrelinha! -, acaricio seu rosto.

— Ela também é uma estrelinha. -, ele suspira e se senta me abraçando.

— Não quero que mais ninguém vire uma estrelinha, nee-san! -, fala e sinto suas lágrimas molharem minha blusa.

Yuri era jovem demais para entender e sua pureza era linda, mas o mundo não é puro e nem gentil, ele é cruel e nada fácil, como poderia explicar que talvez mais pessoas que ele ama e quer bem, teriam um fim?

— Vai ficar tudo bem. -, digo e ouço batidas na porta, me afasto e enxugo minhas lágrimas, assim que abro a porta uma garota que me lembro vagamente caí sobre mim.

— Merda, você está bem? -, pergunta e encaro seu rosto que estava tão próximo ao meu, era Thamires, me lembro dela naquele dia.

— Ah… -, não consigo falar uma só palavra, aquela mulher me deixava sem saber o que dizer, ela se levanta e estende a mão para me ajudar. — Não olha para onde anda? -, digo sem pensar e me arrependo amargamente, levanto sem sua ajuda, quanto ela, parecia irritada.

— Foi sem querer, apenas vim aqui para avisar que aquela garota… como é o nome dela? -, tenta lembrar.

— Koharu? -, presumi e ela assentiu.

— Ela acordou e não para de falar seu nome. -, conta.

— A tia Haru acordou? -, questiona Yuri se aproximando de nós duas e a mulher sorri.

— Sim. Eu vou cuidar dele enquanto você vai lá vê-la, sabe onde fica. -, assenti e saí fechando a porta, corri o mais rápido que pude em direção da enfermaria.

— Onde ela está? -, pergunto ao entrar e Ahmya acena.

— Hey, você demorou! -, fala e encaro Koharu que estava de olhos fechados. — Ela está acordada, vou deixar vocês conversarem um pouco, mas não deixe ela se esforçar muito! -, Ahmya caminha até alguns dos feridos e fecha a cortina que separava cada paciente.

— Kurome… você está… viva! -, sussurra e sorri com os olhos cheios de lágrimas.

— Estou. Você conseguiu… -, digo e ela suspira aliviada e de dor.

— Ele está a salvo, digo, aquele pestinha está bem? -, assenti e uma lágrima escorregou pelo seu rosto.

— Como se sente agora? -, ela força um sorriso.

— Com muita dor. -, diz e procuro alguma cadeira ao redor, ao achar uma, arrasto até a cama dela e me sento.

— Já era de se esperar. Você quase morreu, idiota!

— Vai ser preciso muito mais do que isso pra acabar comigo. -, fala rindo e em seguida começa a tossir.

— Vai com calma.

— Como estão todos? -, pergunta e suspiro ao lembrar.

— Muitos morreram, mas os que sobreviveram, estão aqui conosco na vila da Ahmya.

— Ahmya? Quem é essa? -, questiona.

— Sou eu, sua médica favorita! -, diz aparecendo e começo a rir.

— De onde essa criatura apareceu? -, questiona Koharu e dou de ombros.

— Depois eu te explico melhor, mas agora você precisa descansar e eu tenho que ir pra reunião. -, respondo e ela assente.

— Tem algum risco de ficar aqui e morrer pra ela? -, com um pouco de esforço ela acena com a cabeça na direção da morena e nego rindo.

— Relaxa, ela não vai fazer nada com você. -, digo e me despeço caminhando de volta ao dormitório, passo pela porta do quarto de Dangelo e bati, mas ninguém responde.

— Ele foi chamado pelo chefe. -, responde uma voz monótona.

— Ah. Ok, obrigada Logan. -, digo e ele assente. Esse garoto está em todo lugar por acaso?

— Quase ia esquecendo, você também foi chamada. -, suspiro pesadamente. — Vou te levar até lá. -, diz e caminhamos até o tão lugar, já estava acostumada com o silêncio, mas esse silêncio era sufocante e nunca agradeci tanto por ter chegado lá rapidamente. — Chefe, aqui está ela. -, diz ao entrarmos e vejo Raphael e Dangelo juntos sorrindo.

— Obrigado, Logan. -, o garoto saí e fecha a porta, encaro ambos rapazes e eles sorriem.

— Kurome, quero te apresentar meu irmão! -, arregalo meus olhos e encaro os dois.

— Está de brincadeira, não é? -, questiono e eles riem.

— Não, como esse mundo é pequeno, eu e ele presos em um labirinto, com criaturas assassinas e liderando uma vila! -, respondeu Raphael.

— É muita coincidência mesmo. -, digo cruzando os braços.

— Em pensar que a 2 semanas atrás eu não lembrava de você! -, diz Raphael e Dangelo rir.

— Acho que todos passaram por esse problema, mas com o tempo consegui lembrar da minha família. -, comenta e pigarreei.

— O papo tá muito bom, mas precisamos conversar sobre coisas muito mais importante, porém, estamos todos cansados para algo hoje, então amanhã logo cedo nos encontraremos aqui novamente e assim faremos uma reunião para discutir como será daqui pra frente. -, eles piscam e suspiram.

— Tudo bem, amanhã faremos isso. Boa noite. -, dizem em uníssono e me despeço dos dois.

— Homens… -, suspiro revirando os olhos e volto para o meu dormitório, estava tão exausta que só queria uma cama agora. Ao entrar no meu quarto, vejo Thamires e Yuri brincando de algo que não fazia ideia.

— Você voltou, nee-san! -, diz ao perceber que estava no quarto, ele corre até mim e pula em mim, pego o pequeno garoto e a mulher vem até nós.

— Se comportou?

— Ele é um ótimo garoto, você tem sorte de ter um filho como ele. -, comenta a mulher.

— Ah, não. Ele é meu irmão, não meu filho. -, explico e ela assente.

— Entendi. Bom, eu vou indo, tenham uma boa noite. Tchau, Yuri! -, diz e aperta as bochechas do mais novo, ela me encara brevemente e saí do quarto, coloco Yuri no chão e vou até a porta, trancando-a.

— Ela é bem legal, não é? -, questionou o pequeno e vejo pela janela a mesma ir embora.

— É, sim. Vamos, está na hora de dormir. -, digo e ele corre para a cama, arrumo o chão com um lençol e deito.

— Boa noite, nee-san.

— Boa noite, Yuri. -, digo e suspiro.

Espero que tudo ocorra bem daqui pra frente...

SurvivalOnde histórias criam vida. Descubra agora